terça-feira, novembro 04, 2003

Impressões – Parte 7

Aliviados por termos mantido nossas carteiras intactas após a passagem por Zurique, tomamos a estrada para a Alemanha. Tínhamos um pouco de medo do que podíamos encontrar na terra de Goethe, mas não havia muito jeito de chegar até Amsterdam por terra.
O caminho mais fácil nos pareceu ser aquele que pegava um breve trecho em território austríaco. Naquela época eu ainda não tinha esse desejo grande conhecer Viena e Praga e por isso não rumamos para o Leste. Queríamos chegar logo a Munique e por isso seguimos a estrada para o Norte.

A primeira boa impressão que tivemos da Alemanha foi logo na estrada.
As tais Autobahn eram o verdadeiro paraíso dos motoristas: asfalto impecável, inclinações para evitar o acúmulo de água, banheiros públicos com descarga e limpeza automáticas, locais para descanso sem o risco de assalto e o melhor, sem limite de velocidade.
O Presidente judiou do Renault 19 diesel e tascou 170km/h sem dó. Infelizmente não éramos os únicos que sabiam da lendária segurança das entradas e freqüentemente éramos quase que atropelados por Mercedes, BMWs e Audis a mais de 200!!! Dava até raiva!!!

A capital da Bavária se mostrou surpreendente desde o princípio.
Apesar do tamanho, não tivemos nenhuma dificuldade para chegar até o albergue. Pensando bem, tivemos sim, tanto que eu desci do carro para pedir informação na recepção de um hotelzinho na entrada da cidade. Quase ficamos por lá mesmo!!! É que a recepcionista era tão linda e simpática que mal me lembrei da pergunta que queria fazer.
Demorei alguns segundos para limpar a baba e logo estávamos no albergue lutando para nos comunicar com os chucrutes da recepção. Todos eles pareciam o Boris Becker e não pareciam muito pacientes para nos dar informações.
Depois da luta inicial, largamos as bagagens, tomamos um belo banho, descansamos uns minutos e nos arriscamos para descobrir o que a cidade poderia nos oferecer.

Eu tinha ouvido falar de um relógio gigante que mostrava as horas através do balé de uma série de bonecos coloridos e por isso nos enfiamos no centro da cidade para tentar ver o espetáculo.
Obviamente estávamos no lugar certo na hora errada e vimos apenas um ou dois bonequinhos e um par de badaladas de sino. Acho que a bagunça se forma mesmo ao meio dia!!
Depois de ver as horas fomos procurar o que comer. Nosso tosco conhecimento do local nos fez procurar comida local, mas infelizmente nenhum de nós sabia como dizer “salsicha” em inglês. Muita perna batida depois, sentamos em uma mesa na calçada e fomos atendidos por uma “alemoa” velha, gorda e mal encarada. Pedimos e nos arrependemos amargamente: a tal salsicha era branca, dura e intragável. Acho que cometemos algum erro e pagamos o preço.
Contrariados, tivemos que abandonar a culinária local e abraçar o Big Mac mais próximo.

O dia seguinte foi passado no complexo olímpico, no museu da BMW e nos jardins do museu da cidade. Na manhã do outro dia seguimos em direção à Floresta Negra e ao sossego de Baden Baden.
Infelizmente para nós, o sossego era maior do que esperávamos e saímos da cidade antes do planejado. Só conseguimos ver velhos nas ruas, gramados impecáveis e um castelo antigo muito bem conservado e aberto à visitação. Algumas fotos depois pegamos a estrada sonhando com Amsterdã.

Antes da Holanda, fizemos um pit stop em Bonn e finalmente tivemos uma boa surpresa: a antiga capital do país era o lar de Beethoven e de milhares de estudantes do mundo todo, inclusive um brasileiro que nos reconheceu na rua e nos levou para tomar litros de cerveja às margens do Reno. Além da cerveja deliciosa, ficamos boquiabertos com uma alemã linda que estava com esse brasileiro e que falava português.
Curtimos um pouco com eles e no dia seguinte finalmente tomamos a estrada para a Holanda.
Tínhamos a esperança de ver os campos de tulipas, os bares para fumar maconha e a mulherada do Red Light District, mas novamente tivemos novas surpresas.

No próximo capítulo: o perfume da Holanda.

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