Trilhas
Um amigo meu dos tempos do colégio se chamava André, vinha do Rio de Janeiro e tinha o hábito de documentar certas passagens da vida com músicas que tocavam na época dos acontecimentos. Foi assim com os acampamentos de infância, com as primeiras namoradinhas e com as festas libertadoras.
Faz muito tempo que não o vejo mas pelo menos alguma coisa ficou da nossa amizade: o gosto pela trilha sonora da vida.
Me lembro que comecei com isso quando achava que estava apaixonado pela Ana Claúdia no último ano de colégio. Ela era uma menina bonita e bem popular e eu ainda estava começando a me libertar do estigma de CDF. As tentativas foram muito atrapalhadas e acabei não conseguindo nada, mas até hoje me lembro um pouco dela quando ouço "Lanterna dos afogados" dos Paralamas.
A próxima memória sonora que tenho é da época do namoro com a Sandra. Essa é meio piegas já que a nossa música era o lamentável tema instrumental do filme "Dying young", tocado pelo Kenny G. Isso já me causou tanto arrependimento (pela música, não pelo relacionamento) que já nem me lembro mais do nome do filme em Português.
Um pouco menos glamurosas e mais perdidas no tempo estão as lembranças das tardes de sábado passadas ao som do Angel Parra retumbando para toda a casa, das noites deprê da adolescência tentando buscar alguma animação nas músicas do X-Mal Deutschland e da ejaculação espiritual sentida quando descobri "The boy with the thorn in his side" dos Smiths e "About you" do Jesus and Mary Chain.
Mais recentemente, eu e meus amigos criamos a mania de adotar certas músicas como inspiração para as aventuras noturnas em São Paulo, Floripa e Campos do Jordão. Dessa mania nasceu até um CD, que já montei e que pretendo presentear a cada um deles em breve.
Mas sobre a Diretoria eu prefiro falar depois.
sexta-feira, maio 30, 2003
quinta-feira, maio 29, 2003
Felicidade
A felicidade não existe.
Ao menos não a felicidade encontrada em contos de fada, dircursos de políticos e potes de margarina.
O que existe é um apanhado de momentos felizes cuja duração e frequência fazem com que a vida da gente seja feliz ou não.
Grande parte da responsabilidade sobre os problemas nos relacionamentos devem ser atribuídas às próprias pessoas que participam deles, já que vira e mexe as coisas ficam estremecidas quando alguém (ou ambos) percebe que a realidade não é bem aquilo que se sonhava, que o parceiro não é tão perfeito quando parecia, que a propaganda feita foi enganosa, que a vida na casa dos pais era mais legal.
Um grande homem chamado Gerry Lopez acredita em um conceito onde a vida é comparada ao mar. Segundo ele, as ondas sempre vêm em séries (sequências) e entre uma série e outra sempre existe a calmaria.
É exatamente nesses momentos de calmaria que se deve avaliar se a série foi clássica (muita emoção, prazer e satisfação) ou flat (nada mais do que água se movimentando).
Me parece que a comparação é apropriada e que as ondas fariam o papel dos momentos de felicidade. Também me parece óbvio que uma vida cheia de merrecas (ondas pequenas, fracas, débeis e sem emoção) não vale a pena.
É necessário que se aprenda a conviver com a alternância de estados para aumentar a alegria do durante, minimizar a tristeza do depois e preparar o coração para o antes.
Viver de momentos é mais real do que pensar em eternidade.
A felicidade não existe.
Ao menos não a felicidade encontrada em contos de fada, dircursos de políticos e potes de margarina.
O que existe é um apanhado de momentos felizes cuja duração e frequência fazem com que a vida da gente seja feliz ou não.
Grande parte da responsabilidade sobre os problemas nos relacionamentos devem ser atribuídas às próprias pessoas que participam deles, já que vira e mexe as coisas ficam estremecidas quando alguém (ou ambos) percebe que a realidade não é bem aquilo que se sonhava, que o parceiro não é tão perfeito quando parecia, que a propaganda feita foi enganosa, que a vida na casa dos pais era mais legal.
Um grande homem chamado Gerry Lopez acredita em um conceito onde a vida é comparada ao mar. Segundo ele, as ondas sempre vêm em séries (sequências) e entre uma série e outra sempre existe a calmaria.
É exatamente nesses momentos de calmaria que se deve avaliar se a série foi clássica (muita emoção, prazer e satisfação) ou flat (nada mais do que água se movimentando).
Me parece que a comparação é apropriada e que as ondas fariam o papel dos momentos de felicidade. Também me parece óbvio que uma vida cheia de merrecas (ondas pequenas, fracas, débeis e sem emoção) não vale a pena.
É necessário que se aprenda a conviver com a alternância de estados para aumentar a alegria do durante, minimizar a tristeza do depois e preparar o coração para o antes.
Viver de momentos é mais real do que pensar em eternidade.
Lágrimas
Não me lembro de algum dia ter chorado por alguma mulher.
Ainda tenho na memória o dia em que chorei ao final do filme "Sociedade dos poetas mortos", a lágrima que caiu quando o Agassi ganhou um jogo praticamente perdido em Roland Garros contra o Medvedev e agradeceu da sua forma tradicional, fazendo uma reverência ao público atrás de cada linha da quadra e a alegria emocionada que compartilhei com o Guga em todas as conquistas na França.
Eu sou assim: guardo as lágrimas para marcar mais os momentos felizes e não consigo derramá-las em sinal de tristeza ou decepção.
Graças a Deus ainda não chorei de raiva ou de stress e vou continuar a me esforçar para que essa tranquilidade permaneça e mim.
Também não chorei pela morte de um parente. A última morte que aconteceu próxima a mim foi do meu avô materno, mas isso foi antes de eu entender o que era estar vivo.
Algumas mulheres já me decepcionaram e me entristeceram muito mas nenhuma delas me fez chorar.
Não me lembro de algum dia ter chorado por alguma mulher.
Ainda tenho na memória o dia em que chorei ao final do filme "Sociedade dos poetas mortos", a lágrima que caiu quando o Agassi ganhou um jogo praticamente perdido em Roland Garros contra o Medvedev e agradeceu da sua forma tradicional, fazendo uma reverência ao público atrás de cada linha da quadra e a alegria emocionada que compartilhei com o Guga em todas as conquistas na França.
Eu sou assim: guardo as lágrimas para marcar mais os momentos felizes e não consigo derramá-las em sinal de tristeza ou decepção.
Graças a Deus ainda não chorei de raiva ou de stress e vou continuar a me esforçar para que essa tranquilidade permaneça e mim.
Também não chorei pela morte de um parente. A última morte que aconteceu próxima a mim foi do meu avô materno, mas isso foi antes de eu entender o que era estar vivo.
Algumas mulheres já me decepcionaram e me entristeceram muito mas nenhuma delas me fez chorar.
quarta-feira, maio 28, 2003
Inspiração 3
Hoje falei com uma pessoa que pode ser considerada como a terceira razão para ter me arriscado a escrever.
A conversa foi breve mas conseguiu matar um pouco a saudade que eu sentia da Beth.
Ela mora em uma cidade que adoro, onde se bebe vinho de qualidade em qualquer boteco, e escreve sobre o meu tema favorito, relacionamentos. Não sei bem onde seus textos são publicados mas já pude meter o bedelho em algumas coisas que ainda estavam virgens.
Depois que desliguei o telefone fiquei pensando de onde viriam aquelas idéias que fatalmente acabavam no papel.
No caminho para a academia imaginei que uma das razões poderia ser a vida "entre rios": ela nasceu no Rio de Janeiro e mora no Rio Grande do Sul. Enquanto me preparava para a natação pensei no resultado dos seus relacionamentos precoces.
Depois que saí quase morto da piscina acabei me conformando e aceitando que ela simplesmente tem talento e que gosta de escrever. Pra que pensar tanto sobre uma coisa que me agrada?
A inspiração que a Beth me trouxe foi a da coragem para publicar, o fato de não se importar (muito) com as críticas e o gosto por assuntos do coração (e do sexo também).
Agradeço essa inspiração e espero que ela aprove esta pequena homenagem.
Hoje falei com uma pessoa que pode ser considerada como a terceira razão para ter me arriscado a escrever.
A conversa foi breve mas conseguiu matar um pouco a saudade que eu sentia da Beth.
Ela mora em uma cidade que adoro, onde se bebe vinho de qualidade em qualquer boteco, e escreve sobre o meu tema favorito, relacionamentos. Não sei bem onde seus textos são publicados mas já pude meter o bedelho em algumas coisas que ainda estavam virgens.
Depois que desliguei o telefone fiquei pensando de onde viriam aquelas idéias que fatalmente acabavam no papel.
No caminho para a academia imaginei que uma das razões poderia ser a vida "entre rios": ela nasceu no Rio de Janeiro e mora no Rio Grande do Sul. Enquanto me preparava para a natação pensei no resultado dos seus relacionamentos precoces.
Depois que saí quase morto da piscina acabei me conformando e aceitando que ela simplesmente tem talento e que gosta de escrever. Pra que pensar tanto sobre uma coisa que me agrada?
A inspiração que a Beth me trouxe foi a da coragem para publicar, o fato de não se importar (muito) com as críticas e o gosto por assuntos do coração (e do sexo também).
Agradeço essa inspiração e espero que ela aprove esta pequena homenagem.
terça-feira, maio 27, 2003
São Paulo
A namorada de um amigo meu afirma precisar de São Paulo.
Ele diz que não imagina viver sem a variedade de restaurantes, de atrações culturais, de eventos e de agito que a gente encontra por aqui.
Isso se explica pelo que ela faz para viver (publicidade) mas não pelo seu histórico de vida (ela nasceu em Fortaleza e viveu boa parte da infância em Salvador).
Já o meu melhor amigo diz que não suporta viver em meio ao trânsito, à violência, à necessidade de estar sempre alerta e ao sentimento de que sempre tem alguém tentando te passar para trás.
Ele nasceu no interior e pretende voltar para lá. Ou se mudar para Floripa, mas aí não tenho como criticá-lo.
O abandono ainda não rolou por indecisão financeira e familiar, já que ele quer virar patrão. Como posso estar envolvido nessa empreitada, desejo que tudo dê certo para ele.
Conheço ainda um cara que tem medo da cidade grande.
Ele só poderia sentir isso já que em uma de suas primeiras visitas (ele mora em Uberlândia) foi colocado sozinho em um táxi, enquanto o avô seguia atrás para tentar chegar em um endereço desconhecido. Deve ter sido aterrorizante estar com alguém que não se conhece em uma cidade tão grande.
Também não dá para brigar com uma pessoa assim.
Eu apenas gosto da cidade.
Não me importo de demorar 30 minutos para chegar em qualquer lugar (quando não há trânsito), de ter que chegar ao cinema com 1 hora de antecedência para encontrar ingressos (em dias de semana), de ter que rezar para encontrar uma vaga quando levo a minha mãe ao supermercado e de trabalhar no Centro.
É claro que não curto pegar filas para tudo, ser pego na saída de um jogo do Corinthians no Pacaembu e de andar a passos de tartaruga na 23 de Maio, mas já aprendi a evitar essas situações e não chego a sofrer muito com elas.
Gosto de pensar que faço apenas uma milésima parte do que poderia e que deixo de lado conscientemente boa parte das opções da cidade.
Gosto de ir à academia e encontrar os mesmo amigos com quem saio para beber e conversar (não exatamente nessa ordem).
Gosto de ler os cadernos culturais só para ver a que exposições do MASP eu vou deixar de ir agora.
Gosto de passar na Cardeal só para ver (de longe) a feirinha da Benedito Calixto.
Gosto de olhar para as casas "penduradas" à beira da Avenida Pacaembu e de imaginar o tanto de escadas que os moradores têm que enfrentar diariamente.
Gosto de ter ido apenas uma vez na vida à Praça do Pôr do Sol. E para ver o sol nascer.
Gosto de ter ido ao Cemitério do Morumbi, mas não para ver o túmulo do Senna.
Gosto de dizer que o chope do Original é melhor do que o do Bar do Léo. O bolinho de bacalhau não entra nessa.
Gosto tanto da cidade que não acho absurda a idéia de deixá-la para correr atrás de um sonho, de uma idéia, de um futuro.
Apesar de não ter nascido em Sampa e de ter intenções de me mudar em breve, eu nunca deixei de ser paulista. Isso ninguém pode mudar.
A namorada de um amigo meu afirma precisar de São Paulo.
Ele diz que não imagina viver sem a variedade de restaurantes, de atrações culturais, de eventos e de agito que a gente encontra por aqui.
Isso se explica pelo que ela faz para viver (publicidade) mas não pelo seu histórico de vida (ela nasceu em Fortaleza e viveu boa parte da infância em Salvador).
Já o meu melhor amigo diz que não suporta viver em meio ao trânsito, à violência, à necessidade de estar sempre alerta e ao sentimento de que sempre tem alguém tentando te passar para trás.
Ele nasceu no interior e pretende voltar para lá. Ou se mudar para Floripa, mas aí não tenho como criticá-lo.
O abandono ainda não rolou por indecisão financeira e familiar, já que ele quer virar patrão. Como posso estar envolvido nessa empreitada, desejo que tudo dê certo para ele.
Conheço ainda um cara que tem medo da cidade grande.
Ele só poderia sentir isso já que em uma de suas primeiras visitas (ele mora em Uberlândia) foi colocado sozinho em um táxi, enquanto o avô seguia atrás para tentar chegar em um endereço desconhecido. Deve ter sido aterrorizante estar com alguém que não se conhece em uma cidade tão grande.
Também não dá para brigar com uma pessoa assim.
Eu apenas gosto da cidade.
Não me importo de demorar 30 minutos para chegar em qualquer lugar (quando não há trânsito), de ter que chegar ao cinema com 1 hora de antecedência para encontrar ingressos (em dias de semana), de ter que rezar para encontrar uma vaga quando levo a minha mãe ao supermercado e de trabalhar no Centro.
É claro que não curto pegar filas para tudo, ser pego na saída de um jogo do Corinthians no Pacaembu e de andar a passos de tartaruga na 23 de Maio, mas já aprendi a evitar essas situações e não chego a sofrer muito com elas.
Gosto de pensar que faço apenas uma milésima parte do que poderia e que deixo de lado conscientemente boa parte das opções da cidade.
Gosto de ir à academia e encontrar os mesmo amigos com quem saio para beber e conversar (não exatamente nessa ordem).
Gosto de ler os cadernos culturais só para ver a que exposições do MASP eu vou deixar de ir agora.
Gosto de passar na Cardeal só para ver (de longe) a feirinha da Benedito Calixto.
Gosto de olhar para as casas "penduradas" à beira da Avenida Pacaembu e de imaginar o tanto de escadas que os moradores têm que enfrentar diariamente.
Gosto de ter ido apenas uma vez na vida à Praça do Pôr do Sol. E para ver o sol nascer.
Gosto de ter ido ao Cemitério do Morumbi, mas não para ver o túmulo do Senna.
Gosto de dizer que o chope do Original é melhor do que o do Bar do Léo. O bolinho de bacalhau não entra nessa.
Gosto tanto da cidade que não acho absurda a idéia de deixá-la para correr atrás de um sonho, de uma idéia, de um futuro.
Apesar de não ter nascido em Sampa e de ter intenções de me mudar em breve, eu nunca deixei de ser paulista. Isso ninguém pode mudar.
segunda-feira, maio 26, 2003
Flashback
Eu já conhecia o beijo, o gosto da pele, os pontos sensíveis, a forma como ela gostava de ser tocada e o som do seu gemido.
A gente já tinha feito amor várias vezes e por isso eu podia deixá-la bem à vontade.
Era a primeira vez que a gente fazia amor depois do rompimento. Na verdade ela me pediu um tempo mas a gente sabe que esse negócio não funciona, né? Eu sabia disso, ela não. Foi por isso que a primeira ligação depois do "tempo" partiu dela. Tinham se passado seis meses.
A gente voltou a sair, conversou sobre a volta, decidi(mos) que não iria rolar mais namoro e voltamos a ficar. Era confortável para ambos, mesmo que soubéssemos que era temporário. Eu sentia saudade da companhia e do corpo dela. Acho que ela queria um pouco mais que isso mas não posso afirmar com certeza.
O flashback acabaria cedo ou tarde, mas eu torcia para que fosse bem tarde. Era gostoso estar com ela.
Acho que o fim foi muito bem planejado por ela. Ela decidiu que seria o fim e que à partir dali cada um seguiria seu caminho. Eu não sabia disso e acho que foi melhor assim.
Fizemos amor uma única vez depois do fim e essa foi a última.
Além de ser a última, aquela vez foi bem sintomática da fase que ela passaria a viver: fizemos amor na cama dos pais dela.
Antes que alguém me condene quero dizer que não foi idéia minha. Foi ela que me levou da sala para lá e que demonstrou que aquele era o dia da libertação.
Ela se libertou de mim, do tesão reprimido, da figura repressora do pai e do medo de prosseguir.
Como a maioria dos flashbacks, aquele terminou com uma decisão unilateral. Nem sempre a gente tem o controle das coisas. Era muito fácil não ter que se comprometer e só ficar com a parte boa. O flashback é isso. O flashback é gostoso. O flashback já nasce morto.
Nunca mais a vi. Espero que ela esteja feliz.
Eu já conhecia o beijo, o gosto da pele, os pontos sensíveis, a forma como ela gostava de ser tocada e o som do seu gemido.
A gente já tinha feito amor várias vezes e por isso eu podia deixá-la bem à vontade.
Era a primeira vez que a gente fazia amor depois do rompimento. Na verdade ela me pediu um tempo mas a gente sabe que esse negócio não funciona, né? Eu sabia disso, ela não. Foi por isso que a primeira ligação depois do "tempo" partiu dela. Tinham se passado seis meses.
A gente voltou a sair, conversou sobre a volta, decidi(mos) que não iria rolar mais namoro e voltamos a ficar. Era confortável para ambos, mesmo que soubéssemos que era temporário. Eu sentia saudade da companhia e do corpo dela. Acho que ela queria um pouco mais que isso mas não posso afirmar com certeza.
O flashback acabaria cedo ou tarde, mas eu torcia para que fosse bem tarde. Era gostoso estar com ela.
Acho que o fim foi muito bem planejado por ela. Ela decidiu que seria o fim e que à partir dali cada um seguiria seu caminho. Eu não sabia disso e acho que foi melhor assim.
Fizemos amor uma única vez depois do fim e essa foi a última.
Além de ser a última, aquela vez foi bem sintomática da fase que ela passaria a viver: fizemos amor na cama dos pais dela.
Antes que alguém me condene quero dizer que não foi idéia minha. Foi ela que me levou da sala para lá e que demonstrou que aquele era o dia da libertação.
Ela se libertou de mim, do tesão reprimido, da figura repressora do pai e do medo de prosseguir.
Como a maioria dos flashbacks, aquele terminou com uma decisão unilateral. Nem sempre a gente tem o controle das coisas. Era muito fácil não ter que se comprometer e só ficar com a parte boa. O flashback é isso. O flashback é gostoso. O flashback já nasce morto.
Nunca mais a vi. Espero que ela esteja feliz.
O relacionamento seguinte
Namorei com a Juliana quase dois anos depois de terminar com a Sandra. Não estou contando o flash back que rolou com a San. Isso é assunto para outra hora.
A estória com a Ju foi muito breve e isso não teve nada a ver com a minha vontade. Ela aceitou namorar comigo mas jamais me permitiu fazer parte da vida dela.
Beirava o ridículo a forma como ela me excluía do contato com as coisas mais íntimas e mesmo com as cotidianas.
Acho que era um caso típico de namoro unilateral: eu a namorava mas ela não me namorava.
Essa distância tinha muito a ver com o fato dela ter terminado um relacionamento longo, marcante e sofrido pouco tempo antes de me conhecer. Pelo que sei, eles ficaram quase um ano terminando e voltando. Eu apareci logo depois e, apesar das tentativas, joguei um jogo perdido.
Foram três meses tentando, mas ela sabia desde o começo que a tentativa seria um tiro n´água.
Isso me leva a pensar que o relacionamento que vem depois de um grande amor está fadado a fracassar. Já tive muitas provas disso e a Ju foi apenas a minha experiência pessoal.
Parece que a pessoa que sai de um relacionamento sofrido não consegue fugir da comparação com aquilo com que ela estava acostumada. Tudo vira motivo de volta ao passado e nada do que o novo parceiro faça acaba surtindo efeito.
No final das contas o casal acaba se separando e os relacionamentos seguintes ganham muito mais chances de dar certo.
No dia em que tiver meu encontro com o cara lá de cima vou propor a abolição dos relacionamentos pós-rompimentos dolorosos. Meus colegas de classe vão me agradecer.
Namorei com a Juliana quase dois anos depois de terminar com a Sandra. Não estou contando o flash back que rolou com a San. Isso é assunto para outra hora.
A estória com a Ju foi muito breve e isso não teve nada a ver com a minha vontade. Ela aceitou namorar comigo mas jamais me permitiu fazer parte da vida dela.
Beirava o ridículo a forma como ela me excluía do contato com as coisas mais íntimas e mesmo com as cotidianas.
Acho que era um caso típico de namoro unilateral: eu a namorava mas ela não me namorava.
Essa distância tinha muito a ver com o fato dela ter terminado um relacionamento longo, marcante e sofrido pouco tempo antes de me conhecer. Pelo que sei, eles ficaram quase um ano terminando e voltando. Eu apareci logo depois e, apesar das tentativas, joguei um jogo perdido.
Foram três meses tentando, mas ela sabia desde o começo que a tentativa seria um tiro n´água.
Isso me leva a pensar que o relacionamento que vem depois de um grande amor está fadado a fracassar. Já tive muitas provas disso e a Ju foi apenas a minha experiência pessoal.
Parece que a pessoa que sai de um relacionamento sofrido não consegue fugir da comparação com aquilo com que ela estava acostumada. Tudo vira motivo de volta ao passado e nada do que o novo parceiro faça acaba surtindo efeito.
No final das contas o casal acaba se separando e os relacionamentos seguintes ganham muito mais chances de dar certo.
No dia em que tiver meu encontro com o cara lá de cima vou propor a abolição dos relacionamentos pós-rompimentos dolorosos. Meus colegas de classe vão me agradecer.
Números
Namorei um número muito reduzido de mulheres.
Foram quatro até agora e acho que posso citar dois motivos básicos para tanta economia: fui muito "devagar" em uma época em que estava todo mundo acelerando e me entedio muito rápido com quem não me incentiva a sentir algo mais.
Transei com mais mulheres do que a igreja recomendaria como ideal mas com muito menos do que alguns dos meus companheiros que buscaram mais quantidade enquanto eu não sabia para onde olhar.
Já me senti mal por causa disso mas hoje acho que cada tem a história que merece e que cada corpo descoberto tem um significado e importância próprios.
Já beijei mais bocas do que a minha memória pode se lembrar e não gosto disso.
Preferia guardar os nomes e não só os sabores, mas já não é possível. Algumas ficaram anônimas e outras dispararam reclamações sobre coisas que não me orgulho de ter feito.
Com o amor a coisa é ainda mais complicada...
Só amei duas mulheres e felizmente fui amado por elas. Não sei se elas foram as únicas mas me orgulho de ter despertado isso.
Não sei por que quis começar a semana falando sobre a minha "ficha corrida" mas tenho a impressão de que meus dois amores ficariam muito felizes em saber que as eternizei na Net.
Acho que elas nunca vão saber...
Namorei um número muito reduzido de mulheres.
Foram quatro até agora e acho que posso citar dois motivos básicos para tanta economia: fui muito "devagar" em uma época em que estava todo mundo acelerando e me entedio muito rápido com quem não me incentiva a sentir algo mais.
Transei com mais mulheres do que a igreja recomendaria como ideal mas com muito menos do que alguns dos meus companheiros que buscaram mais quantidade enquanto eu não sabia para onde olhar.
Já me senti mal por causa disso mas hoje acho que cada tem a história que merece e que cada corpo descoberto tem um significado e importância próprios.
Já beijei mais bocas do que a minha memória pode se lembrar e não gosto disso.
Preferia guardar os nomes e não só os sabores, mas já não é possível. Algumas ficaram anônimas e outras dispararam reclamações sobre coisas que não me orgulho de ter feito.
Com o amor a coisa é ainda mais complicada...
Só amei duas mulheres e felizmente fui amado por elas. Não sei se elas foram as únicas mas me orgulho de ter despertado isso.
Não sei por que quis começar a semana falando sobre a minha "ficha corrida" mas tenho a impressão de que meus dois amores ficariam muito felizes em saber que as eternizei na Net.
Acho que elas nunca vão saber...
sexta-feira, maio 23, 2003
A mulher ideal
Pensei em uma lista de coisas que uma mulher considerada ideal deveria fazer para me fazer feliz.
Obviamente esta lista tem muito a ver com meus gostos e preferências, mas...quem se importa?
Lá vai:
- gostar de ter uma vida individual simultânea à vida dentro do relacionamento;
- ter uma profissão e planos para crescer dentro e fora dela;
- sentir ciúmes mas nunca, em hipótese alguma, dar "piti";
- gostar de esportes e não se importar em assitir o jogo do meu time na TV;
- curtir uma cervejinha de vez em quando;
- adorar a atividade gastronômica (mais comer do que cozinhar);
- demonstrar que curte demais fazer amor comigo;
- gostar de conversar sobre coisas importantes para o relacionamento e ter personalidade para colocar opiniões que lhe parecem corretas;
- não bater o pé a respeito de opiniões divergentes simplesmente pelo prazer de fazer birra;
- não sentir desespero para se casar mesmo com o avanço da idade;
- despertar amor, saudade e carinho.
Sabe de uma coisa? Acho que conheci a mulher ideal.
Sabe de outra coisa? Talvez essa lista não seja exclusividade minha.
Pensei em uma lista de coisas que uma mulher considerada ideal deveria fazer para me fazer feliz.
Obviamente esta lista tem muito a ver com meus gostos e preferências, mas...quem se importa?
Lá vai:
- gostar de ter uma vida individual simultânea à vida dentro do relacionamento;
- ter uma profissão e planos para crescer dentro e fora dela;
- sentir ciúmes mas nunca, em hipótese alguma, dar "piti";
- gostar de esportes e não se importar em assitir o jogo do meu time na TV;
- curtir uma cervejinha de vez em quando;
- adorar a atividade gastronômica (mais comer do que cozinhar);
- demonstrar que curte demais fazer amor comigo;
- gostar de conversar sobre coisas importantes para o relacionamento e ter personalidade para colocar opiniões que lhe parecem corretas;
- não bater o pé a respeito de opiniões divergentes simplesmente pelo prazer de fazer birra;
- não sentir desespero para se casar mesmo com o avanço da idade;
- despertar amor, saudade e carinho.
Sabe de uma coisa? Acho que conheci a mulher ideal.
Sabe de outra coisa? Talvez essa lista não seja exclusividade minha.
O limite da sinceridade
Em termos de sinceridade eu acredito que não deva rolar uma abertura de 100% em alguns assuntos. Tem certas coisas que não ajudam quando são expostas e que servem apenas para matar o relacionamento aos poucos.
Um exemplo: não existe benefício possível em dizer ao parceiro que o traiu ou que sentiu vontade de fazê-lo. Isso não ajuda em nada o relacionamento, muito pelo contrário. Ao contar para o parceiro sobre uma infidelidade, você transforma um problema de consciência seu em um problema de decisão da pessoa e transfere boa parte do peso da questão. A pessoa fica obrigada a tomar a decisão de terminar o relacionamento por conta da traição ou de colocar o orgulho de lado e aceitar a situação.
Em qualquer uma das decisões, sofre mais quem a toma e não quem traiu.
Antes que alguém se levante indignado, adianto que esta colocação foi feita por uma mulher e não por um macho querendo defender o seu direito à poligamia.
Não é justo transferir a responsabilidade sobre este tipo de problema e me parece que justiça e respeito devem vir antes da sinceridade extrema.
Por mais desonesto que possa parecer, guardar algumas coisas para si pode acabar sendo melhor para ambos.
Em termos de sinceridade eu acredito que não deva rolar uma abertura de 100% em alguns assuntos. Tem certas coisas que não ajudam quando são expostas e que servem apenas para matar o relacionamento aos poucos.
Um exemplo: não existe benefício possível em dizer ao parceiro que o traiu ou que sentiu vontade de fazê-lo. Isso não ajuda em nada o relacionamento, muito pelo contrário. Ao contar para o parceiro sobre uma infidelidade, você transforma um problema de consciência seu em um problema de decisão da pessoa e transfere boa parte do peso da questão. A pessoa fica obrigada a tomar a decisão de terminar o relacionamento por conta da traição ou de colocar o orgulho de lado e aceitar a situação.
Em qualquer uma das decisões, sofre mais quem a toma e não quem traiu.
Antes que alguém se levante indignado, adianto que esta colocação foi feita por uma mulher e não por um macho querendo defender o seu direito à poligamia.
Não é justo transferir a responsabilidade sobre este tipo de problema e me parece que justiça e respeito devem vir antes da sinceridade extrema.
Por mais desonesto que possa parecer, guardar algumas coisas para si pode acabar sendo melhor para ambos.
Separação
A minha professora de Yoga se separou do marido. Do segundo marido.
Fiquei sabendo disso ontem à noite e não pude deixar de ficar espantado.
Sempre achei que os mantras, respirações profundas e momentos de relaxamento deixassem a vida mais fácil para quem os domina.
Eu tinha a ilusão de que ela seria feliz para sempre com aquele cara que parecia tão legal e apaixonado.
Fiquei um pouco mais pessimista com o futuro dos relacionamentos.
Mas vou ouvir um pouco de Cesária Évora e a essa coisa ruim passa em um instante.
A minha professora de Yoga se separou do marido. Do segundo marido.
Fiquei sabendo disso ontem à noite e não pude deixar de ficar espantado.
Sempre achei que os mantras, respirações profundas e momentos de relaxamento deixassem a vida mais fácil para quem os domina.
Eu tinha a ilusão de que ela seria feliz para sempre com aquele cara que parecia tão legal e apaixonado.
Fiquei um pouco mais pessimista com o futuro dos relacionamentos.
Mas vou ouvir um pouco de Cesária Évora e a essa coisa ruim passa em um instante.
O que não vale a pena
Não vale a pena sofrer em um relacionamento mesmo que o amor sentido seja intenso e que a gente não possa se imaginar estar sem a pessoa.
Amores foram feitos para derramar lágrimas somente depois que acabam, nunca enquanto estão sendo vividos.
Sentir dor enquanto se está com alguém é um preço muito alto a se pagar, é injusto, é contra a sobrevivência.
Não vale a pena misturar amor e dor.
Não vale a pena sofrer em um relacionamento mesmo que o amor sentido seja intenso e que a gente não possa se imaginar estar sem a pessoa.
Amores foram feitos para derramar lágrimas somente depois que acabam, nunca enquanto estão sendo vividos.
Sentir dor enquanto se está com alguém é um preço muito alto a se pagar, é injusto, é contra a sobrevivência.
Não vale a pena misturar amor e dor.
quinta-feira, maio 22, 2003
A primeira
A Sandra foi a minha primeira namorada, a primeira com quem fiz amor, a primeira que amei e a primeira com quem terminei.
Mal sabe ela que foi meu primeiro beijo "sério" também. Foi tarde para mim, cedo para ela e na hora certa para a gente.
Sinceramente espero que, na sua nova vida com marido e filha, ela esteja sendo muito mais feliz do que o pai dela nos permitiu ser.
Só sei dela pela minha mãe, que iniciou um curioso relacionamento profissional com o pai dela depois que a gente terminou.
Nunca mais a vi e nem senti vontade de conversar com ela. Acho que as coisas estão muito bem assim, separadas e felizes.
A Sandra foi a minha primeira namorada, a primeira com quem fiz amor, a primeira que amei e a primeira com quem terminei.
Mal sabe ela que foi meu primeiro beijo "sério" também. Foi tarde para mim, cedo para ela e na hora certa para a gente.
Sinceramente espero que, na sua nova vida com marido e filha, ela esteja sendo muito mais feliz do que o pai dela nos permitiu ser.
Só sei dela pela minha mãe, que iniciou um curioso relacionamento profissional com o pai dela depois que a gente terminou.
Nunca mais a vi e nem senti vontade de conversar com ela. Acho que as coisas estão muito bem assim, separadas e felizes.
quarta-feira, maio 21, 2003
Amar sem paixão
Tenho uma amiga em Curitiba que ama sem se apaixonar.
É até engraçado como ela prefere a estabilidade ao fogo, a troca prolongada de experiências à explosão, a continuidade à alta intensidade, o fogo brando à faísca.
E olha que ela curte sexo casual, sexo em elevadores e sexo a três.
Acho que deve ter algo a ver com resultado final, preservação de sentimentos e seletividade de memórias.
Da última vez que ela amou sem sentir o fogo interior, foi marcado um casamento, foram apresentadas as respectivas famílias, foram feitos planos, foi feita uma cirurgia e foi terminado o relacionamento.
Ainda hoje morro de curiosidade para saber o que aconteceu naquele hospital para que ela desistisse do "homem da sua vida".
Será que ela se apaixonou por alguém?
Tenho uma amiga em Curitiba que ama sem se apaixonar.
É até engraçado como ela prefere a estabilidade ao fogo, a troca prolongada de experiências à explosão, a continuidade à alta intensidade, o fogo brando à faísca.
E olha que ela curte sexo casual, sexo em elevadores e sexo a três.
Acho que deve ter algo a ver com resultado final, preservação de sentimentos e seletividade de memórias.
Da última vez que ela amou sem sentir o fogo interior, foi marcado um casamento, foram apresentadas as respectivas famílias, foram feitos planos, foi feita uma cirurgia e foi terminado o relacionamento.
Ainda hoje morro de curiosidade para saber o que aconteceu naquele hospital para que ela desistisse do "homem da sua vida".
Será que ela se apaixonou por alguém?
terça-feira, maio 20, 2003
Voltas
É engraçado como o mundo dá voltas.
Aquela que foi meu maior amor platônico dos tempos da faculdade, trabalha hoje quatro andares acima de mim.
Nós estamos bem diferentes hoje, eu e ela.
Eu estou um pouco mais pesado, solteiro, feliz e cheio de motivos para ser otimista.
Ela está com algumas olheiras, bem mais gorda do que naquela época, casada, grávida e com ainda mais motivos para ficar alegre.
Acho que alguém lá em cima gosta de mim.
É engraçado como o mundo dá voltas.
Aquela que foi meu maior amor platônico dos tempos da faculdade, trabalha hoje quatro andares acima de mim.
Nós estamos bem diferentes hoje, eu e ela.
Eu estou um pouco mais pesado, solteiro, feliz e cheio de motivos para ser otimista.
Ela está com algumas olheiras, bem mais gorda do que naquela época, casada, grávida e com ainda mais motivos para ficar alegre.
Acho que alguém lá em cima gosta de mim.
Inspiração 2
Quando pensei pela primeira vez em escrever algo relacionado a sentimentos e relacionamento, eu achava que o "cara ser batido" era o Fabio Hernandez, que escreve a coluna mensal "O homem sincero" na Revista Vip.
Também gosto da Ailin Aleixo, mas o meu favorito sempre foi o Fábio que tinha no tio Fábio, um homem sábio do interior, o grande guru. Sempre achei que era daquele jeito que eu deveria escrever.
Não sei se foi por incompetência ou por pura mudança de opinião, mas hoje já não tenho a pretensão de clonar o estilo do Fábio. Não sei se vou chegar a ter um estilo próprio mas quero continuar a ler o estilo Fábio Hernandez assinado pelo próprio.
Esta inspiração foi um pouco diferente daquela que consegui com a Zita mas considero que ambos são responsáveis por todas as besteiras que forem colocadas neste blog.
Quando pensei pela primeira vez em escrever algo relacionado a sentimentos e relacionamento, eu achava que o "cara ser batido" era o Fabio Hernandez, que escreve a coluna mensal "O homem sincero" na Revista Vip.
Também gosto da Ailin Aleixo, mas o meu favorito sempre foi o Fábio que tinha no tio Fábio, um homem sábio do interior, o grande guru. Sempre achei que era daquele jeito que eu deveria escrever.
Não sei se foi por incompetência ou por pura mudança de opinião, mas hoje já não tenho a pretensão de clonar o estilo do Fábio. Não sei se vou chegar a ter um estilo próprio mas quero continuar a ler o estilo Fábio Hernandez assinado pelo próprio.
Esta inspiração foi um pouco diferente daquela que consegui com a Zita mas considero que ambos são responsáveis por todas as besteiras que forem colocadas neste blog.
segunda-feira, maio 19, 2003
Os cinco fatores
A mesa do Montecristo estava cheia de copos e pratinhos. Era outra época e ainda não estávamos cercados de profissionais (da noite) e de panacas bombados (de todas as horas). O sol do sábado brilhava forte e, pra variar, eu havia esquecido os óculos escuros no carro.
Não sei de onde veio a idéia, mas entre um chope e outro eu, o Paraguayo e o Presidente começamos a discutir sobre o que era mais importante em um relacionamento. É espantoso que esse papo tenha começado antes que qualquer um estivesse caindo de bêbado, mas até que o resultado final foi legal.
Pegando o que cada um disse naquela noite e juntando um pouco de delírio romântico cheguei a uma coisa que chamei de “os cinco fatores”. A idéia é definir mais ou menos o que faz com que um relacionamento dê certo e o que a gente pode fazer para dar uma forcinha ao destino.
Os tais cinco fatores são os seguintes:
1 – atração: é preciso achar a outra pessoa atraente, interessante, sentir tesão por ela e querer estar com ela;
2 – inteligência: é fundamental poder conversar sobre os mesmos assuntos, ensinar o que se sabe e aprender o que a outra pessoa viveu antes de você;
3 – objetivos comuns: os projetos de vida têm que ser compatíveis para que não haja frustração e para que ninguém abra mão de algo que valoriza apenas para manter o relacionamento;
4 – origens comuns: esta foi aproveitada de uma conversa com um tio, casado duas vezes e com mais estórias do que o Pato Donald (adoro quando minha mãe usa esta expressão); a idéia é que os parceiros tenham os mesmos valores e criações para que a estrutura do casal não sofra com as manhas de um ou as regras do outro;
5 – sentimento: esta é bem óbvia; é preciso amor, paixão, dor de estar longe, alegria de olhar para uma foto, arrepio ao sentir o perfume, coisinhas assim, sem importância mas vitais.
O grande lance desses cinco fatores não é o exagero de um e a nulidade de outra mas sim o equilíbrio entre todos. Neste caso é muito melhor cinco medianos do que dois “super” e três “micros”.
É óbvio que mesmo o equilíbrio não garante que o relacionamento dê certo mas posso garantir que ajuda um bocado.
Para ajudar um pouquinho mais é sempre bom ter um pouquinho de respeito e as tradicionais concessões que fazem o inferno e a delícia do casal.
Mas este assunto fica para outro dia.
A mesa do Montecristo estava cheia de copos e pratinhos. Era outra época e ainda não estávamos cercados de profissionais (da noite) e de panacas bombados (de todas as horas). O sol do sábado brilhava forte e, pra variar, eu havia esquecido os óculos escuros no carro.
Não sei de onde veio a idéia, mas entre um chope e outro eu, o Paraguayo e o Presidente começamos a discutir sobre o que era mais importante em um relacionamento. É espantoso que esse papo tenha começado antes que qualquer um estivesse caindo de bêbado, mas até que o resultado final foi legal.
Pegando o que cada um disse naquela noite e juntando um pouco de delírio romântico cheguei a uma coisa que chamei de “os cinco fatores”. A idéia é definir mais ou menos o que faz com que um relacionamento dê certo e o que a gente pode fazer para dar uma forcinha ao destino.
Os tais cinco fatores são os seguintes:
1 – atração: é preciso achar a outra pessoa atraente, interessante, sentir tesão por ela e querer estar com ela;
2 – inteligência: é fundamental poder conversar sobre os mesmos assuntos, ensinar o que se sabe e aprender o que a outra pessoa viveu antes de você;
3 – objetivos comuns: os projetos de vida têm que ser compatíveis para que não haja frustração e para que ninguém abra mão de algo que valoriza apenas para manter o relacionamento;
4 – origens comuns: esta foi aproveitada de uma conversa com um tio, casado duas vezes e com mais estórias do que o Pato Donald (adoro quando minha mãe usa esta expressão); a idéia é que os parceiros tenham os mesmos valores e criações para que a estrutura do casal não sofra com as manhas de um ou as regras do outro;
5 – sentimento: esta é bem óbvia; é preciso amor, paixão, dor de estar longe, alegria de olhar para uma foto, arrepio ao sentir o perfume, coisinhas assim, sem importância mas vitais.
O grande lance desses cinco fatores não é o exagero de um e a nulidade de outra mas sim o equilíbrio entre todos. Neste caso é muito melhor cinco medianos do que dois “super” e três “micros”.
É óbvio que mesmo o equilíbrio não garante que o relacionamento dê certo mas posso garantir que ajuda um bocado.
Para ajudar um pouquinho mais é sempre bom ter um pouquinho de respeito e as tradicionais concessões que fazem o inferno e a delícia do casal.
Mas este assunto fica para outro dia.
sexta-feira, maio 16, 2003
Inspiração
A idéia de escrever alguma coisa e deixar disponível na Internet ( o meu entendimento deste mistério chamado “blog” ) surgiu em conversas com uma amiga que não tem nada de velha mas é muito querida.
A Zita ( Rocha ) é uma moça muito talentosa que escreve e se abre ( no melhor sentido da palavra ) em um lugar muito legal chamado Bordeaux. Vale a pena a visita.
Mas voltando à inspiração...
Eu nunca tive a pretensão de ser escritor já que o que me falta em talento me sobra em discernimento, mas acabei sentindo uma tentação depois que passei a colocar mais energia na vontade de ajudar os outros a entender e resolver questões ligadas ao amor, ao sexo, ao futuro e ao relacionamento humano em geral.
Não que eu seja um poço de conhecimento, mas acho que penso de forma muito simples e não tenho medo de me intrometer onde, além de ser chamado, sou convidado de honra!
Nessa brincadeira acabei criando algumas regrinhas que já renderam muitos beijos na boca, lágrimas, rolos, momentos divertidos e lembranças para mim e para os desafortunados que me escutaram.
Lendo o blog da Zita acabei achando que valia a pena arriscar e expor alguma coisa, mesmo que todo mundo ache aquilo ridículo e ingênuo.
Como a maioria dessas “leis” surgiram em conversas em um dos inúmeros bares que já freqüentei, o nome do blog me pareceu bastante óbvio.
Me parece que não estou fazendo isso por quem vai ler mas sim por quem vai escrever. Por incrível que pareça esse sou eu mesmo!
Sendo assim, como dizia o Acayabe do meu saudoso Bambalalão, senta que lá vem estória!!
Ah, uma última coisinha: não sei se vou ofender alguém ao não fazer do meu blog exatamente um diário mas...não tô nem aí, tá!!!
A idéia de escrever alguma coisa e deixar disponível na Internet ( o meu entendimento deste mistério chamado “blog” ) surgiu em conversas com uma amiga que não tem nada de velha mas é muito querida.
A Zita ( Rocha ) é uma moça muito talentosa que escreve e se abre ( no melhor sentido da palavra ) em um lugar muito legal chamado Bordeaux. Vale a pena a visita.
Mas voltando à inspiração...
Eu nunca tive a pretensão de ser escritor já que o que me falta em talento me sobra em discernimento, mas acabei sentindo uma tentação depois que passei a colocar mais energia na vontade de ajudar os outros a entender e resolver questões ligadas ao amor, ao sexo, ao futuro e ao relacionamento humano em geral.
Não que eu seja um poço de conhecimento, mas acho que penso de forma muito simples e não tenho medo de me intrometer onde, além de ser chamado, sou convidado de honra!
Nessa brincadeira acabei criando algumas regrinhas que já renderam muitos beijos na boca, lágrimas, rolos, momentos divertidos e lembranças para mim e para os desafortunados que me escutaram.
Lendo o blog da Zita acabei achando que valia a pena arriscar e expor alguma coisa, mesmo que todo mundo ache aquilo ridículo e ingênuo.
Como a maioria dessas “leis” surgiram em conversas em um dos inúmeros bares que já freqüentei, o nome do blog me pareceu bastante óbvio.
Me parece que não estou fazendo isso por quem vai ler mas sim por quem vai escrever. Por incrível que pareça esse sou eu mesmo!
Sendo assim, como dizia o Acayabe do meu saudoso Bambalalão, senta que lá vem estória!!
Ah, uma última coisinha: não sei se vou ofender alguém ao não fazer do meu blog exatamente um diário mas...não tô nem aí, tá!!!
Subscrever:
Mensagens (Atom)