quinta-feira, setembro 18, 2003

O fim

Neste último final de semana eu finalmente corrigi uma grande mancha no meu currículo cinéfilo e assisti em vídeo à segunda parte da saga Senhor dos Anéis.
Nem me lembro mais por que, mas acabei deixando passar o filme no cinema e fui forçado a aguardar alguns meses até que as locadoras pudessem me ajudar a matar a ansiedade de ver as aventuras de Legolas, Gimli e companhia.
O filme não me emocionou muito (mais ou menos como Matrix Revolutions), mas admito que as cenas da batalha no Abismo de Helm vão ficar na minha memório por muito e muito tempo.
Para quem foi meu colega na paciência de ler o livro (bem) antes de ver o filme, a seqüência de cortes rápidos para contar coisas que demoram vinte páginas para acontecer é meio nauseante, mas não vejo outra maneira para contar uma estória daquelas em “apenas” três horas: ou era isso ou as pessoas teriam que assistir a cada filme em dez capítulos de uma hora cada. Finalmente as mulheres apaixonadas teriam um rival à altura.

Mas não foi para falar do Um Anel que eu quis escrever o texto de hoje.
Meu assunto é aquele que envolveu a Arwen e o Aragorn: o fim dos relacionamentos.
No caso deles, a coisa ficou meio velada já que o último encontro foi marcado por promessas de amor e planos para a volta da Sociedade (mesmo que fossem só da parte dela). Infelizmente, o Elrond tinha outros planos e a Liv Tyler teve que fazer a sua escolha quando foi confrontada com a obediência ao sangue em um lado e um amor marcado para morrer de outro.
Foi meio desleal da parte dele, mas ela acabou cedendo e abrindo mão do seu amor mortal.
No fim das contas, eles não ficaram juntos.

Nunca vivi relacionamento de cinema, nem para o início e nem para o fim deles.
Nunca tive que escolher entre o bem da humanidade e o amor de uma mulher.
Meus problemas e verdades são muito menos glamurosos e cruciais. No máximo, tive que lidar com pais trogloditas e com filhas submissas ao extremo.

Para falar de finais, acho melhor me limitar aos que envolveram mulheres que chamei de namoradas. Elas foram poucas em comparação com o número total de seres do maravilhoso sexo feminino que encontrei nas minhas andanças, por isso mesmo merecem um carinho e um respeito quase que religiosos quando são mencionadas.
Com essas moças, aconteceram rompimentos de ambos os lados, mas nem sempre com empates e equilíbrios.
Acho que se eu tivesse que colocar um placar para estas categorias, os número do “jogo” seriam 3 a 1.
Isso parece mostrar que a corda sempre arrebenta do meu lado, mas não é bem a verdade.

O que acontece é que as moças com quem me relaciono acabam tendo mais coragem do que eu para terminar relacionamentos insatisfatórios e pouco positivos.
Tenho uma tendência preguiçosa de não gostar de términos e de estender o que já morreu.
Foi assim com a primeira, que me pediu um tempo que dura até hoje, com a segunda, que não me deixou entrar na vida dela e foi buscar alguém em outras bandas, e com a terceira, que deve ter se arrependido de ter começado a gostar de mim.
Somente com a quarta eu pude exercitar o acordo de entrar com o pé. A boa educação me impede de explicitar qual foi a participação dela na “transação”.

Voltando ao tópico do início, nenhum desses fins de caso (grande Graham Greene) teve cores cinematográficas, nenhum contou com grandes dramas, nenhum gerou internações, tentativas de suicídio ou ligações insanas durante a madrugada.
Tudo sempre foi quadradamente normal, bem ao meu estilo: acabou e ponto!

Pessoalmente, tenho uma disposição muito grande para não aumentar minha experiência com rompimentos e passar a colecionar somente conjunções de alma.
Sei que não depende só de mim, mas a lição de casa está sendo feita direitinho.

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