Linha dura
A primeira impressão que tive dela estava relacionada à parte física: achei que uma menina pequena como aquela não poderia ter personalidade forte e nem dar tanto trabalho para ter seu coração conquistado.
Tenha certeza que não fui o único a pensar isso, afinal de contas ela parece mesmo ser uma menininha: magrinha, delicada, de proporções pequenas, não dá mesmo para associá-la a coisas fortes e incisivas.
Mas não é que essa moça adora contrariar as primeiras impressões de quem a conhece?
Foi assim com a gente em Fortaleza: nos vimos em alguns dos passeios que fizemos juntos e acabamos combinando umas poucas saídas. Ela estava com uma amiga e eu, com o Presidente.
Por mais que tivéssemos a impressão de que elas estavam paquerando outros caras do grupo, acabamos nos divertindo bastante por lá. Não chegamos mais longe do que isso e foi até meio surpreendente que nosso contato tivesse voltado para o Sul.
Eu e ela nunca fomos mais do que amigos. O mesmo não pode ser dito do Presidente, mas não é sobre isso que quero falar agora.
Prefiro me concentrar na característica que me parece mais marcante na personalidade dessa descendente de espanhóis: é realmente um osso duro de roer conseguir convencê-la a se entregar a alguém.
Antes de ser mal interpretado quero deixar claro que não sei disso por experiência própria. Como já disse antes, a gente nunca ficou junto e nem rolaram tentativas de nenhuma parte. Não sei se foi falta de vontade, de oportunidade ou simplesmente a vontade de manter aquilo como uma amizade preto e branco mesmo, mas o resultado é esse mesmo: zero a zero.
Bom, o que chamo de “dureza” é um dos grandes motivos de brincadeiras entre a gente: sempre que nos encontramos, gosto de perguntar quantos ela dispensou nos últimos tempos.
Exagerando um pouco, é mais ou menos assim que rolam os relacionamentos dela: desde o final do namoro de cinco anos (pouco antes da ida para Fortaleza), seus envolvimentos não duram mais do que poucos meses. Normalmente é ela que dispensa o cara dizendo que não tem mais paciência ou algo do gênero.
Parece até que ela curte a variedade, mas quem a conhece sabe que isso está longe da verdade. Acredito que o que ela queira seja estar com alguém pelas razões certas e não pagar qualquer preço para não ficar sozinha. Aliás, essa é mais uma das amigas que admiro pela aceitação do fato de encarar a solidão ao invés da má companhia.
Gosto muito de sair, conversar e me divertir com ela.
Sempre rola um clima bem descontraído, apesar de vez por outra achar que ela só está me zoando!!! Pensando bem, faz parte do pacote de se divertir comigo!!
Uma de nossas últimas conversas mostrou que ela continua carinhosa como sempre e que a tranqüilidade segue sendo uma de suas melhores características. Pode mudar o emprego, a vida, o carro e o namorado, que sempre ela vai continuar com aquele jeitinho doce de mulher em um corpo de menininha.
Gosto disso nela e torço para que a serenidade se transforme logo em amor, filhos e felicidade duradoura.
Na verdade, faço mais do que torcer, rezo. Rezo para que todo esse “pacote” venha no momento certo e que ela consiga manter o ideal de não pagar qualquer preço.
Acho que é assim que tem que ser!!
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