quarta-feira, setembro 15, 2004

Proximidade

Desta vez passou bem perto!
O tal do casamento pegou um cara que já fez parte do meu círculo interno de amigos mais íntimos. Não quero perder tempo narrando o que o levou a perder o posto de amigo de fé. Prefiro falar da experiência mais próxima que tive com o casamento.

É engraçado e até curioso que eu tenha sentido essa proximidade, mesmo que a minha amizade com ele já não seja essas coisas.
Acho que a sensação tem a ver com a idéia que alimentei durante anos. Sabe a idéia de amizade eterna e de invulnerabilidade? Pois é, era isso que eu pensava dos caras que aprendi a chamar de Diretoria.
Hoje em dia já não dirigimos nada. Só com o Presidente eu consigo manter a postura de irmão. Com os demais fica a amizade forte (ou quase isso).

Esse meu amigo não se casou na igreja. Critérios religiosos e culturais o fizeram optar por uma cerimônia-com-festa-sem-sacerdote. Um lance assim meio Huck e Angélica, sabe?
Não que eu ache que a igreja tem que fazer parte do pacote, mas é que estava acostumado a olhar altares e vitrais enquanto o padre entediava os convidados.
Nesta cerimônia rolou apenas a entrada da noiva (de branco) acompanhada do pai, o corredor de convidados e algum tipo de benção proferida por um amigo da família.
Ah, tivemos também a presença ilustre do juiz de paz para cuidar do aspecto legal da coisa.
Tudo muito simples, tudo muito sóbrio, tudo muito legal, a não ser a sensação de que eles poderiam ter chegado lá de forma muito mais fácil e carinhosa.
Digo isso com propriedade pois fui um dos infelizes que apreciou da camarote boa parte dos desrespeitos que rolaram de lado a lado nestes anos todos. Parece incrível que pessoas que se hostilizaram tanto tenham chegado ao altar.

Mas eles chegaram e eu não sinto a mínima vontade de relembrar os detalhes ruins.
Outras pessoas quase que igualmente próximas, fizeram comentários durante o casamento, mas eu não. Preferi enterrar o passado e fazer como o amante não correspondido do filme "Simplemente amor": disse "enough" para tudo aquilo.
Para mim, aquele dia encerrava um grande ciclo de equívocos e simbolizava a esperança de vida melhor para ambos.
Aliás, de vida melhor para todos nós, que não mais testemunharemos os barracos que eles adoravam proporcionar.

Que assim seja e que os problemas fiquem bem mortos!

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