terça-feira, janeiro 06, 2004

Final de ano

O ano acabou de começar para mim.
Na verdade ele começou para todo mundo, mas como minha influência não chega até o sétimo grau de separação, vou me concentrar um pouco no micromundo da minha grande cabeça.

O final de ano foi bom. Aliás, ele sempre é bom.
Por mais que algumas cicatrizes pelo corpo, olhos injetados e fígados detonados queiram emitir opiniões contrárias, sempre acho que as festas de final de ano servem como uma espécie de redenção para tudo o que rolou antes.
Conheço gente que não gosta do Natal por que sente pena de quem não tem o que comer ou vestir nessa época. Prefiro pensar que devemos cuidar dessas pessoas durante o ano inteiro e não sentir culpa da nossa própria felicidade na "presença" do Papai Noel. O Natal é época de fé e felicidade e ponto!

Gosto do Natal por que posso agradar aos meus de uma forma diferente do convencional. No Natal eu fico mais em casa, dou presentes legais, como pantrucas (essa só os chilenos decifram), divido um vinho com o velho e tento convencer a velha a experimentar e ficar alta.
Não gosto muito de ver meu pai colocar os presentes de lado e deixar que a minha mãe os abra, mas não acho que dê para mudar isso nele. Ele aprendeu desse jeito e precisa querer para aprender algo diferente.

Gosto do Reveillon por que todo mundo se enche de fé, de projetos e de promessas. Por mais que tudo isso seja esquecido depois da ressaca, gosto de saber que pelo menos na noite da virada as pessoas se dedicam a pensar no bem.
No Reveillon posso abraçar meus amigos sem medo de parecer gay e distribuir beijos como o Edu gosta de fazer.
Logo eu que me orgulho de passar o ano inteiro só beijando um homem: meu velho.

Gosto do espírito de renovação da época, das comidas da época, das ondinhas que pulamos (e que eu não pulei), das cuecas e calcinhas novas, de comer lentilhas, uvas e romãs, de estourar a champanhe até que ela azede de tão sonsa, de beber como um desvairado, de beijar na boca e de abraçar quem se ama de uma forma bem apertada.

Não gosto da idéia de ter abraçado a minha mineira na virada e de não ter sido abraçado em volta, mas os anos que vêm estão aí para corrigir este deslize.
Quem sabe no próximo não é ela que me beija enquanto eu estiver inconsciente pelo excesso de capiroska de limão??

Ah, um último gosto dessa época do ano: achei muito engraçado ser o primeiro a dar um "abraço" de ano novo para a Gabi e para o Milk, os malteses da casa.
Poucos teriam esse privilégio.
Morram de inveja!!!!