quinta-feira, agosto 14, 2003

Fetiches

Dia desses estive com uma amiga que fiz recentemente e que cultiva uma bela e volumosa cabeleira castanha. A minha amiga é muito bonita e o cabelo ajuda muito a chamar a atenção de homens e mulheres. Se eu não estivesse conversando com ela, certamente a minha atenção também seria chamada.
Acontece que ela cometeu o ato involuntário de me dizer que já havia tentado deixar os cabelos bem curtos mas que não havia gostado da experiência. Na mesma hora, o lado sacana da minha personalidade ficou elocubrando sobre como aquela moça poderia ficar ainda mais atraente sem aquelas longas madeixas. Ainda bem que isso só durou até o momento em que ela virou um copo de Erdinger escura e quebrou o encanto.

Pensando novamente na cena, me lembro do poder que pescoços femininos à mostra sempre tiveram sobre mim. Acho que descobri essa “fraqueza” quando vi o primeiro filme com a Winona Ryder. Não, não foi isso. Agora me lembro que a grande responsável por isso foi a Demi Moore naquela poça de lágrimas chamado Ghost. Ela estava bem mais cheinha do que agora mas os cabelos...
Ah, que beleza de fios curtos e de exibição de orelhas!!!

Depois da ex-senhora Bruce Willis, eu tive meu próprio quinhão de moças fortes o bastante para cortar o cabelo bem ralinho e encarar igualmente o vento frio e a admiração de moças com gostos distintos.
Não quero dizer que cabelos longos sejam menos bonitos. Jamais diria isso, ainda mais se pensar em uma certa cabeleira loira e não muito lisa, mas um ponto inegável é que o pouco comprimento me transmite uma energia difícil de resistir.
Algumas dessas moças escreveram capítulos deliciosos na minha vida e outras significaram momentos de confusão e derrota. Em comum, uma coisa: nucas à mostra.

Ainda hoje, durante os encontros etílicos com os amigos, sempre reparo mais na moça de cabelos “joãzinho” do que na mega-loira com litros de oxigênio na cabeça. É certo que invariavelmente a moça é tão bonita que até meus amigos olham para ela, mas juro de pés juntos que o que me atrai primeiro é o cabelo.

Mesmo ficando tão indefeso frente às moças da coragem capilar, acho que não dá para resumir um amor ou um relacionamento no tamanho da vaidade ou da personalidade de uma mulher.
O fetiche realmente atrai, mas é algo mais que mantém o interesse, que faz a troca, que faz valer a pena.
E desse algo mais eu descubro uma fração a cada quinze dias, a cada ida à rodoviária, a cada pizza no domingo à noite. Quem sabe um dia eu não descubra o segredo?

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