domingo, janeiro 06, 2008

Férias

Estou completando cinco dias de férias conjugais.
A Minha Mineira está na praia com a família e eu estou aqui, sozinho e com a cidade inteira ao meu dispor para me esbaldar e cair na esbórnia.
Mas, estranhamente, estou sozinho aqui em casa, em pleno domingo à noite, escrevendo e sem uma gota de álcool no sangue.
Algo deve estar errado e acho que sei o que é.

Quer dizer, nada está errado, não no sentido etílico-sexual da coisa.
Eu só não senti necessidade de converter em bandalheira um intervalo que eu sempre achei que faria bem ao nosso relacionamento.
Já venho dizendo há algum tempo que alguns dias separados nos fariam bem e agora estou experimentando a verdade disso.
Dormir sozinho, sair com os amigos e beber sem me preocupar com o dia seguinte estão me fazendo muito bem.
E curtir mais a banda do Kiaora do que os decotes, fendas e perfumes ao redor é prova de que estou bem, mas estou com saudade das reclamações e da mania de limpeza da Minha Mineira.

Só espero que ela não me perturbe muito quando voltar para casa e perceber que não fiz muito além de ir supermercado para garantir o café da manhã e lavar a louça pelo mesmo motivo.

Sonhos

Tenho tido sonhos esquisitos ultimamente.

Começou na última semana de 2007 onde fui brindado com uma história envolvendo um acidente de carro, uma vila do interior, moradores simpáticos, a amnésia da Minha Mineira, o tratamento evitando o choque, minha tristeza ao não ser reconhecido e a surpresa final ao chegar em casa e vê-la com outro.
Pensando bem, o sonho pode ter sido doido, mas a conclusão não: ela realmente não era mais a mesma, não se lembrava de mim e eu não significava mais nada na vida dela. Normal me trocar.
Normal, mas triste, muito triste.

O último episódio aconteceu na última quarta, primeiro dia em que fiquei sozinho em casa, durante as férias da Minha Mineira.
Sonhei que havia encontrado a mulher dos meus sonhos, 100% compatível com cada detalhe que sempre fez parte do meu imaginário, seja na parte física, seja na personalidade.
Ela tinha cabelo preto e liso, meio arrepiado na parte de trás, pele branca de poucas sardas, olhos claros, sorriso perfeito, sobrenome italiano e várias tatoos pelo corpo. Um sonho, mesmo.
O único que atrapalhava essa perfeição toda era eu mesmo: eu continuava casado e nenhuma das (agora) duas mulheres da minha vida sabia o que acontecia do outro lado.
Vivi uma insanidade nas duas vidas e a coisa acabou da forma mais natural: elas se descobriram e eu fiquei com a dor de ter causado dor a quem tinha a missão de me fazer feliz, mesmo que não fosse da forma mais tradicional.

Apesar de moralmente opostos, os sonhos tiveram em comum a minha solidão no final.
Com ou sem culpa, acabei sem ninguém e acordei triste.
Espero que seja verdade o que dizem sobre os sonhos: que eles refletem o contrário do que vai acontecer.
Para o bem da minha sanidade, é bom que seja assim mesmo.