terça-feira, dezembro 21, 2004

Ficando adultos

Dois dos meus mais queridos amigos vão começar 2005 com uma enorme novidade nas suas vidas e nas suas rotinas: ambos vão dividir o teto (e o resto) com as namoradas.
É a confirmação do passar do tempo, do amadurecimento e da mudança das prioridades.
Ainda ontem encontrei com um deles. Aliás, com dois, já que também estava com outro grande amigo que tomou a dianteira e se casou há poucos meses.
Parece que foi ontem que nos encontramos durante a Copa da França, montamos a Diretoria e saímos colecionando bocas e experiências.

Passamos por muita coisa desde então.
Foram algumas namoradas, diversas idas a Floripa, alguns Reveillons memoráveis, mais porres do que eu posso contar, fantasias realizadas, noites mal dormidas e muita, mas muita gente legal que se agregou ao nosso grupo.
Algumas dessas pessoas constituíram grandes amores, outras grandes decepções e outras ainda estão na nossa vida de um jeito ou de outro.
De uma forma geral, deixamos uma boa impressão ao longo do tempo, apesar de eu ter consciência de a unanimidade neste caso é impossível. Sempre vai existir alguém magoado e se sentindo injustiçado.
Infelizmente assim é a vida e nós também podemos nos colocar nessa posição. Afinal de contas, amar é um risco que temos que correr.

A decisão desses meus dois grande amigos me marca de forma definitiva.
Justamente eu que dava a impressão de que seria o primeiro a juntar as escovas de dentes, acabei "sendo ultrapassado" e correndo o risco de ser o último a crescer.
Se não fosse meu amigo francês...

Fico feliz ao sentir que todos eles estão muito conscientes do que estão fazendo.
Existe amor, existe desejo e existe saudade.
Isso em lembra de algo marcante dito pelo Presidente há alguns anos: se ele sente saudade da menina é por que ela vale a pena.
Se é assim que eles se sentem, que a felicidade os acompanhe nessa nova vida.
Que o teto dividido permita apenas a entrada de coisas positivas, alegres e enriquecedoras.
Que Deus faça as escolhas certas para eles e que isso seja motivo de uma felicidade ainda maior.
Que venham os herdeiros e meus sobrinhos.

Pensando bem, já sinto saudades, mesmo antes de saber se meu destino será me afastar deles e deixar de vê-los com frequência.
Vai ser bom para todos nós, mas não dá para não sentir nostalgia da nossa história.
Acrescentando um pouco à máxima do Presidente, só amizades verdadeiras geram saudade.

Um brinde à Diretoria!
Que 2005 seja o ano em que nós finalmente crescemos!

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Retribuição

O Professor precisa de ajuda.
O cara que sempre me ajudou a reforçar esperanças e simplificar atitudes está vivendo uma indefinição com relação ao futuro e não esconde o sofrimento que isso causa.
Tem a ver com futuro, com família, com amor e com trabalho.
Mais ou menos como a minha situação atual. E como a de milhares de pessoas mundo afora.
A grande diferença é que neste caso talvez eu possa fazer alguma coisa.

Seguindo a nossa tradição de suporte e motivação, tentei fazê-lo entender que as coisas não estavam tão ruins e que o tombo levado na primeira iniciativa não era sinal de que tudo estava perdido.
Até entendo que ele não tenha se animado tanto. Acho que eu agiria da mesma forma. Mas como acho que ele também faria a mesma coisa, segui martelando a esperança no resultado positivo no final.
Não sei se ele comprou a minha idéia, mas a cara melhorou e (espero) o ânimo também.

É uma curiosa coincidência que ambos tenhamos objetivos de mudanças radicais no estilo de vida e que os resultados não estejam aparecendo como desejado.
Não adiantou muito planejar todos os passos que daríamos. A realidade não se importou muito com isso e nossa energia acabou sendo minada.
Mas assim como tenho certeza que nenhum de nós vai desistir, sei que vamos continuar sendo uma fonte inesgotável de incentivo e fortificação.
Mais ou menos como o que o Presidente fez hoje ao admitir que gostaria muito que eu seguisse sendo o seu fiel companheiro nas aventuras paulistas, mas que aceita sem problemas se Deus decidir que o resto da minha vida deve ser passado no cerrado mineiro.
Acho que é para isso que servem os amigos-irmãos.
Tenho sorte de ter um bom número deles.

O legal é que eles até imaginam o papel que terão no momento em que eu passar a jogar no time dos casados.

sábado, dezembro 11, 2004

Doador universal

Para interromper um pouco a sequência de assuntos sérios, queria tratar de um conceito divertido que vi recentemente enquanto assistia ao filme "Sexo, amor e traição".
Apesar de ser uma comédia rasa e despretensiosa, o filme acabou me divertindo e me fazendo rir abertamente em várias ocasiões. Isso sem falar que o filme é estrelado pela Malu Mader, o que por si só já o credencia como um dos clássicos da cinematografia mundial.


O filmePosted by Hello

Aliás, coube à própria Malu a incumbência de ensinar a todos o que seria um doador universal em termos sexuais. Segundo a mulher-vinho de sobrancelhas grossas e sotaque nojentamente delicioso, o tal doador universal seria um cara que se comporta com as mulheres da mesma forma que o sangue O positivo o faz com relação aos demais tipos: manda bem com todas.
Apesar de parecer um tanto quanto irreal, acho que até dá para acreditar em pessoas (homens e mulheres) que não necessitem de paixão, envolvimento ou romance para fazer do sexo uma experiência maravilhosa para todos os parceiros. É quase como usar uma fórmula infalível em um assunto onde todos sabemos não existir fórmula alguma.


A musaPosted by Hello

As palavras da personagem da Malu tinham endereço certo: o personagem do Fábio Assunção, um cara sem vínculos e guiado por uma racionalidade só visível quando não se veste nada. Em bom português, o tal personagem pensava com a cabeça de baixo e não sentia muita culpa enquanta transava com as mulheres dos amigos.
O plural aqui é proposital pois mais de uma mulher casada se rendeu aos seus encantos sexuais e saiu falando maravilhas da sua performance.

Tentei puxar da memória alguma coisa parecida no meu histórico de vida e só consegui algum traço de similaridade quando abri um pouco o leque e incluí os beijos.
Apesar de não causar tanto frissom quanto o lendário beijo do Léo Jaime, o meu já rendeu elogios de diferentes tipos de moças, da descasada à semi-virgem.
Acho que devo me sentir feliz por ter algo que pode ser considerado como universal para o universo feminino. Apesar de não ser o tal doador universal, acho que consegui deixar uma boa impressão e algumas bolas dentro ao longo da vida.
Sorte da minha mineira!

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Para a frente e para trás

Há algumas semanas atrás o Projeto Uberlândia deu os primeiros sinais efetivos de vida: fui chamado para uma entrevista em uma grande empresa da cidade.
Na verdade, eu fui chamado para conversar com a empresa que faz a seleção e a contratação de pessoas para essa grande empresa, mas para mim dava tudo na mesma. O fato é que eu tinha uma entrevista agendada.
Isso foi motivo de comemoração para a minha mineira e acho que ganhei algumas boas noites de carinho como prêmio pelo meu aparente sucesso.

Como eu já me julgava preparado para encarar as diferenças de mercado de trabalho entre Uberlândia e São Paulo, achei que seria uma simples questão de verificar minha adequação à vaga, discutir benefícios e assinar o contrato. Eu já esperava um salário menor e uma estrutura menos "generosa" do que a atual.
Pois é. Eu esperava mas não estava preparado para o que encontrei.

Antes de detalhar o que rolou, acho que vale a pena descrever a conversa que tive depois com o Professor.
Eu estava angustiado com as condições de trabalho e levei isso para nossas conversas de escovação de dentes. Eu nem estava pensando se a empresa tomaria a decisão de me contratar e já estava lamentando as minhas perdas com a mudança.
Para minha total surpresa, o Professo foi extremamente simples no comentário. Ele me perguntou o que era mais importante naquele ponto da minha vida, a carreira ou a minha mineira. Respondi o óbvio - a minha mineira - e caí na real sobre o que realmente estava envolvido naquela questão.
Percebi que alguns amigos meus jamais fariam aquele tipo de concessão, mas eu não era esses meus amigos.
Notei que toda a minha vida foi levada tendo como prioridade algo mais íntimo e recompensador do que o trabalho.
Aceitei que o dinheiro sempre havia sido um mal necessário na minha vida e que ter um pouco menos dele na mão todos os meses não seria o final do mundo.

Além de me aliviar o peso dos ombros, o Professor ainda me saiu com mais uma: eu não era obrigado a permanecer naquele emprego para sempre, mas o importante era colocar um pé em Uberlândia e conseguir o objetivo de estar mais perto da minha mineira.
Era brilhante de tão simples. E eu, com todo o meu conhecimento enciclopédico e analítico, jamais havia percebido isso.
A fórmula era simples: dar um passo atrás na carreira significaria dois passos a frente naquilo que realmente era importante para mim. E posteriormente a carreira poderia voltar a avançar e a acompanhar os outros aspectos da vida.

Pensando bem, acho que nem vou comentar os detalhes da proposta que recebi.
Isso fica meio sem peso depois de tudo que contei, ainda mais por que a empresa não me chamou por achar que eu não me encaixava no perfil.
Pelo menos agora eu acho que estou um pouco mais preparado para dar o tal passo atrás e não sofrer tanto com o processo. Vai ser duro ter muito menos din din no bolso para gastar, mas vai valer a pena.

Só fica uma pergunta que ainda não consegui responder: será que eu sacrificaria tanto a minha carreira a ponto de ir para Uberlândia sem emprego?

Quem sabe a resposta venha nos próximo capítulos?

domingo, novembro 21, 2004

Catarse

O Professor me disse recentemente que eu estou em catarse.
Antes que eu pudesse retribuir a ofensa, ele me explicou o significado do termo e acho que concordei com ele. Segundo essa explicação, a tal catarse seria um período meio estático, parado, sem opções, que precede uma grande decisão ou mudança na vida da pessoa.
Se esse é o significado, acho que se encaixa perfeitamente no que estou vivendo agora.
A indefinição do meu destino pessoal e profissional me deixa meio paralisado, meio baratinado.

Não saber se vou, se fico ou se isso vai prejudicar a relação com a minha mineira não me agrada nada. Temos tido discussões mais frequentes e eu tenho ficado sensivelmente mais incomodado.
Não sei se tudo se deve à indefinição, mas tenho certeza que essa danada atrapalha bastante.

Outra coisa que o Professor mencionou foram as emoções descontroladas.
Sempre fui explosivo por natureza, mas com a idade acabei conseguindo segurar esse monstro interior e ser uma pessoa um pouco mais agradável.
Infelizmente para a minha mineira, esse monstrinho tem mostrado a cara diversas vezes e ela tem sido a vítima mais frequente.

Sei que a situação não depende só de mim, mas entendo que a minha parte da brincadeira é continuar a buscar meu lugar ao sol e não matar ninguém no processo.
Tenho que ser algo que nunca consegui ser: paciente.
Tenho que buscar meu objetivo, mas aceitar o que Ele decidir para mim.
Tenho que cuidar bem da minha mineira para não me arrepender depois.
Tenho que tomar vergonha na cara e crescer.

Pensando bem em tudo isso, é fácil.
Difícil é arrumar outra pessoa que me complemente tanto quanto a minha mineira.
Cada vez mais percebo que meu pezinho doente encontrou o chinelinho velho que precisava. Sorte do pezinho.

Como não me resta outra alternativa, que venha essa tal catarse.
Vou aplicar algumas coisinhas que aprendi com um amigo professor de jiu jitsu.



quinta-feira, novembro 11, 2004

Dores de amores

Mas que cazzo está acontecendo com os homens deste planeta!?!?!?!?
Ultimamente tenho tido contato com uma série interminável de tristezas sentimentais vividas por amigas queridas. Em comum apenas um comportamento meio egoísta, desinteressado até por parte dos parceiros. Será que foi decretada alguma revolução e ninguém me contou?

Se não, por que diabos aquela pessoa pequena de tamanho e enorme de coração estaria sofrendo tanto por um cara que já declarou que ela está em quarto plano na vida dele?
Será que está certo dizer a alguém que se não existir nada no trabalho, na família e nos amigos, eles até podem pensar em ser ver?
Ou será que soa gentil dizer à namorada (por que é assim que eles se declaram) que não se tem certeza se existe vontade de passar o feriado inteiro com ela?
Se eles fossem ficantes, tudo bem, mas isso não me parece coisa de quem namora.
Na minha modesta opinião, o namoro envolve muito mais do que isso, envolve comprometimento, concessão e companheirismo.
Tudo bem que o cara acabou de sair de um relacionamento doído, mas se ele não está preparado para encarar outra pessoa de forma decente, que fique em casa ou que vá trabalhar. Encher o saco de quem quer amar é que não pode!
Se a pessoa quer seguir vivendo a vida como se nada estivesse acontecendo, para que namorar? Vai ficando e vê o que dá!
Infelizmente para essa minha pequena amiga, essa fase já passou e agora só fica a dor e a decisão de lutar ou fugir.

O caso da dançarina é um pouco pior: eles foram casados durante quatro anos e de repente ela se viu com um marido infiel e que declarava que a culpa de todos os problemas do mundo era dela.
Até hoje não entendo muito bem essa estória já que a conheço muito pouco, mas sei que as responsabilidades sobre o sucesso do relacionamento nunca são de uma só pessoa. Sempre depende de ambos, do esforço e concessões de ambos.
Só não consigo imaginar que raio de megera ela pode ter sido para merecer tanta tristeza e choradeira. Daqui a pouco a moça vai secar de tantas lágrimas derramadas.

A amiga de Curitiba, a quem carinhosamente chamo de Polaquinha, é o último caso recente. Felizmente ela é a que sofre de forma menos intensa já que seus últimos relacionamentos não permitem um envolvimento mais profundo e as feridas acabam sendo menos doloridas.
Mesmo assim, acho que ela mereceria uma outra chance de ser feliz, uma nova companhia que estivesse disposta a amar e a formar um casal. Parceiros de prazer não se encaixam nesse quesito, apesar de terem a sua cota de participação na vida de qualquer pessoa solteira e saudável.
Seria muito bom para o crescimento e afirmação dela que o próximo a se aproximar do seu sorriso tivesse algo mais a oferecer do que outro sorriso. Que venha o conteúdo!

Queria poder fazer algo mais por elas, queria poder estalar os dedos e mudar a situação, queria poder torná-las felizes com os caras que amam ou que desejam.
Infelizmente a vida não é tão fácil e não posso fazer muito mais além de passar horas ao telefone e contar piadas para arrancar sorrisos infantis.

Nessas horas me sinto tão pequeno...

sábado, outubro 30, 2004

Presente, passado e futuro

Até que para ter sido meu potencial último aniversário comemorado em Sampa, o barulho da última quinta foi bem divertido.
Por alguns instantes eu senti o tradicional medo do fracasso, mas depois que chegou o primeiro convidado tudo ficou melhor e eu pude cair na cerveja.
O curioso é que esse primeiro corajoso a chegar ao bar foi justamente um cara que conheci há muito pouco tempo, mas que fez questão de me prestigiar. Acho que alguma coisa eu ando fazendo certo quando me relaciono com as pessoas.

Correção: por alguma razão esotérico-celestial, eu não consegui me matar de beber e parei na terceira Erdinger. Foram duas loiras, uma mulata, uma coca (light lemon, meu mais recente vício) e um sanduíche no pão ciabatta. Nada mais. Nenhum outro aditivo químico, físico ou psicológico se misturou ao meu sangue naquela noite.

O boteco se revelou bastante agradável e mesmo com uma certa falta de espaço, as pessoas se acomodaram bastante bem e niguém teve muitas razões para reclamar.
É claro que surgiram contratempos (cervejas chocas, garçons demasiadamente blasé, convidados impacientes), mas tudo acabou muito bem.

Como era de se esperar, se formaram grupos de acordo com a origem das pessoas.
A faculdade estava lá representando o passado. Quase todo o círculo interno estava lá, com direito a esposas e filhas encomendadas. Tudo muito carinhoso e cúmplice.
Eles pareciam tão felizes quanto eu.

No presente estava a Diretoria e o pessoal da "firma".
Todos muito bem animados e colocando o papo em dia, afinal de contas, um dos Diretores (o de Relações Públicas) estava de volta de uma demorada lua-de-mel no Velho Continente. Havia muita coisa para contar e depois tenho que me atualizar.
Nos dois grupos foram sentidas ausências importantes: não havia Presidente, não havia Primeira Dama e não havia o Professor. Senti falta deles mas entendo que não foi por falta de vontade e carinho que eles não estavam lá. Quem sabe da próxima?

O futuro se mostrou apenas na voz. A minha mineira me ligou várias vezes e em todas mostrou aquilo que me motiva a deixar as coisas que eu amo e buscar uma vida nova.
Me senti muito próximo dela, quase como se ela estivesse ao alcance de um beijo.
Na verdade ela estava, mas acho que me fiz entender.

Senti muita falta também dos meus companheiros de sangue, dos velhos e da minha irmã cineasta. Também entendo os motivos de cada um, mas isso não diminui a falta que eles me fizeram e nem a que farão no futuro.

A ausência do pessoal da FCAV já era esperada. Mesmo depois de dois anos juntos, a gente nunca conseguiu uma intimidade que justificasse a participação nesses eventos.
Mesmo assim, teria sido legal vê-los por lá.

Resumindo um pouco a bagunça, entre ausências sentidas e conversas animadas, acho que foi uma boa comemoração. Se foi a última na minha cidade, serviu bem ao propósito. Fiquei feliz e fiz minha gente feliz. O resto não importa.

quinta-feira, outubro 28, 2004

Perdendo o medo

Hoje comemoro meu 33º aniversário.
Cheguei à idade de Cristo e perdi o medo de comemorar.
Sempre tive receio de fazer festas de aniversário com medo de que as pessoas não fossem, que sobrasse comida ou que eu me visse sozinho no meio de gente desconhecida. Era como um sonho ruim pós-feijoada noturna.
Não tenho mais esse medo. Se a festinha de hoje fracassar, dane-se. Pior para quem não for dividir uma Erdinger comigo.


A deliciosa Erdinger Posted by Hello

Na minha juventude as comemorações de aniversário tinham sempre um ar chileno.
Boa parte da colônia baixava em casa para comer cholgas, pebre, pan amassado e churrasco. Invariavelmente meu velho passava da conta e dava vexame.
Era mais ou menos a mesma coisa ano após ano.
Isso durou até que os vexames começaram a ficar maiores do que a alegria.
Aí eu parei e larguei as comemorações. Nunca mais fiz uma festa em casa.


Empanadas chilenas Posted by Hello

Demorei para voltar a comemorar e quando o fiz, sempre sofria com aquele sentimento de abandono, uma mini-depressão que vinha da insegurança de não ser importante o suficiente para os meus amigos. Na maioria das vezes isso era infundado, uma besteira, mas eu continuava alimentando o medo de fracassar.
Talvez isso tenha algo a ver com minha auto-exigência. Sempre fiz questão de prestigiar qualquer evento dos meus amigos e talvez eu quisesse receber o mesmo em troca. Talvez eu precisasse de aprovação, tal qual o resto do mundo.
Talvez eu não fosse tão auto-suficiente quando queria parecer.

Não sei bem como eu consegui vencer isso e convocar uma tropa de assalto para beber e festar comigo. Não vai ser exatamente uma festa e sei que muita gente não vai pelas mais diversas razões, mas eu vou estar lá dando a cara para bater.
Sei que o Presidente, a minha mineira e os meus pais não vão estar lá, mas quem for vai me fazer muito feliz.
Quem estiver lá será por si só uma razão para matar esse meu medo besta.
Cada coração naquele boteco vai significar uma força a mais no meu peito.
E é disso que é feita a vida: de momentos, de amigos e de batidas fortes no peito.

E que desça mais uma Erdinger!

domingo, outubro 17, 2004

Fim de caso

Uma vez me peguei em uma livraria procurando o livro "Fim de caso" de Graham Greene.
Tinha ouvido falar bem do escritor enquanto estava perdido em Londres e achei que poderia ser legal conhecer esse livro.


Graham Greene Posted by Hello

O grande problema foi a minha falta de tato ao escolher a oportunidade para procurar o tal livro: eu estava recém começando meu namoro com a Rê e isso não caiu muito bem para ela. Segundo um raciocínio que só fui entender depois, eu deveria procurar qualquer coisa que tratasse de relacionamentos começando não do fim deles.

No final das contas e do relacionamento, não li o livro nem vi o filme e não pude entender a visão do escritor sobre o final de estórias que normalmente começam com juras de eternidade, concessão e sacrifício em nome do outro.


Fim de caso Posted by Hello

Não sei se gosto de chamar meus namoros de casos. Isso me remete a coisas passageiras e sem importância e nenhum deles foi assim.
Posso não ter me apaixonado loucamente por todas as minhas namoradas, mas certamente eu não passei a chamá-las assim pensando em ter outra companhia na semana seguinte.
Se não era para sempre, pelo menos eu acreditava que duraria e que eu seria feliz no processo.

Até que na maioria deles isso aconteceu de verdade. Por mais reticente que eu tenha sido em alguns, acho que dei sorte e namorei meninas que tinham algo a acrescentar à minha vida naquele momento. Umas mais outras menos, é certo, mas todas acabaram sendo legais de alguma maneira.
Já devo ter falado sobre isso em algum momento da vida deste blog, mas acho legal voltar ao tema e comparar o que já aconteceu com aquilo que estou vivendo neste momento.

O primeiro fim foi "cantado": a gente estava amadurecendo, eu havia acabado de voltar de um processo de abertura de horizontes, ela queria manter o status quo e eu já não achava que o sacrifício valia a pena.
Já não era mais legal me submeter aos desmandos do pai e ao ciúme "sargento" dela.
Simplesmente desisti do relacionamento sem declarar abertamente.
Como era de se esperar, ela declarou e a gente foi ver o que mais havia na vida.

O segundo foi surpreendente de duas maneiras: a primeira é que eu sofri mais do que esperava e muito mais do que eu admitia publicamente.
A segunda é que ela decidiu tudo sozinha, sem ao menos curtir uma crise ou uma discussão. Não teve nem graça.
Aquela mineira não me deixou fazer parte da vida dela e eu achava que por isso estava imune a lágrimas e baixo astral. Não estava e todos os meus perceberam isso.
Do jeito que veio, ela se foi: no controle de tudo.

Não sei se posso considerar a terceira nesta mesma categoria. Foi tudo tçao fugaz que alguns nem diriam que foi um namoro.
De qualquer maneira, como eu a considerei minha namorada, acho que devo considerar também o rompimento.
Terminamos por telefone sob a alegação de que a família se opunha e que ela não queria comprar a briga.
Mais uma vez havia uma família colocando pedras no meu caminho e mais uma vez em perdia na comparação.

Com a seguinte, a já mencionada Rê, eu estava bem mais seguro sobre os rumos do relacionamento. Nem assim eu consegui controlar a coisa quando começamos a nos afastar. Foi quase que natural e mais ou menos uma inversão do que rolou com a mineira: eu não sabia o que fazer com ela e não estava disposto a ser a solução para a neuras que ela tinha.
Não a deixai entrar na minha vida e até fiquei aliviado quando ela saiu.

O quinto rompimento....esse eu não quero viver.
Não tenho nada a dizer sobre ele e não quero pensar em como eu ficaria se ele acontecesse.
Neste caso, não reconheço a existência do fim. Só quero começar de novo, continua e insistentemente. Quero renovar nosso lance até que não consigamos nos reconhecer no espelho. Aqui sim quero que reine Vinícius. Este que quero que seja eterno.
Este vai ser eterno e definitivo!


Que seja eterno enquanto dure... Posted by Hello

sexta-feira, outubro 08, 2004

Vai ser assim

Nesta última semana eu me peguei imaginando detalhes da decoração de uma casa que ainda não tenho.
Por mais vantajoso que seja morar com os pais e gozar dos confortos e mimos que isso acarreta, estou sentindo uma necessidade crescente de um canto onde largar as meias sujas sem que algum dia alguém passe recolhendo e reclamando.
Fiquei com ainda mais vontade de ter a minha estante de livros, meu armário de CDs, meus cabides de roupas e minhas contas de condomínio. ´
Parece loucura, mas quero amadurecer de vez.

No meu último devaneio havia uma estante fechada por todos os lados mas aberta na frente. Não havia vidro nem portas, apenas espaços quadrados amplos e fundos. Eram como espaços de grandes gavetas. Só os espaços. Eram cerca de nove, dispostos três a três. Era tudo muito parecido com o que vimos no Dedo de Moça de Itacaré.


O modelo Posted by Hello

Cheguei a ver os mimos de viagem que eu e a minha mineira planejamos colecionar.
Já temos as primeiras peças, mas ainda não temos os tais "espaços de gavetas"

Os pôsteres de cinema e de música estavam grudados na parede da sala de TV. Não havia nenhum quadro. Os atores e músicos eram o próprio papel de parede. O nariz do Keanu Reeves acabou constituindo um ótimo lugar para uma das tomadas do computador e os pêlos do Chewbacca acabaram tornando o ambiente bem mais caloroso.
É certo que ver um filme olhando para tudo aquilo deixaria qualquer um com dor de cabeça, mas não é nada que uma inversão estratégica de posição não resolvesse.
180 graus depois estaria tudo perfeito.

O quarto era minimalista: a cama, um criado e o despertador. Nada de montes de armários nem de enfeites nem de penduricalhos. Só paredes limpas e cheiros agradáveis.
Na minha imaginação havia uma cama japonesa, daquelas bem baixinhas que mais pareciam colchonetes, mas a minha mineira já matou a idéia no ninho e terei que me acostumar com a impessoal e universal cama box, bem ao estilo americanóide.

O Oliver e o meu saudoso amigo Joubert eram a inspiração para a cozinha: havia um monte de peças penduradas e muitos condimentos eram retirados de uma fileira de vasinhos que eu cultivava com carinho, somente na hora de usar .


Jamie Oliver no seu Fifteen Posted by Hello

Se eu quisesse uma pizza marguerita era só dar alguns passos, localizar o vaso do manjericão e tosar um par de ramos.
Para escorrer o macarrão bastava retirar a peça do ganchinho e eliminar o excesso de água. Ah, o pegador para a massa sairia de outro ganchinho e a concha para o molho de um terceiro. Tudo muito a mão, tudo muito aparente. Nada de ordem exagerada, nada de limpeza sem vida.

Acho que essa era a principal característica da minha casa de sonhos: nada era arrumado demais, nem certinho demais, nem quadrado demais.
Nada era demais. Só o meu prazer em chegar e estar naquele meu cantinho, naquele meu esconderijo.
No meu reino, o importante era se sentir bem e não exatamente parecer bem.

terça-feira, setembro 28, 2004

Mimos

Neste ano acabaram acontecendo duas coisas que me deram acesso a algo que eu deveria ter visto há muito tempo.
Primeiro eu consegui parar um pouco na frente da TV e vi a programação da Sportv. Até aí nada de extraordinário já que ver televisão é um hábito que nem todo mundo aprecia e que muitos renegam fanaticamente.
O grande diferencial foi o tipo de cobertura que a mesma Sportv resolveu dar para as Paraolimpíadas de Atenas. Para quem não sabe, de uns tempos pra cá, os Jogos Olímpicos tradicionais vêm sendo acompanhados por jogos Paraolímpicos, onde acabamos vendo gente com ainda mais determinação e vontade de vencer do que os atletas tradicionais.
Li em algum lugar que bem sempre as Paraolimpíadas foram realizadas no mesmo lugar dos jogos tradicionais, mas acho que fica muito mais legal assim já que a atenção do mundo fica focada no mesmo lugar por um pouco mais de tempo.

Outra coisa que eu não sabia é que existem categorias dependendo do grau de deficiência da pessoa. Isso faz muito sentido já que não parece muito justo colocar uma pessoa que não tem braços nem pernas para competir com alguém que "só" não coordena bem o movimento do braço esquerdo.
É justamente aí que acabei ficando ainda mais impressionado: ver um chinês sem braços ganhar a prova dos 200m medley na natação foi demais!
Apesar dele estar competindo com pessoas com um grau de deficiência semelhante, dava para sentir que a vontade de viver e de vencer do chinesinho era muito maior do que eu algum dia sonhei. Além de me emocionar com aquela força de vontade, acabei começando a reconhecer os meus mimos. Mais tarde isso ficaria bem mais explícito.

Outro evento ligado a essa auto-análise aconteceu com o Professor: ele teve seu carro roubado e acabou tendo que fazer o "reconhecimendo do corpo" em uma delegacia do Jardim Ângela. Pelo que ele me disse, toda a fama de feiúra e barra pesada que o lugar sempre teve é mais do que justificada. Apesar de estar cercado de policiais bem armados e preparados para ataques, ele se sentiu extremamente inseguro e vulnerável.
Mas foi outro tipo de sentimento que me chamou a atenção. O que quero contar aqui é a criação do conceito de mimo: depois de voltar para casa, o Professor olhou para seus problemas e começou a se sentir envergonhado de reclamar tanto da vida.
Enquanto ele tinha que lidar com o corte da grama da casa de Mauá, com a preguiça do caseiro ou com os problemas do trabalho, as famílias da favela não sabiam se seus filhos voltariam inteiros da escola ou da compra de um pão na padaria.
Para eles, a vida era muito mais básica: era sobreviver ou não.

Antes que surja algum tipo de pensamento da escola MST, não tenho a intenção de julgar ninguém e nem acredito que a culpa pela miséria de uma família da favela possa ser atribuída a outra do Tucuruvi. Não desejo me considerar culpado por ter tido oportunidades que outros não tiveram. Não desejo e não farei isso.
Prefiro me conscientizar daquilo que o Professor chamou de mimos, por que é isso que tenho que enfrentar como problema: nada mais do que mimos.
Problema é que aquele tipo de família tem. Problema é o que um cara sem braços tem para realizar atividades banais como escovar os dentes. Problema é encarar a alegria de viver que muitas dessas pessoas demonstram. Problema é parar de olhar para o umbigo, agradecer pelo que temos e tentar viver cada vez melhor com nossas limitações. Problema é assumir os mimos e tentar ser um pouco mais feliz.

quarta-feira, setembro 15, 2004

Proximidade

Desta vez passou bem perto!
O tal do casamento pegou um cara que já fez parte do meu círculo interno de amigos mais íntimos. Não quero perder tempo narrando o que o levou a perder o posto de amigo de fé. Prefiro falar da experiência mais próxima que tive com o casamento.

É engraçado e até curioso que eu tenha sentido essa proximidade, mesmo que a minha amizade com ele já não seja essas coisas.
Acho que a sensação tem a ver com a idéia que alimentei durante anos. Sabe a idéia de amizade eterna e de invulnerabilidade? Pois é, era isso que eu pensava dos caras que aprendi a chamar de Diretoria.
Hoje em dia já não dirigimos nada. Só com o Presidente eu consigo manter a postura de irmão. Com os demais fica a amizade forte (ou quase isso).

Esse meu amigo não se casou na igreja. Critérios religiosos e culturais o fizeram optar por uma cerimônia-com-festa-sem-sacerdote. Um lance assim meio Huck e Angélica, sabe?
Não que eu ache que a igreja tem que fazer parte do pacote, mas é que estava acostumado a olhar altares e vitrais enquanto o padre entediava os convidados.
Nesta cerimônia rolou apenas a entrada da noiva (de branco) acompanhada do pai, o corredor de convidados e algum tipo de benção proferida por um amigo da família.
Ah, tivemos também a presença ilustre do juiz de paz para cuidar do aspecto legal da coisa.
Tudo muito simples, tudo muito sóbrio, tudo muito legal, a não ser a sensação de que eles poderiam ter chegado lá de forma muito mais fácil e carinhosa.
Digo isso com propriedade pois fui um dos infelizes que apreciou da camarote boa parte dos desrespeitos que rolaram de lado a lado nestes anos todos. Parece incrível que pessoas que se hostilizaram tanto tenham chegado ao altar.

Mas eles chegaram e eu não sinto a mínima vontade de relembrar os detalhes ruins.
Outras pessoas quase que igualmente próximas, fizeram comentários durante o casamento, mas eu não. Preferi enterrar o passado e fazer como o amante não correspondido do filme "Simplemente amor": disse "enough" para tudo aquilo.
Para mim, aquele dia encerrava um grande ciclo de equívocos e simbolizava a esperança de vida melhor para ambos.
Aliás, de vida melhor para todos nós, que não mais testemunharemos os barracos que eles adoravam proporcionar.

Que assim seja e que os problemas fiquem bem mortos!

quinta-feira, setembro 09, 2004

Pausa

Acabei de voltar de férias.
Passei 18 dias longe de casa, do trabalho, do meu mundo e do blog. Não me arrependo nem um pouco do desleixo e ócio que me dominou nas últimas semanas. Eu precisava dar uma parada.
Definitivamente, tirar férias é algo quase tão bom quanto sexo e comida mineira. Ainda mais quando se consegue fazer isso com quem se gosta, conhecer o que se quer e não ter que prestar contas a ninguém. Santa independência!

Bom, como fiquei algum tempo sem escrever no blog, a idéia era contar aos poucos as coisas que rolaram nesses últimos dias. Era, por que decidi contar essas outras estórias de um jeito diferente do que estou acostumado.
Decidi criar um novo blog somente para as minhas viagens e colocar o máximo de detalhes que eu conseguir, de forma a manter vivas as lembranças na minha mente e, eventualmente, ajudar algum amigo necessitado de informações e dicas práticas.
Para quem quiser conferir o que rolou, o Seguindo Gulliver está à disposição.

sexta-feira, agosto 20, 2004

Intervalo

Mais uma vez vou conseguir me livrar do pelourinho do trabalho e sair zanzando pelas estradas no país.
Ainda não tenho "bala" para dar a volta ao mundo - ainda - e também não dá para passar uma semana torrando no verão europeu.
Como também não tenho como fazer a Trilha Inca e conhecer Macchu Picchu antes que afunde, tenho que me contentar com o tradicional passeio de carro.

Se bem que desta vez será "o" passeio: serão aproximadamente 5500km rumo norte, destino final Lençóis na Chapada Diamantina. Até chegar lá passarei por diversos lugares legais e trarei mais um caminhão de estórias para contar.
Na volta conto algumas delas.

Até mais ver!

terça-feira, agosto 17, 2004

Vai entender

Alguém aí conhece uma pessoa que tenha vivido mais de 20 anos com o primeiro homem que conheceu na vida (no sentido bíblico, tá?), tenha se separado dele ao descobrir uma das inúmeras infidelidades cometidas ao longo dos anos, não tenha tido coragem de ir para a cama com nenhum dos inúmeros pretendentes que apareceram e tenha voltado a namorar o "marido" depois de alguns meses?

Pois é, eu conheço e não me conformo até agora.
É certo que eu tenho um conhecimento muito raso de tudo que ela viveu, mas essa idéia de recebê-lo novamente na cama, mas não na vida, me soa como retrocesso, como involução.

Explicando um pouco melhor: antes da separação, em uma época onde ela ainda fingia felicidade, ocorreram algumas tentativas de pagar a infidelidade na mesma moeda.
Ele tentou e tentou mas nunca conseguiu ir além de beijos clandestinos em ruas pouco movimentadas. Nenhum homem jamais conseguiu convencê-la a jogar tudo para o alto e aproveitar o momento. Por mais seduzida e envolvida que estivesse, ela sempre abortava as missões e voltava para casa com a cabeça cheia de culpa.
Isso durou até que ela pôs um ponto final no casamento.

À partir daí ela podia cair na bandalheira e experimentar novos relacionamentos e prazeres. Foi exatamente isso que ela fez, mas não da maneira tradicional.
Praticamente todas as suas experimentações se deram através da net: sexo virtual frequente através do Messenger, enormes contas de telefone por causa das transas com caras de outro estado, e-mails impublicáveis e torpedos de baixo calão. Tudo muito safado, tudo muito sujo, tudo muito seguro.
O "problema" estava exatamente aí: ao fazer questão de manter todos os prazeres no mundo virtual, ela se protegia de novas decepções e de novos sabores.
Afinal de contas, é muito mais fácil interromper uma troca de e-mails do que um casamento. No virtual não existe a vida comum, os filhos, a casa construída com esforço de ambos, enfim, não há laços fortes. É só ligar computador, gemer, gozar, desligar e dormir intocada.

Apesar de acreditar na validade da experiência não-física, entendo que não se deva fugir do mundo através dessas ferramentas. Não é por que se sofreu uma vez que toda e qualquer pessoa que chegar perto da gente vai trazer o mesmo tipo de resultado.
Nesse caso, fugir da briga me parece muito pior do que aceitar o fracasso, sacudir a poeira, lamber as feridas e partir para outra.

Faz muito tempo que não sei dela, mas é possível que neste exato momento ela esteja saindo de algum motel da cidade depois de mais uma tórrida transa com o ex-marido.
Tudo muito na surdina, claro.
Já pensou se as filhas descobrem que eles "voltaram"??
E é provável também que, ao chegar em casa, ela ligue o computador e volte para seus "amantes". Afinal de contas, ela é uma mulher livre e tem que variar, não é?
Me lembro perfeitamente dela dizendo que se soubesse o benefício que a separação traria, ela teria partido para isso há muito mais tempo.
Vai entender.

quarta-feira, agosto 11, 2004

O que vale mais?

Não sei se todo mundo se sente meio acuado às vezes no trabalho.
É mais ou menos como uma sensação de "o que que eu estou fazendo aqui?" que aparece bem na hora em que caminhamos para a bebedouro e falamos uma besteira qualquer para a secretária.
É exatamente nesse momento crucial e vital da vida profissional (que só perde para a hora do almoço) que a gente consegue parar e se desligar um pouco do stress, do e-mail e do telefone. É aí que vc consegue pensar com mais liberdade. É aí que a coisa fica ainda mais preta.

Acho que foi em um desses momentos que eu comentei com o Professor a respeito de uma oportunidade tentadora oferecida por um amigo. Antes que surjam comentários indecentes, a tentação não envolvia sexo, amor ou drogas, mas sim dinheiro e trabalho.
Esse meu amigo está vivendo uma carreira meteórica em uma empresa européia e acaba privilegiando os companheiros na hora de formar novas equipes e de distribuir a riqueza do mundo.
Foi exatamente nesse espírito que conversamos sobre a chance de me juntar a ele no estilo "Dallas" de viver. Conversamos bastante e combinamos de acertar algumas coisas para que eu pudesse me preparar melhor para o processo seletivo. Foi muito bom tê-lo me ajudando e dando dicas sobre as eventuais entrevistas com os encarregados, principalmente com o "quase Lúcifer" chefe espanhol dele.

Acho que esse é mais um motivo para avisá-lo logo que não vou mais tentar o emprego.
Se não fosse isso, o fato dele ser um dos meus grandes amigos da faculdade me obrigaria à retratação.

O tal emprego significa dobrar meus ganhos anuais, viajar um monte, ter um monte de regalias e passar a lua-de-mel em Paris, mas mesmo assim estou deixando para outra.
Pode parecer falta de juízo, mas a decisão foi muito fácil de tomar: eu simplesmente perguntei e ela disse "não". Isso para mim basta.

Analisando a decisão de forma matemática, de nada adianta ter grana para comprar um monte de coisas e para passar semanas na Europa se não vou ter a minha mineira do meu lado. Infelizmente, o mundo não está tão moderno como para que se possa ir ao Wal Mart e comprar uma mulher para amar. Não há Amazon no mundo que me entregue o que tenho hoje. Não há E-bay onde eu possa arrematar uma mulher que valha a pena.
É exatamente por ela valer a pena que estou me retirando da disputa.
Corro o risco de virar piada para os meus amigos, mas enfrentar isso também faz parte da decisão. É como o Professor me disse: é tudo uma questão de prioridade.
E nesse quesito, nada é mais prioritário do que a minha mineira.

Bem, talvez um terceiro título mundial para o Tricolor possa chegar perto, mas nunca se igualar a ela.
É como disse o filho do cearense: é a vida, é mineira e é bonita.

terça-feira, agosto 03, 2004

Por que gosto de comédias românticas

Dia desses eu assisti novamente ao filme "Simplemente amor".
Acabei usando o fato da minha mineira não ter visto o filme para massagear um pouco mais meus sentimentos românticos.
O engraçado é que ela achou curioso um cara como eu gostar tanto desse tipo de filme. Acho que coisas como "Matrix" e "Guerras nas estrelas" combinam mais com a minha "fama de mau".
Mal sabem eles que isso não passa de fama.

Apesar de me colocar em uma posição vulnerável a críticas por parte dos "estudiosos" e "acadêmicos", o que gosto mesmo no cinema é ver coisas agradáveis, moças bonitas, cenas românticas e finais felizes. Não gosto de pensar demais e de sair do cinema com cara de conteúdo. Acho que cinema não é para isso. Um livro talvez tenha que causar esse tipo de efeito, ou um programa de TV ou um artigo de jornal. Não um filme. Não algo que tem como função primordial o entretenimento.
Gosto de pensar, de debater e de discutir, mas não gosto de ver filmes que me obriguem a fazer isso. Prefiro sair do cinema com o olhar meio mareado e com a alma renovada de esperança em algo melhor.

Gosto de pensar que o amor que o Hugh Grant viveu em "Quatro casamentos e um funeral" é real, palpável e testemunhável.
Gosto de me sentir gaguejando como o John Cusack em diversos filmes quando tenta conversar com a mulher dos seus sonhos.
Gosto de parecer patético como o Jason Lee e seus eternos papéis de nerd adolescente.
Gosto da Winona Ryder, da Julia Roberts e da Kate Beckinsale.


Posted by Hello

Quando era mais novo, assistir aos primeiros filmes da Brat Pack foi catártico.
Os amores mal sucedidos e as brigas eternas me pareciam um sonho de consumo. Eu precisava arrumar alguém para amar e dividir aquilo comigo. Não precisava ser a Molly Ringwald ou a Ally Sheedy. Uma moça real e simples serviria.
Infelizmente só pude ter a minha versão do "Primeiro ano do resto de nossas vidas" alguns anos depois. Tive que "ralar" muito para viver minha parcela de paixões e decepções.


Posted by Hello

Não sei se a minha mineira percebeu, mas algumas lágrimas acabaram escapando dos meus olhos durante a cena dos cartazes. Era a segunda vez que eu via o filme mas não pude deixar de me imaginar fazendo aquilo por algum amor. Poucas vezes via algo tão simples significar tanta coisa, principalmente o "enough" que o cara soltou depois de ter escancarado o coração.

Outro dia esse meu gosto peculiar acabou servindo de combustível para as brincadeiras da amiga de uma amiga.
Tenho que admitir que é meio brega esse tipo de gosto, mas não é algo que eu possa mudar. Na verdade, é algo que eu não quero mudar.
Gosto de comédias românticas e pronto!!!

E Deus abençoe John Hughes!!!

domingo, agosto 01, 2004

Da França

Recentemente um amigo querido voltou depois de dois anos e pouco de um exílio mais ou menos auto-imposto em uma cidadezinha do sul da França.
Ele esteve em Epinal a mando da empresa e não conseguiu voltar até que a mesma empresa desse o sinal verde e arrumasse um lugarzinho para ele.

Foi meio tragi-cômico ver a situação esquisita causada pela empresa: ele não pediu para ir, teve que largar um monte de coisas por aqui (MBA e apartamento em construção, entre outras coisas) e quando quis voltar, a empresa disse que não havia vagas. Seria desesperador se não fosse revoltante.
Com tudo isso, ele ficou mais tempo do que era previsto, comeu mais queijos, bebeu mais vinhos e teve menos mulheres.


 Posted by Hello

É exatamente esse ponto que quero explorar neste momento: ele nunca foi dos mais atirados em termos de paquera e das poucas namoradas que sei que ele teve, pouquíssimas devem ter sido conquistadas devido a alguma abordagem verborrágica ou simpatia extrema. Tenho a impressão que ele é uma versão extrema de mim, que não agrado a ninguém logo de cara e preciso de tempo e papo para me mostrar interessante.
Partindo do princípio que ele precisa de uma certa "ajudinha" da menina, acabamos ficando em um beco sem saída em um país como o nosso, onde muita gente acha que só o homem pode demonstrar interesse pela mulher, nunca o contrário.

Ainda bem que existem mulheres com a última namorada oficial que ele teve.
Ela foi meio que "encomendada" por um casal de amigo e veio do Rio com a firme intenção de laçá-lo mesmo que fosse necessário o uso da força.
Como ela era muito bonita e interessante, acho que não foi difícil convencê-lo a se entregar.
O problema parte exatamente daí: depois dela, ficou difícil conjugar tantos pontos favoráveis e seus contatos com mulheres acabaram ficando para lá de bissextos.
Não vem ao caso a frequência de transas da vida dele. O que nos interessa no momento é a companhia e o sentimento.
Trocando em miúdos: a turma inteira está mobilizada para arrumar uma namorada para ele!!

Alguns de nós se esforçam mais do que outros, mas acho que todos gostariam de vê-lo feliz com alguém novamente. Não que ele não seja feliz agora. Acho até que ele está bem assim, mas não há ninguém que consiga sustentar por muito tempo que uma vida com alguém que se ama não seja melhor do que ir a bares com amigos e ficar em casa vendo os jogos do Brasileiro pela TV.

Algumas candidatas já surgiram mas até agora nada.
Acho que vou ter que colocar o meu dedo nessa mistura para que o caldo entorne um pouco mais. Vou ter que assumir o meu ancestral papel de cupido (além do de psicólogo) para colocar as coisas no lugar e não deixar ninguém da turma sem companhia.
Talvez possa surgir algo dos contatos da minha mineira no Planalto Central, mas eu aposto minhas fichas em algo mais para o Sul, aberta preferência do nosso amigo "europeu".
Espero que o que estejamos fazendo seja certo e dê resultado e espero também que ele nos ajude e tome ao menos um mínimo de atitudes, Na verdade, ele não precisa fazer muita coisa. Ser um pouco mais simpático e animado seria o suficiente.
Será que pedir muito??
Sei que sim, mas não custa nada sonhar, né?

quarta-feira, junho 30, 2004

Para que escrever?

A coisa começou como brincadeira. Mais ou menos como uma forma de agradar a Zita que achava que eu teria algo a dizer.
Ao menos para ela eu sempre dizia algo que prestava.
Já mencionei isso logo quando comecei o blog, mas sempre vale a pena lembrar dos amigos sumidos. Espero que ela esteja legal.

Passei um bom tempo escrevendo como louco. Era uma avalanche de "coisas para dizer" e uma necessidade de estar sempre registrando pensamentos que cheguei a achar que tinha algum talento. Até recebi elogios pelo jeito "leve" de contar meus causos, mas comecei a me cansar do compromisso. É mais ou menos como tudo na minha vida: quando passa a loucura inicial, eu deixo de lado e "boa sorte".

Parte da energia "criativa" se deveu ao hábito pessoal de sempre imaginar coisas para dizer aos amigos. Um conselho, uma piada, um elogio, tudo era ligado aos amigos e às pessoas queridas.
Eu costumava estar no banho ou na aula de natação quando pintava alguma idéia e eu começava a construir as frases na cabeça. O rendimento na aula ia para o vinagre, mas o texto saía. Nem sempre o resultado era dos melhores, mas o que valia era o registro.

Hoje em dia estou um pouco cansado e sem energia para manter o "filhote" vivo.
É engraçado como a postagem foi evoluindo ao longo do tempo: de vários post diários passei a cinco semanais, a três e hoje, no máximo, publico um texto por semana. Talvez me faltem amigos (já que sempre adorei escrever sobre eles), talvez eu tenha percebido que não sou mesmo feito para a coisa ou talvez seja apenas falta de tempo.
O fato é que eu gostaria de fazer algo legal, algo que gerasse sorrisos e alegria em quem lê e não sei se estou conseguindo isso.

Talvez eu precise dar um tempo e acumular mais estórias antes de querer registrá-las.
Talvez eu precise fazer logo aquela viagem de volta ao mundo para ter material para mais uns 2500 posts.
Talvez eu precise me casar e mudar daqui de vez.
Talvez eu precise de dengo...

quinta-feira, junho 17, 2004

Transplante

Sempre pensei que o namoro e o casamento seriam coisas fáceis de conseguir. Era até ingênuo achar que eu me casaria aos 28, que teria um casal de filhos e a esposa ficaria bonita para sempre.
Nada mais adolescente e católico do que esse modelo familiar quadrado e perfeitinho.

Pensei desse jeito até bem pouco tempo atrás. Até encontrar alguém que realmente me deu vontade de casar.
Nem preciso dizer que essa pessoa chegou sem se importar muito com o que eu havia planejado antes e me pegou com 32 sem desculpas para manter a pós-adolescência.
Não que isso realmente importasse depois que a encontrei, mas por que cargas d´água ela tinha que morar tão longe. Será que era pedir muito encontrar a tal "mulher para casar" aqui em Sampa ou, no máximo, em Mogi??

Para ser bem sincero, ela também não curtiu muito a idéia de namoro à distância, mas o velho charme andino venceu as barreiras e ela não teve escolha a não ser se render e gozar.
Foi aí que eu comecei a frequentar o Triângulo Mineiro, a virar "sócio" do Cinemais do Center Shopping, a entender o significado de Expozebu e a idolatrar um certo Tutu de feijão com receita de família.
Mal sabia eu que o próximo verbo da lista poderia ser "morar".


 Posted by Hello

Por mais que eu curta Sampa e suas maluquices, nunca fui avesso à idéia de me mudar para outra cidade em busca de felicidade e sossego. Mesmo assim nunca havia pensado em me mudar por amor e jamais me havia passado pela cabeça me afastar ainda mais do mar.
O sonho da mudança sempre me levava para o Atlântico e para o Sul. Floripa, Joinville, Blumenau...não importava tanto o nome, mas tinha que ser em Santa Catarina. Mas como a gente só pensa que tem controle sobre a vida que leva, a minha bússula acabou apontando para o Cerrado.

Mas até que isso não é tão complicado assim.
UDI (apelido carinhoso de Uberlândia) é uma boa cidade para criar os filhos que não tenho e para não ver as peças de teatro que perco toda semana aqui em Sampa. Também dá para comer em um japonês "marromeno" e escutar música sertaneja na Transamérica.
Tenho que ser sincero ao dizer que me mudar para UDI não é o que sonhei para a minha vida, mas sou ainda mais sincero ao confessar que para ficar com ela, vale a pena.

Vale a pena não poder mais descer a Consolação a pé, respirando a fumaça dos ônibus e desviando dos mendigos que dormem em frente ao cemitério.
Vale a pena não ficar entupido na São Gabriel tentando ir para o Originla.
Vale a pena deixar de correr o risco de ter o celular roubado na Praça da República.
Vale a pena casar com a minha mineira.


 Posted by Hello

sexta-feira, junho 11, 2004

Para o dia dos namorados

Este post vai fugir um pouco da regra auto-imposta de escritos semanais. Acontece que estou com um pouco mais de tempo e queria deixar algumas sugestões para o dia dos namorados que está aí.

Na verdade, trata-se mais de uma lista de comédias românticas leves do que um "top ten" com relação à qualidade ou aos talentos dramáticos dos atores.
É claro que tem algumas preferências pessoais, mas não teria graça se elas não existissem.
A idéia aqui é romance e como tal, quanto mais açúcar, melhor.
Divirtam-se.

1 - Quatro casamentos e um funeral (Four weddings and a funeral), 1994, de Mike Newell;


 Posted by Hello

Cena preferida: quando o Charles (Hugh Grant) gagueja e se declara para a Carrie (Andie Macdowell).

2 - Escrito nas estrelas (Serendipity), 2001, de Peter Chelsom, site;


 Posted by Hello

Cena preferida: o momento em que o Jonathan (John Cusack) encontra o dolar com o telefone da Sara (Kate Beckinsale).

3 - Como se fosse a primeira vez (50 first dates), 2004, de Peter Segal, site;


 Posted by Hello

Cena preferida: o filme que o Henry (Adam Sandler) faz para a Lucy (Drew Barrymore).

4 - Simplesmente amor (Love actually), 2003, de Richard Curtis, site;


 Posted by Hello

Cena preferida: a declaração de amor do Mark (Andrew Lincoln) para a Juliet (Keira Knightley), esposa do seu melhor amigo, toda escrita em cartazes.

5 - Um lugar chamado Notting Hill (Notting Hill), 1999, de Roger Michell, site;


 Posted by Hello

Cena preferida: a entrevista/declaração de amor do William (Hugh Grant) para a Anna (Julia Roberts).

6 - Uma linda mulher (Pretty woman), 1990, de Garry Marshall;


 Posted by Hello

Cena preferida: a Vivian (Julia Roberts) cantando "Kiss" do Prince dentro da banheira de espuma.

7 - Afinado no amor (The wedding singer), 1998, de Frank Coraci;


 Posted by Hello

Cena preferida: o Rob (Adam Sandler) cantando uma canção de amor para a Julia (Drew Barrymore) em pleno vôo.

8 - 10 coisas que odeio em você (10 things I hate about you), 1999, de Gil Junger, site;


 Posted by Hello

Cena preferida: a declaração de amor em forma de lista da Katharina (Julia Stiles) para o Patrick (Heath Ledger).

9 - Tenha fé (Keeping the faith), 2000, de Edward Norton, site;


 Posted by Hello

Cena preferida: o momento em que o Brian (Edward Norton) e o Jacob (Ben Stiller) vão encontrar a Anna (Jenna Elfman) no aeroporto.

10 - A dama e o vagabundo (Lady and tire tramp), 1955, de Hamilton Luske, Clyde Geronimi e Wilfred Jackson;


 Posted by Hello

Cena preferida: o beijo sem querer na hora de dividir um espaguete.

terça-feira, junho 08, 2004

O primeiro

A primeira vez foi bem fácil. Não havia muita tensão nem preocupação de nenhum dos lados.
Eu simplesmente me despedi (ou fingi fazer isso) com um beijo no rosto e um abraço leve, coloquei minha mão na nuca dela e quando me afastava, me aproximei novamente e a beijei na boca.
Ela já esperava por aquilo e correspondeu abertamente.
Não sei desde quando eu estaria "autorizado" àquela liberdade, mas o que se seguiu foi muito tranquilo e gostoso.
Estávamos dentro do carro e a noite de Sampa não nos ameaçava em nada. Era até meio irresponsável estar ali, àquela hora, na rua, mas pra gente pouca coisa importava além do gosto da boca um do outro.

Ambos já tínhamos boas estórias de beijos. Ela mais do que eu, é verdade, mas o número acabava ficando irrelevante àquela altura.
Ambos já havíamos passado pela "brincadeira" do primeiro beijo, da primeira experiência, do primeiro amor.
Muita coisa já não era mais novidade, mas ainda assim o nosso primeiro demorou um pouco. Não, demorou não, criou expectativa.

Dois dias antes do primeiro, ainda na mesma semana, rolou um ensaio, uma prévia do tipo de vida que estava sendo preparada para a gente.
Era nosso primeiro jantar, um evento exploratório mais do que nada. Conversamos por horas, sempre tentando parecer interessantes um para o outro. Só depois de algum tempo é que fui perceber que já éramos interessantes para o outro, mas foi bom começar devagar.
No final da noite fui levá-la em casa como manda o figurino. No primeiro ato, um beijo no rosto e um "até amanhã" esperançoso.
Acabei saindo do carro e fui acompanhá-la até o portão. Fui recompensado com outro demorado beijo no rosto e um abraço gostoso. Um segundo ato perfeito.
Como a comissão técnica do céu estava do nosso lado, o portão estava fechado e tínhamos que ir até o lateral. De mãos dadas, descemos a rua sorrindo, trocamos outro beijo no rosto, ainda mais demorado do que o anterior e finalmente nos desgrudamos.
O terceiro ato para nos matar de vontade de um novo jantar.

Toda essa felicidade com beijos no rosto e repetidas despedidas explica um pouco o que sentimos no primeiro beijo.
Não dava vontade de se desgrudar, de se despedir. No que nos dizia respeito, o mundo poderia acabar em barranco. Já estávamos encostados. E melhor, estávamos encostados um no outro.
Não precisei inventar "mileuma" como o Adam Sandler em "Como se fosse a primeira vez". Para minha sorte, só precisei de uma tentativa.
Para a nossa sorte, ela se lembrava de mim no dia seguinte.


 Posted by Hello