segunda-feira, julho 31, 2006

Novidades

Novo template, novas idéias, nova motivação, nova vida.

Ao menos é isso que espero.

Esfacelando

Não sei se é a idade, a falta de tempo, os sobrinhos, o stress do trabalho, as companheiras ou mesmo a falta de vontade, mas é fato consumado a desintegração da Diretoria.
O nosso grupo de amigos, antigamente tão unido a ponto da causar ciúme nas namoradas, agora mal consegue se juntar para a pizza de domingo e vive com pressa para ir logo para casa por que o dia seguinte promete mais um lote de pepinos, abacaxis e abobrinhas no trabalho.
É pena, por que eu ainda adoro esse caras.

Ainda me lembro bem dos perrengues por que alguns deles passaram e da saída que acabamos encontrando juntos.
Não gosto disso, mas não sei bem o que fazer para evitar.
A seguir assim, daqui a pouco vamos nos ver menos do que se morássemos em cidades diferentes.

Deve ser assim mesmo que se amadurece: deixando para trás as coisas da infância e adolescência e passando a se preocupar com coisas sérias.
Sinceramente, eu preferia o esquema de antes.

sexta-feira, julho 28, 2006

Superman

Minha irmã cineasta tinha razão: o novo Superman é o máximo.
Curti o filme todo, principalmente pelo fato da estória continuar de onde a série anterior parou.
Quer dizer, não é exatamente uma continuação, mas os personagens aparecem como já tendo vivido tudo o que foi mostrado nos quatro filmes anteriores, inclusive a transa do Super com a Lois na Fortaleza da Solidão.
Só faltou o Batman, mas aí é querer demais.

Maravilha igual a essa só na filmagem do Cavaleiro das Trevas.
Aí sim o escoteiro vai ver o que é bom para a tosse.
Desde que o diretor seja o Bryan Singer, claro.

Como sonhar ainda é bom e barato, eis a minha escalação dos atores para o Cavaleiro:
- Batman: Bruce Willis;
- Superman: o próprio Brandon Routh, já que Super não envelheceu;
- Coringa: Jack Nicholson ressuscitado;
- Mulher-gato: Susan Sarandon;
- Arqueiro Verde: Sean Connery;
- Robin: Keira Knightley;
- Alfred: o onipresente Ian MacKellen;
- o líder Mutante: The Rock;
- o Comissário Gordon: Liam Neeson.



Se um dia alguém resolver filmar mesmo a obra-prima de Miller, provavelmente não será com nenhum desses atores, mas isso só vai confirmar esta idealização como minha e de mais ninguém.

segunda-feira, julho 17, 2006

Coisas a se fazer antes dos 35

Estou mesmo em uma fase complicada da minha vida.
Não é preciso que aconteça nada de especial para que eu comece a refletir sobre minhas decisões e a pensar no que poderia ser diferente.
Infelizmente não consigo focar esses pensamentos apenas no futuro e acabo pensando naquilo que eu teria feito diferente no meu passado.
A retomada desta vez foi motivada pelo filme “Antes do amanhecer” que vi com a minha mineira neste final de semana. A idéia de uma viagem sem compromisso, destino ou propósito me fez pensar nas minhas experiências e me levou a mais um momento “Alta fidelidade”.
O resultado disto foi uma lista das coisas que teriam que ser feitas na vida de um homem antes que ele chegue aos 35. Obviamente, esta lista diz muito sobre mim mesmo, mas talvez alguém possa se espelhar nela e fazer as suas próprias reflexões.
Aí vai ela:

- eu deveria ter ido ao primeiro Rock in Rio: eu tinha 13 anos e meus pais não me deixavam ir ao Shopping à noite, quanto mais viajar para um lugar onde cada um poderia ter o tipo de diversão que quisesse e na quantidade que desejasse; eu certamente não tinha maturidade para tanto, mas teria sido o máximo ver o Queen, o Whitesnake e o meste Ozzy naquele palco;
- eu deveria ter beijado a Francesca: mesmo que ambos tivéssemos namorados em nossas terras, a gente deveria ter se envolvido em Londres e se curtido naquelas duas semanas que faltavam para o fim do curso no Eurocentre; teria sido o máximo me fingir de Jesse e têla como minha Céline; poderia ter mudado a minha vida; na verdade, mudou;
- eu deveria ter ficado mais na Europa: a companhia do Presidente tornou a viagem de mochileiro uma coisa muito direcionada e eu deveria ter jogado tudo para o alto e vivido melhor a oportunidade; eu teria limpado banheiros e servido mesas, mas teria vivido um mundo diferente e não apenas conhecido monumentos; maldito orgulho de engenheiro;
- eu já deveria ter tido um filho: é cada vez mais complicado lidar com a idéia de ter um herdeiro e a nova temporada dos sobrinhos em casa não ajuda em nada; desta vez é um pouco diferente e estou pensando na minha suposta incompetência para educar adequadamente uma criança; sempre critiquei alguns pais pela falta de disciplina com os filhos, mas hoje penso que não é nada fácil fazer com que uma criatura pensante não se desvie do caminho que você acredita ser o melhor para ela; desta vez, não penso na falta de sono que um filho vai trazer, mas sim no medo do fracasso;
- eu deveria ter ido até a Argentina para ver os Smiths: tudo bem que eu nem cheguei a saber que eles tocariam lá e que a logística seria ainda mais difícil do que a do Rock in Rio, mas isso não elimina o fato de ter perdido uma oportunidade única de ver a minha banda predileta em ação;
- eu deveria ter saído de casa antes de casar: ter morado sozinho teria me ensinado algumas coisas que seriam muito úteis na vida a dois; isso sem contar a alta rotatividade que eu poderia ter experimentado com meu próprio “abatedouro”;
- eu deveria ter aproveitado melhor meu estudo de inglês logo que voltei da Europa: eu teria me dado muito melhor na carreira e teria economizado uma boa grana em estágios da Cultura;
- eu deveria ter me comportado melhor nos meus empregos iniciais: tudo bem que tudo para mim aconteceu tardiamente, mas ter sido imaturo ao extremo nos primeiros 7 anos da minha carreira não me ajudou em nada; meus companheiros de curso que o digam, já que praticamente todos ocupam cargos executivos e ganham muito mais do que eu;
- eu deveria ter ousado mais com mulheres: mais um ponto onde a minha imaturidade foi a atriz principal; perdi tantas oportunidades com meninas que me abordaram que só consigo me sentir ridículo e esquisito; e não teria sido só sexo; certamente eu teria vivido grande amores, se não tivesse ignorado a natureza e deixado de lado a idéia que aquela mulher estava mesmo interessada em mim, e;
- eu deveria ter beijado a Cibele: teria sido o primeiro beijo no meu primeiro baile, provavelmente com aquela que seria o meu primeiro amor não imaginário; teria sido inocente e lindo.

Olhando para esta lista fico pensando que não tenho muito do que reclamar desta minha existência.
A coisa toda ficou com um quê de “Epitáfio”, de arrependimento pelo que não fiz, mas estou longe de querer entregar os pontos. Sou teimoso demais para optar pela saída “fácil”.
Prefiro seguir esmurrando a faca até a coisa toda ficar do jeito que eu quero, principalmente com a parte do sangue.
Tanto melhor se for assim.

Estou meio down, é verdade, mas isso vai ter que passar.
Tenho que me lembrar de uma lista ainda maior que contém as coisas que eu fiz nestas 34 primaveras.
Tenho a obrigação de fazer isso e agradecer a quem me ajudou e dividiu alguns desses momentos comigo.
Vai ser complicado lidar com isso hoje, mas amanhã é outro dia e quem sabe eu consigo.
Quem sabe?

sexta-feira, julho 14, 2006

Obsoletos

O tempo realmente passou para todos os membros e agregados da Diretoria.
Ainda ontem estávamos, eu e o Presidente, debatendo sobre as vantagens e desvantagens de termos envelhecido e feito nossas escolhas.
Nos lembramos com muita saudade dos nossos tempos de Floripa, das mulheres maravilhosas que cruzaram nosso caminho, dos hectolitros que fizemos desaparecer dentro dos nossos corpos, das viagens divertidíssimas e dos não menos divertidos micos pelos quais passamos durante o processo.
Notamos também que esses momentos de nostalgia são cada vez mais numerosos à medida em que nos tornamos cada vez mais obsoletos na balada.

Mas como nem tudo é decadência e preguiça, registramos também as vantagens e delícias de dividir o teto com pessoas especiais e escolhidas a dedo.
Partimos do acordar de manhã com uma espreguiçada propositadamente espaçosa e fomos até a invasão de boxe durante aquele banho demorado, que obviamente faz com o que o banho fique ainda mais demorado.
Não deixamos de falar sobre o desejo de um final de semana livre por ano, claro, mas em geral só destilamos as qualidades e maravilhas da vida a dois.
Infelizmente o Paraguaio não estava lá, mas acho que o representamos bem na brincadeira de imaginação que fizemos.

Mas como nem tudo é perfeito nem na mais sincera das amizades, acabamos não falando sobre as razões que levaram o Presidente a adiar a oficialização da união.
Deve ter algo a ver com conforto, excesso de trabalho e falta de energia para encarar os desafios e encheções típicos dessa fase da vida.
Como ele não tocou no assunto, eu também não quis cutucar a ferida e seguimos secando os chopes e rindo das coisas do passado.

O mais engraçado de todo este papo é que tenho uma boa idéia de qual seria a nossa resposta se alguém nos propusesse abandonar a vida conjugal e voltar à balada desenfreada.
Posso apostar que ambos agradeceriam a oportunidade e escolheriam manter o passado no passado e focar as energias em fazer do futuro uma época boa de se viver.
Vivo reclamando que não fiz o que poderia quando tive a oportunidade, mas acho que a vida é assim por alguma razão e não é certo tentar enganá-la. O que passou passou e quem ficou é por que merece.
E tem mais: sinto sono demais depois das 22:00hs para querer voltar à vida de boates, motéis e camisinhas.
Valha-me Deus!

sexta-feira, julho 07, 2006

Pequenos exemplos

Acabei de completar o álbum de figurinhas da Copa!
Nada mais apropriado para estes tempos de patriotismo de chuteiras, não é mesmo?
O chato é que no processo de garimpar aqueles tesouros auto-colantes, acabei descobrindo também alguns traços de personalidade que eu preferia não ter encarado no relacionamento com algumas pessoas aqui no trabalho.
Não gostei por que me conheço e sei que vou retaliar a avareza e ambição que encontrei.
Por mais besta que seja a situação, concluí que é exatamente aí que a gente descobre a verdadeira personalidade de algumas pessoas. Temos que sair do ambiente de afetação e fingimento do trabalho para ver as coisas com mais clareza.

O exemplo mais clássico foi o capitalista que achava certo ganhar dinheiro com a vontade dos colegas de completar o álbum e que achava que as figurinhas dele eram difíceis e que as dos outros não, portanto era justificado uma troca "três por uma".
Com minha habitual indiferença proposital, respondi que com ele eu não trocaria nada e virei as costas.
Não demorou uma semana para que ele me procurasse e propusesse a tradicional troca "uma por uma". Nessa eu ganhei.

Outras pessoas, desacostumadas com gestos gratuitos de generosidade, se espantavam quando descobriam que eu não queria dinheiro pelas figurinhas que eu conseguia para elas.
Eu precisaria ter a minha Canon em mãos para registrar as caras de surpresa quando eu dizia que queria apenas envelopes fechados de figurinhas para poder continuar ajudando as pessoas que ainda não haviam completado o álbum.
Me surpreendo por que essa minha atitude não deveria ter nada de mais. Isso deveria ser o padrão neste nosso mundo doido, mas infelizmente eu sei que não é assim que as coisas funcionam.
Pelo menos eu acredito que estou fazendo a minha parte nesta corrente do bem.
Não é como no filme, mas serve.

No final das contas, o resultado, ao menos para mim, é positivo: completei o álbum e melhorei a amizade com algumas pessoas que antes eu mal conhecia.
Não preciso de muito mais para me considerar feliz.