sexta-feira, maio 23, 2003

O limite da sinceridade

Em termos de sinceridade eu acredito que não deva rolar uma abertura de 100% em alguns assuntos. Tem certas coisas que não ajudam quando são expostas e que servem apenas para matar o relacionamento aos poucos.

Um exemplo: não existe benefício possível em dizer ao parceiro que o traiu ou que sentiu vontade de fazê-lo. Isso não ajuda em nada o relacionamento, muito pelo contrário. Ao contar para o parceiro sobre uma infidelidade, você transforma um problema de consciência seu em um problema de decisão da pessoa e transfere boa parte do peso da questão. A pessoa fica obrigada a tomar a decisão de terminar o relacionamento por conta da traição ou de colocar o orgulho de lado e aceitar a situação.
Em qualquer uma das decisões, sofre mais quem a toma e não quem traiu.
Antes que alguém se levante indignado, adianto que esta colocação foi feita por uma mulher e não por um macho querendo defender o seu direito à poligamia.

Não é justo transferir a responsabilidade sobre este tipo de problema e me parece que justiça e respeito devem vir antes da sinceridade extrema.

Por mais desonesto que possa parecer, guardar algumas coisas para si pode acabar sendo melhor para ambos.

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