terça-feira, outubro 28, 2003

Intersecções

Tenho atualmente um grupo de amigos onde impera a lealdade e o companheirismo.
Me considero privilegiado por ter tais amigos-irmãos por perto e sempre me esforço para fazer jus a essa sorte e por demonstrar que eles podem contar comigo para o que der e vier.
É engraçado pensar que tal proximidade acabou gerando algumas coincidências no campo amoroso e sentimental.
Talvez seja melhor utilizar o termo intersecções já que nem tudo o que rolou foi “sem querer”.

O caso que mais me leva ao passado é o da psicóloga relutante de cabelos curtos e sexualidade explosiva.
Fui o primeiro a me aproximar dela e o segundo a beijá-la. Não tive muita chance de continuar na vanguarda já que foi ela que escolheu se entregar ao meu melhor amigo.
Não culpo nenhum dos dois, mas ele sabe o quanto desejei estar ali, bem no lugar que ele estava ocupando.
Aquela mulher sempre me enlouqueceu e agradeço a Deus por nada ter atrapalhado minha amizade com ele. Tive que engolir minha vontade de abraçá-la até que a vida voltou a nos aproximar. A vida e uma providencial viagem para a Alemanha: na ausência dele, acabei aproveitando o momento para me aproximar novamente dela e sentir o gosto do beijo que eu tanto quis.
Infelizmente nosso envolvimento durou muito pouco. Na verdade, foi até que ela se tocou de que não queria mesmo ficar comigo e de que os beijos e amassos que já haviam rolado eram toda a estória que teríamos.
Nunca ouvi isso dela, mas acho que não há muito distância entre isso e a verdade.

Outro caso envolvendo o Presidente foi o da moça magrinha do interior.
Na verdade, eu só me aproximei dela por que fui reconhecido como “o amigo de fulano”. Não me lembrava do rosto dela, mas tinha bem fresco na memória o dia em que havíamos nos conhecido e o envolvimento que havia acontecido.
Tivemos uma breve estória que foi abreviada pela diferença de expectativas e desejos.
Não tínhamos muito em comum e isso pesou muito para que deixássemos de nos ver.
Não sei se o passado com meu amigo teve alguma influência nisso, mas me sinto feliz de não ter prolongado algo que naquele momento não podia trazer bem estar e felicidade a nenhum dos dois.
Teria sido apenas sexo e não lamento muito o fato de nem isso ter rolado. Apenas foi.

Acredito que a maior paixão “dividida” com um amigo foi a que senti pela moça de Campinas e cabelos de anjinho.
Nem vale a pena dizer muito desse caso, apenas que sofri um monte ao descobrir por acaso que um dos meus supostos amigos havia dormido várias vezes com ela mesmo sabendo que eu sentia algo diferente e forte.
A amizade ficou abalada durante muito tempo, mas hoje já não me preocupo mais com a questão. Hoje vejo que meus amigos tinham razão: ela não valia a briga e estava na estória só para provar que era forte e que podia brincar com a gente.
Nunca lhe desejei mal, mas a vida acabou dando umas belas surras naquele rosto delicado. Espero que a volta para casa dos pais sirva para colocá-la nos eixos novamente.

Esse mesmo “amigo meio traíra” protagonizou um episódio muito engraçado.
Por estar envolvido em política, ele conheceu uma moça que adorava circular nos meios do poder e que tinha um desejo muito grande de se dar bem, mesmo que não fosse preciso muito esforço.
Pelo que sei, eles se beijaram algumas vezes e não passou disso.
Tempos depois essa mesma menina conheceu outro amigo e resolveu contrariar as regras da empresa onde trabalhavam ao começar um namoro meio escondido.
O lance não durou muito mais do que o suficiente para que nos divertíssemos muito com as confidências que cada um deles gostava de fazer com relação às manias dela. Não era nada ofensivo, mas certamente era divertido por mostrar um lado bem diferente daquele que ela gostava de exibir em público.

Por último, me lembro do caso mais recente que envolveu o Presidente e esse amigo que namorou a moça da mesma empresa.
Não há muito para dizer da moça que fez companhia constante para o primeiro e que se esqueceu do “amor” que sentia e curtiu um único momento de prazer com o segundo.
Ela tinha um corpo atraente, gostava de usar roupas provocantes, de freqüentar bares onde a “guerra” rola abertamente e ostentava uma longa cabeleira cor loiro-puta.
Essa causou frisson em toda a turma mas “só” esses dois comprovaram as suas habilidades.

Não sei o que poderei pensar no dia em que essas intersecções envolverem grandes amores e mulheres que realmente marcaram a vida de algum de nós.
Prefiro pensar que vai existir uma espécie de “código de honra” que vai afastar as tentações da carne e vão fortalecer o bom senso de todos.
Gosto de pensar que a minha história sentimental será só minha. E que fique por aí, por mais que eu goste desses meus amigos-irmãos!!

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