sexta-feira, julho 11, 2003

Como Conan

Nesta semana eu voltei a me sentir como o bárbaro pré-pré-histórico que ficou famoso no cinema na pele do brutamonte Schwarzenegger.
Obviamente isso não tem nada a ver com o porte físico. Acho que tenho o mesmo peso que uma perna do Schwarza tinha na época em que fez o filme.
A semelhança a que me refiro é no temperamento do bárbaro.

Quando um americano doidão chamado Robert E. Howard criou o “cimério de bronze” ele caracterizou muito bem o seu físico e a sua personalidade. Esse segundo item não é muito conhecido de pessoas que não fizeram com eu e passaram boa parte da adolescência lendo revistas em quadrinhos com as estórias do personagem.
É nesse tipo de estória que fica patente a capacidade de Conan de passar de estados de extrema alegria para profunda melancolia. O bárbaro vivia nos extremos e foi assim que me senti nesta semana de feriado.

Não havia razão aparente para isso. Minha vida estava equilibrada como sempre, em todos os seus aspectos. Eu não tinhas dívidas de nenhuma natureza e as pessoas queridas estavam ao alcance, como sempre.
Ainda assim eu mergulhei e só estou conseguindo sair hoje. Na verdade passei dias me sentindo como um bagaço de cana, mas acho que descobri um pouquinho de garapa escondida aqui no meio.

Esse tipo de “crise” era mais comum quando eu tinha menos idade. Deve ter alguma coisa a ver com hormônios.
Agora que já posso ser considerado “maduro”, eu havia conseguido seguir mais o modo de vida socrático: estava feliz vivendo no meio, no equilíbrio entre os extremos.

Tentei buscar razões para a queda. Achei o problema na minha mão, a indecisão no projeto com meus amigos-irmãos, a saudade da minha sobrinha e a distância da minha mineira. Achei também o momento em que isso voltou: o domingo à noite no ônibus.
Como, além de socrático, ultimamente eu tenho sido extremamente otimista, resolvi para tudo e largar mão de besteira. Apontei uma “peixeira imaginária” para a minha barriga e ameacei abrir meu próprio bucho se eu não tomasse alguma atitude.
Talvez tenha sido o medo de me conhecer mais “por dentro” ou a idéia de que eu não ganho nada ficando desse jeito, mas o certo é que me sinto melhor agora.
Melhorei a tempo de desejar boas férias ao Professor, de praticamente zerar minhas pendências no trabalho e de ouvir as boas novas da Zita nos assuntos do coração.

Seria tão mais legal se o Conan também pudesse resolver seus problemas assim: apontando a espada para o próprio bucho e pronto!!
Acho que o que faltava a ele eram distrações. Ahh se o X-Box tivesse sido inventado antes.

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