segunda-feira, maio 19, 2003

Os cinco fatores

A mesa do Montecristo estava cheia de copos e pratinhos. Era outra época e ainda não estávamos cercados de profissionais (da noite) e de panacas bombados (de todas as horas). O sol do sábado brilhava forte e, pra variar, eu havia esquecido os óculos escuros no carro.
Não sei de onde veio a idéia, mas entre um chope e outro eu, o Paraguayo e o Presidente começamos a discutir sobre o que era mais importante em um relacionamento. É espantoso que esse papo tenha começado antes que qualquer um estivesse caindo de bêbado, mas até que o resultado final foi legal.

Pegando o que cada um disse naquela noite e juntando um pouco de delírio romântico cheguei a uma coisa que chamei de “os cinco fatores”. A idéia é definir mais ou menos o que faz com que um relacionamento dê certo e o que a gente pode fazer para dar uma forcinha ao destino.

Os tais cinco fatores são os seguintes:
1 – atração: é preciso achar a outra pessoa atraente, interessante, sentir tesão por ela e querer estar com ela;
2 – inteligência: é fundamental poder conversar sobre os mesmos assuntos, ensinar o que se sabe e aprender o que a outra pessoa viveu antes de você;
3 – objetivos comuns: os projetos de vida têm que ser compatíveis para que não haja frustração e para que ninguém abra mão de algo que valoriza apenas para manter o relacionamento;
4 – origens comuns: esta foi aproveitada de uma conversa com um tio, casado duas vezes e com mais estórias do que o Pato Donald (adoro quando minha mãe usa esta expressão); a idéia é que os parceiros tenham os mesmos valores e criações para que a estrutura do casal não sofra com as manhas de um ou as regras do outro;
5 – sentimento: esta é bem óbvia; é preciso amor, paixão, dor de estar longe, alegria de olhar para uma foto, arrepio ao sentir o perfume, coisinhas assim, sem importância mas vitais.

O grande lance desses cinco fatores não é o exagero de um e a nulidade de outra mas sim o equilíbrio entre todos. Neste caso é muito melhor cinco medianos do que dois “super” e três “micros”.
É óbvio que mesmo o equilíbrio não garante que o relacionamento dê certo mas posso garantir que ajuda um bocado.

Para ajudar um pouquinho mais é sempre bom ter um pouquinho de respeito e as tradicionais concessões que fazem o inferno e a delícia do casal.
Mas este assunto fica para outro dia.

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