Galahad
Agora que estou fazendo dez anos de formado, os eventos com os antigos colegas de sofrimento universitário se tornam mais freqüentes e muito mais calorosos.
O almoço de domingo foi um belo exemplo. Nele estavam meus mais caros amigos dos tempos em que cabulávamos algumas aulas para ver a saída das meninas do colegial.
Éramos apenas um pouco mais velhos do que elas e ninguém inventaria de mandar a polícia nos prender se ficássemos com algumas delas.
Infelizmente isso não aconteceu, mas não é esse o meu tema hoje.
Quero falar de nobreza, de honestidade, de ingenuidade e de força de caráter.
Não conheço bem a estória do Rei Arthur mas me lembro que na trupe de cavaleiros havia um que era mais puro que os demais. Acho que foi Galahad que encontrou o Santo Graal a pedido do seu rei. E acho que foi esse cara que morreu no momento em que concluía a missão.
É nessa nobreza que penso quando converso com esse amigo.
Uma das maiores provas de nobreza que vi esse amigo fazer foi em relação àquela que hoje é sua esposa. Ele foi apaixonado por ela durante muito tempo e sofreu sozinho enquanto ela amava um de nossos amigos. Esse outro amigo também foi bom ao sair de cena sem destruir a amizade deles e sumir da vida da menina. É certo que as causas do “sumiço” foram bem mais particulares do que se pode comentar, mas no final das contas ela estava sozinha de novo.
O “meu Galahad” esperou o momento certo e voltou à vida da menina. Ele não tomou nenhum tipo de atitude com relação ao envolvimento dela com o amigo do peito. Acredito que entre o amor e amizade, ele escolheu ambos. E não é que ele consegui!!!
O miserento conseguiu se casar com a menina e continuar tendo o outro como um de seus amigos mais próximos. Tenho certeza que eu não seria tão paciente. Graças a Deus ele não é cabeçudo como eu.
Ainda bem que existe esse tipo de cara para me provar que vale a pena ser meio teimoso quando se quer mesmo manter pessoas perto de você.
Ainda bem que existem Galahads fora dos livros.
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