segunda-feira, setembro 15, 2003

Enfrentando um casamento

Recentemente eu fiquei sabendo que mais uma amiga teve uma estória com um cara casado.
Esse tipo de relação é assustadoramente comum nos dias de hoje e normalmente o final acaba sendo de conhecimento de todos.
Na verdade, acho que se envolver com um homem casado não é privilégio das mulheres do mundo atual, mas a tal liberação sexual acabou significando um grande peso na vida desses seres maravilhosos. Infelizmente, elas se viram pressionadas a fazerem tudo aquilo que os homens faziam e isso incluía o pouco respeito às instituições.
A equalização de “direitos” acabou fazendo delas mais vítimas do que beneficiadas.

Mas não quero fazer um tratado sobre os malefícios da liberação feminina.
Prefiro contar o que essas minhas amigas viveram quando se apaixonaram por caras casados.

Acho importante citar que para todas as três, o que rolou foi paixão, quando não amor.
Nenhuma delas teve um envolvimento casual com o cara, do tipo sexo e amizade ou coisa que o valha.
Todas se envolveram sentimentalmente com o safardana e souberam desde o princípio que não eram as únicas na vida dele. Ainda assim, todas bancaram o desafio de mudar a vida do sujeito e de tê-lo para si, custasse o que custasse.
Não houve exceção para a tristeza do final da estória delas. Todas acabaram sozinhas e machucadas.

Tenho uma opinião pessoal meio radical sobre o assunto.
Mesmo sendo homem e tendo uma vontade crescente de defender a classe, tenho que admitir que a maioria de nós entra nesse tipo de estória mais pela aventura de ter outra mulher do que pelo fato de ter se apaixonado.
Não estou dizendo aqui que seja impossível que um cara casado se apaixone por outra pessoa, mas acredito que a maioria nem cogita abandonar o casamento para ficar com a outra mulher.
Para os poucos corajosos que fizeram isso, mando minhas reverências e admirações.

Bom, como estava dizendo, normalmente o homem entra nessa com safadeza e sem intenções de mudar de vida.
Não sei se com as minhas amigas foi assim, mas acredito que não passou muito longe.

A primeira situação envolveu uma mulher mais velha com quem eu me envolvi em um dos intervalos da estória com o cara casado.
Na verdade, ele não era casado, mas namorava há muito tempo com outra e dava milhares de desculpas para não terminar o relacionamento e ficar com a minha amiga.
A principal delas era que ele estava acostumado com a namorada e não queria fazê-la sofrer.
Nessa brincadeira, o lazarento fazia a minha amiga sofrer.
Assim foi durante um bom par de anos, até que a minha amiga resolveu por um ponto final.
Não foi muito fácil já que o cara não deu muito sossego, mas no fim ela acabou se curando daquele mal de amor.
Hoje ela vive uma vida mais tranqüila, tem outras estórias tristes para contas, mas não vive uma situação de incerteza como aquela.
Ela acredita que tudo vai dar certo no final e que o cara que vai fazê-la feliz de novo está nas cercanias. Eu também acredito nisso.

O outro caso que me lembro envolve uma menina linda do Sul.
Neste caso o cara era realmente casado e enrolou a situação até que não foi mais possível suportar.
Até hoje minha amiga sofre com a lembrança do amor que sentiu pelo cara, mas parece que não existem mais esperanças de tirá-lo da esposa.
Hoje ela acredita que o cara sofre um tipo de distúrbio psicológico que o fazia brigar para não deixá-la viver outras estórias.
Não sei se isso é verdade, mas espero que a cura venha logo para ela.
Aqueles cachinhos vermelhos e aqueles olhos verdes merecem isso.

Por último, queria mencionar um caso um pouco diferente dos demais.
Neste, existem evidências fortíssimas de que o cara se envolveu e quase largou tudo para ficar com a minha amiga.
Parece que isso só não rolou por que a família aumentou de repente e ele perdeu a coragem que tinha ao largar somente a esposa. A vinda da criança minou seu desejo de ser feliz com a minha amiga e com isso a vida dela mergulhou em uma complicada infelicidade.
Nem mesmo o relacionamento que ela arrumou em caráter de “primeiros socorros” adiantou muita coisa: a lembrança do cara casado era forte demais para que qualquer outra pessoa pudesse ajudá-la a se recuperar.
Parece que ainda hoje o coração dela sangra um pouquinho quando se lembra dele, mas isso vem diminuindo com o tempo.
Espero que não demore muito para que ela o esqueça e encare um longo período de felicidade com alguém que não tenha “outros compromissos”.
Aquele rosto sardento e bonito merece.

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