quarta-feira, agosto 11, 2004

O que vale mais?

Não sei se todo mundo se sente meio acuado às vezes no trabalho.
É mais ou menos como uma sensação de "o que que eu estou fazendo aqui?" que aparece bem na hora em que caminhamos para a bebedouro e falamos uma besteira qualquer para a secretária.
É exatamente nesse momento crucial e vital da vida profissional (que só perde para a hora do almoço) que a gente consegue parar e se desligar um pouco do stress, do e-mail e do telefone. É aí que vc consegue pensar com mais liberdade. É aí que a coisa fica ainda mais preta.

Acho que foi em um desses momentos que eu comentei com o Professor a respeito de uma oportunidade tentadora oferecida por um amigo. Antes que surjam comentários indecentes, a tentação não envolvia sexo, amor ou drogas, mas sim dinheiro e trabalho.
Esse meu amigo está vivendo uma carreira meteórica em uma empresa européia e acaba privilegiando os companheiros na hora de formar novas equipes e de distribuir a riqueza do mundo.
Foi exatamente nesse espírito que conversamos sobre a chance de me juntar a ele no estilo "Dallas" de viver. Conversamos bastante e combinamos de acertar algumas coisas para que eu pudesse me preparar melhor para o processo seletivo. Foi muito bom tê-lo me ajudando e dando dicas sobre as eventuais entrevistas com os encarregados, principalmente com o "quase Lúcifer" chefe espanhol dele.

Acho que esse é mais um motivo para avisá-lo logo que não vou mais tentar o emprego.
Se não fosse isso, o fato dele ser um dos meus grandes amigos da faculdade me obrigaria à retratação.

O tal emprego significa dobrar meus ganhos anuais, viajar um monte, ter um monte de regalias e passar a lua-de-mel em Paris, mas mesmo assim estou deixando para outra.
Pode parecer falta de juízo, mas a decisão foi muito fácil de tomar: eu simplesmente perguntei e ela disse "não". Isso para mim basta.

Analisando a decisão de forma matemática, de nada adianta ter grana para comprar um monte de coisas e para passar semanas na Europa se não vou ter a minha mineira do meu lado. Infelizmente, o mundo não está tão moderno como para que se possa ir ao Wal Mart e comprar uma mulher para amar. Não há Amazon no mundo que me entregue o que tenho hoje. Não há E-bay onde eu possa arrematar uma mulher que valha a pena.
É exatamente por ela valer a pena que estou me retirando da disputa.
Corro o risco de virar piada para os meus amigos, mas enfrentar isso também faz parte da decisão. É como o Professor me disse: é tudo uma questão de prioridade.
E nesse quesito, nada é mais prioritário do que a minha mineira.

Bem, talvez um terceiro título mundial para o Tricolor possa chegar perto, mas nunca se igualar a ela.
É como disse o filho do cearense: é a vida, é mineira e é bonita.

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