sexta-feira, agosto 20, 2004

Intervalo

Mais uma vez vou conseguir me livrar do pelourinho do trabalho e sair zanzando pelas estradas no país.
Ainda não tenho "bala" para dar a volta ao mundo - ainda - e também não dá para passar uma semana torrando no verão europeu.
Como também não tenho como fazer a Trilha Inca e conhecer Macchu Picchu antes que afunde, tenho que me contentar com o tradicional passeio de carro.

Se bem que desta vez será "o" passeio: serão aproximadamente 5500km rumo norte, destino final Lençóis na Chapada Diamantina. Até chegar lá passarei por diversos lugares legais e trarei mais um caminhão de estórias para contar.
Na volta conto algumas delas.

Até mais ver!

terça-feira, agosto 17, 2004

Vai entender

Alguém aí conhece uma pessoa que tenha vivido mais de 20 anos com o primeiro homem que conheceu na vida (no sentido bíblico, tá?), tenha se separado dele ao descobrir uma das inúmeras infidelidades cometidas ao longo dos anos, não tenha tido coragem de ir para a cama com nenhum dos inúmeros pretendentes que apareceram e tenha voltado a namorar o "marido" depois de alguns meses?

Pois é, eu conheço e não me conformo até agora.
É certo que eu tenho um conhecimento muito raso de tudo que ela viveu, mas essa idéia de recebê-lo novamente na cama, mas não na vida, me soa como retrocesso, como involução.

Explicando um pouco melhor: antes da separação, em uma época onde ela ainda fingia felicidade, ocorreram algumas tentativas de pagar a infidelidade na mesma moeda.
Ele tentou e tentou mas nunca conseguiu ir além de beijos clandestinos em ruas pouco movimentadas. Nenhum homem jamais conseguiu convencê-la a jogar tudo para o alto e aproveitar o momento. Por mais seduzida e envolvida que estivesse, ela sempre abortava as missões e voltava para casa com a cabeça cheia de culpa.
Isso durou até que ela pôs um ponto final no casamento.

À partir daí ela podia cair na bandalheira e experimentar novos relacionamentos e prazeres. Foi exatamente isso que ela fez, mas não da maneira tradicional.
Praticamente todas as suas experimentações se deram através da net: sexo virtual frequente através do Messenger, enormes contas de telefone por causa das transas com caras de outro estado, e-mails impublicáveis e torpedos de baixo calão. Tudo muito safado, tudo muito sujo, tudo muito seguro.
O "problema" estava exatamente aí: ao fazer questão de manter todos os prazeres no mundo virtual, ela se protegia de novas decepções e de novos sabores.
Afinal de contas, é muito mais fácil interromper uma troca de e-mails do que um casamento. No virtual não existe a vida comum, os filhos, a casa construída com esforço de ambos, enfim, não há laços fortes. É só ligar computador, gemer, gozar, desligar e dormir intocada.

Apesar de acreditar na validade da experiência não-física, entendo que não se deva fugir do mundo através dessas ferramentas. Não é por que se sofreu uma vez que toda e qualquer pessoa que chegar perto da gente vai trazer o mesmo tipo de resultado.
Nesse caso, fugir da briga me parece muito pior do que aceitar o fracasso, sacudir a poeira, lamber as feridas e partir para outra.

Faz muito tempo que não sei dela, mas é possível que neste exato momento ela esteja saindo de algum motel da cidade depois de mais uma tórrida transa com o ex-marido.
Tudo muito na surdina, claro.
Já pensou se as filhas descobrem que eles "voltaram"??
E é provável também que, ao chegar em casa, ela ligue o computador e volte para seus "amantes". Afinal de contas, ela é uma mulher livre e tem que variar, não é?
Me lembro perfeitamente dela dizendo que se soubesse o benefício que a separação traria, ela teria partido para isso há muito mais tempo.
Vai entender.

quarta-feira, agosto 11, 2004

O que vale mais?

Não sei se todo mundo se sente meio acuado às vezes no trabalho.
É mais ou menos como uma sensação de "o que que eu estou fazendo aqui?" que aparece bem na hora em que caminhamos para a bebedouro e falamos uma besteira qualquer para a secretária.
É exatamente nesse momento crucial e vital da vida profissional (que só perde para a hora do almoço) que a gente consegue parar e se desligar um pouco do stress, do e-mail e do telefone. É aí que vc consegue pensar com mais liberdade. É aí que a coisa fica ainda mais preta.

Acho que foi em um desses momentos que eu comentei com o Professor a respeito de uma oportunidade tentadora oferecida por um amigo. Antes que surjam comentários indecentes, a tentação não envolvia sexo, amor ou drogas, mas sim dinheiro e trabalho.
Esse meu amigo está vivendo uma carreira meteórica em uma empresa européia e acaba privilegiando os companheiros na hora de formar novas equipes e de distribuir a riqueza do mundo.
Foi exatamente nesse espírito que conversamos sobre a chance de me juntar a ele no estilo "Dallas" de viver. Conversamos bastante e combinamos de acertar algumas coisas para que eu pudesse me preparar melhor para o processo seletivo. Foi muito bom tê-lo me ajudando e dando dicas sobre as eventuais entrevistas com os encarregados, principalmente com o "quase Lúcifer" chefe espanhol dele.

Acho que esse é mais um motivo para avisá-lo logo que não vou mais tentar o emprego.
Se não fosse isso, o fato dele ser um dos meus grandes amigos da faculdade me obrigaria à retratação.

O tal emprego significa dobrar meus ganhos anuais, viajar um monte, ter um monte de regalias e passar a lua-de-mel em Paris, mas mesmo assim estou deixando para outra.
Pode parecer falta de juízo, mas a decisão foi muito fácil de tomar: eu simplesmente perguntei e ela disse "não". Isso para mim basta.

Analisando a decisão de forma matemática, de nada adianta ter grana para comprar um monte de coisas e para passar semanas na Europa se não vou ter a minha mineira do meu lado. Infelizmente, o mundo não está tão moderno como para que se possa ir ao Wal Mart e comprar uma mulher para amar. Não há Amazon no mundo que me entregue o que tenho hoje. Não há E-bay onde eu possa arrematar uma mulher que valha a pena.
É exatamente por ela valer a pena que estou me retirando da disputa.
Corro o risco de virar piada para os meus amigos, mas enfrentar isso também faz parte da decisão. É como o Professor me disse: é tudo uma questão de prioridade.
E nesse quesito, nada é mais prioritário do que a minha mineira.

Bem, talvez um terceiro título mundial para o Tricolor possa chegar perto, mas nunca se igualar a ela.
É como disse o filho do cearense: é a vida, é mineira e é bonita.

terça-feira, agosto 03, 2004

Por que gosto de comédias românticas

Dia desses eu assisti novamente ao filme "Simplemente amor".
Acabei usando o fato da minha mineira não ter visto o filme para massagear um pouco mais meus sentimentos românticos.
O engraçado é que ela achou curioso um cara como eu gostar tanto desse tipo de filme. Acho que coisas como "Matrix" e "Guerras nas estrelas" combinam mais com a minha "fama de mau".
Mal sabem eles que isso não passa de fama.

Apesar de me colocar em uma posição vulnerável a críticas por parte dos "estudiosos" e "acadêmicos", o que gosto mesmo no cinema é ver coisas agradáveis, moças bonitas, cenas românticas e finais felizes. Não gosto de pensar demais e de sair do cinema com cara de conteúdo. Acho que cinema não é para isso. Um livro talvez tenha que causar esse tipo de efeito, ou um programa de TV ou um artigo de jornal. Não um filme. Não algo que tem como função primordial o entretenimento.
Gosto de pensar, de debater e de discutir, mas não gosto de ver filmes que me obriguem a fazer isso. Prefiro sair do cinema com o olhar meio mareado e com a alma renovada de esperança em algo melhor.

Gosto de pensar que o amor que o Hugh Grant viveu em "Quatro casamentos e um funeral" é real, palpável e testemunhável.
Gosto de me sentir gaguejando como o John Cusack em diversos filmes quando tenta conversar com a mulher dos seus sonhos.
Gosto de parecer patético como o Jason Lee e seus eternos papéis de nerd adolescente.
Gosto da Winona Ryder, da Julia Roberts e da Kate Beckinsale.


Posted by Hello

Quando era mais novo, assistir aos primeiros filmes da Brat Pack foi catártico.
Os amores mal sucedidos e as brigas eternas me pareciam um sonho de consumo. Eu precisava arrumar alguém para amar e dividir aquilo comigo. Não precisava ser a Molly Ringwald ou a Ally Sheedy. Uma moça real e simples serviria.
Infelizmente só pude ter a minha versão do "Primeiro ano do resto de nossas vidas" alguns anos depois. Tive que "ralar" muito para viver minha parcela de paixões e decepções.


Posted by Hello

Não sei se a minha mineira percebeu, mas algumas lágrimas acabaram escapando dos meus olhos durante a cena dos cartazes. Era a segunda vez que eu via o filme mas não pude deixar de me imaginar fazendo aquilo por algum amor. Poucas vezes via algo tão simples significar tanta coisa, principalmente o "enough" que o cara soltou depois de ter escancarado o coração.

Outro dia esse meu gosto peculiar acabou servindo de combustível para as brincadeiras da amiga de uma amiga.
Tenho que admitir que é meio brega esse tipo de gosto, mas não é algo que eu possa mudar. Na verdade, é algo que eu não quero mudar.
Gosto de comédias românticas e pronto!!!

E Deus abençoe John Hughes!!!

domingo, agosto 01, 2004

Da França

Recentemente um amigo querido voltou depois de dois anos e pouco de um exílio mais ou menos auto-imposto em uma cidadezinha do sul da França.
Ele esteve em Epinal a mando da empresa e não conseguiu voltar até que a mesma empresa desse o sinal verde e arrumasse um lugarzinho para ele.

Foi meio tragi-cômico ver a situação esquisita causada pela empresa: ele não pediu para ir, teve que largar um monte de coisas por aqui (MBA e apartamento em construção, entre outras coisas) e quando quis voltar, a empresa disse que não havia vagas. Seria desesperador se não fosse revoltante.
Com tudo isso, ele ficou mais tempo do que era previsto, comeu mais queijos, bebeu mais vinhos e teve menos mulheres.


 Posted by Hello

É exatamente esse ponto que quero explorar neste momento: ele nunca foi dos mais atirados em termos de paquera e das poucas namoradas que sei que ele teve, pouquíssimas devem ter sido conquistadas devido a alguma abordagem verborrágica ou simpatia extrema. Tenho a impressão que ele é uma versão extrema de mim, que não agrado a ninguém logo de cara e preciso de tempo e papo para me mostrar interessante.
Partindo do princípio que ele precisa de uma certa "ajudinha" da menina, acabamos ficando em um beco sem saída em um país como o nosso, onde muita gente acha que só o homem pode demonstrar interesse pela mulher, nunca o contrário.

Ainda bem que existem mulheres com a última namorada oficial que ele teve.
Ela foi meio que "encomendada" por um casal de amigo e veio do Rio com a firme intenção de laçá-lo mesmo que fosse necessário o uso da força.
Como ela era muito bonita e interessante, acho que não foi difícil convencê-lo a se entregar.
O problema parte exatamente daí: depois dela, ficou difícil conjugar tantos pontos favoráveis e seus contatos com mulheres acabaram ficando para lá de bissextos.
Não vem ao caso a frequência de transas da vida dele. O que nos interessa no momento é a companhia e o sentimento.
Trocando em miúdos: a turma inteira está mobilizada para arrumar uma namorada para ele!!

Alguns de nós se esforçam mais do que outros, mas acho que todos gostariam de vê-lo feliz com alguém novamente. Não que ele não seja feliz agora. Acho até que ele está bem assim, mas não há ninguém que consiga sustentar por muito tempo que uma vida com alguém que se ama não seja melhor do que ir a bares com amigos e ficar em casa vendo os jogos do Brasileiro pela TV.

Algumas candidatas já surgiram mas até agora nada.
Acho que vou ter que colocar o meu dedo nessa mistura para que o caldo entorne um pouco mais. Vou ter que assumir o meu ancestral papel de cupido (além do de psicólogo) para colocar as coisas no lugar e não deixar ninguém da turma sem companhia.
Talvez possa surgir algo dos contatos da minha mineira no Planalto Central, mas eu aposto minhas fichas em algo mais para o Sul, aberta preferência do nosso amigo "europeu".
Espero que o que estejamos fazendo seja certo e dê resultado e espero também que ele nos ajude e tome ao menos um mínimo de atitudes, Na verdade, ele não precisa fazer muita coisa. Ser um pouco mais simpático e animado seria o suficiente.
Será que pedir muito??
Sei que sim, mas não custa nada sonhar, né?