Impressões – Parte 3
A entrada na cidade foi pela Peripherique.
Mesmo que isso tenha acontecido em 94, me lembro que isso era um equivalente chique para o Anel Viário do Covas. Não sei se a estrada ficava tão longe da cidade, mas de qualquer forma, à partir dela a gente poderia tomar o caminho para qualquer parte da França.
Como bons turistas, tivemos que fotografar a primeira placa de trânsito onde aparecia a palavra Paris. Essa ficou para a posteridade.
Também como comportamento padrão de gente que viaja sozinho pela primeira vez, a gente não havia feito reservas de hospedagem na cidade e penamos até conseguir uma cama razoavelmente confortável e um banheiro para aliviar as tensões.
A visita aos cartões postais da cidade foi feita da forma mais caótica possível. A gente simplesmente pegava o carro e escolhia uma direção à esmo. Só começamos a planejar algo quando nos mudamos para o albergue Le D´Artagnan e ficamos pertinho do Pére Lachaise. Infelizmente nenhum de nós tinha idéia do que significava aquele cemitério e acabamos não bagunçando o túmulo do Jim Morrison.
Uma das lembranças mais cômicas dos passeios foi a visita “incógnita” à Torre Eiffel: eu estava com a camisa da seleção brasileira e alguns ambulantes teimavam em me chamar de italiano. Só posso achar que era por inveja do Tetra recém ganho.
Nos perdemos muito em algumas ruas estreitas, pegamos várias contra-mãos de madrugada (como é que a gente ia saber que uma placa com um traço horizontal significava que aquele era o sentido errado a seguir?), fomos parados e cercados por uma viatura cheia de gendarmes mal encarados e pegamos a rabeira de uma comemoração de alemães no Hard Rock Café que cantavam “We are the champions” a plenos pulmões.
Tudo em Paris foi legal, tudo foi inesquecível, tudo foi engraçado, tudo foi nosso.
Dos problemas de comunicação (jamais acredite quando um francês diz que fala inglês) à alimentação baseada quase que só em fast foods, todas as experiências valeram a pena.
Deixamos Paris cinco dias depois de chegarmos.
Dormimos em três lugares diferentes e eu descobri o Burger King. Tirei milhares de fotos e conheci Versailles. Andei sozinho pelos corredores do Louvre e quase me matei subindo os degraus da catedral do Sagrado Coração. Não tive “bala” para entrar no Moulin Rouge e dei graças a Deus por estar dentro do carro quando passei em frente às “meninas” que trabalham perto da Galeria Lafayette. Estava com uma camiseta do São Paulo e fui parado por um torcedor do Paris Saint Germain (naquela época o Raí “matava a pau” por lá). Demos carona para três meninas irlandesas e não descobrimos nem seus nomes.
Acho que dá para entender por que a coisa foi mesmo inesquecível: nunca mais vai ser desse jeito. Graças a Deus.
No próximo episódio, 800km depois de Paris.
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