terça-feira, novembro 11, 2003

Sincronizando

Mais uma vez "Sex in the city" me inspirou a escrever alguma coisa relacionada a sentimentos e relacionamentos.
Ando meio que precisando de inspiração externa. Tenho sofrido o efeito de uma tríade de contra-incentivos, as populares faltas: falta de tempo, falta de assunto e falta de vontade.
Se ao menos meus dois ou três leitores pudessem me sugerir algum assunto....

Mas não é por isso que volto a falar sobre a Kerri e suas amigas.
O sono que sinto hoje é consequência direta do aviso da minha irmã de que às 22:50 começava mais um episódio inédito (no Brasil) da quarta temporada. Como fiquei meio viciado nas estorinhas rápidas do seriado, não consegui resistir e tive que deixar minha cama esperando por mais algum tempo.
Isso me custou a ida à academia, mas acho que ela vai continuar no mesmo lugar hoje à noite.

A cada episódio que vejo, fico com mais certeza de que não me interesso muito pela devoradora de homens, pela certinha carente e pela mega-profissional que não se preocupa muito com nada. Por mais que essa última se pareça muito comigo, o que eu gosto mesmo é de ver os conflitos da Kerri, moça descolada, inteligente e independente que está tendo que aprender a adaptar a sua vida à presença de outra pessoa.
É muito legal vê-la sofrer com suas próprias decisões e ficar meio louca com a presença do namorado dentro da sua casa. Foi ela mesmo que o convidou para morar naquele apê (acho) e por isso mesmo o conflito de interesses e desejos acaba sendo exclusividade dela.

Mesmo que algumas amigas gostem de pensar que o amor é combustivel suficiente para garantir o sucesso de qualquer relacionamento, eu acredito que não é só aí que outras coisas acabam sendo igualmente importantes. O que vi na TV ontem me mostrou que o sincronismos entre as expectativas e as necessidades dos "adversários" têm igual ou maior importância do que os mais puros sentimentos românticos.
Digo isso por que a Kerri ama o Aidan e vice-versa. Ela o ama tanto que abriu mão de um pouco da sua liberdade para tê-lo mais junto e presente. Ele a ama tanto que quer se casar com ela.
Foi exatamente aí que o caldo entornou.

Parece que o amor intenso, o sexo romântico e as milhares de coisas em comum que eles tinham ficaram pequenas perto da alergia quase patológica que ela desenvolveu à assinatura do papel.
É bem importante dizer que ela não era contra continuar dividindo o teto com o homem que amava. A urticária surgiu quando se acrescentou a idéia de compromisso assumido perante outros.
Até um inocente brincadeira com velhos vestidos de noiva acabaram causando violentas alergias à pele daquela mulher acostumada a ser livre, mesmo que isso jamais tenha significado promiscuidade.

Fiquei pensando se eu já tinha vivido algo assim.
Graças a Deus a cena mais parecida com isso que vivi foi a resistência de uma namorada a me incluir na sua vida. Tentei durante algum tempo e acabei tendo que desistir: ela terminou comigo, seguiu sua vida e depois foi embora para se casar.
Não houve tempo para alergias, urticárias e coisas afins.
Não houve a oportunidade de colocar na balança os sentimentos que se tinha e o incômodo de se considerar casado.

Sinceramente, não tenho medo de dizer ao mundo que estou casado. Não acho que isso signifique que perdi alguma coisa ou que vou ter que abrir mão do melhor vida.
Atualmente meu pensamento é exatamente o contrário. Cada vez mais penso em casório com um ganho, uma troca com vantagem.
Espero que o “adversário” esteja na mesma fase da vida e que não exista nenhuma possibilidade de encararmos o problema de sincronismo da Kerri e do Aidan.

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