segunda-feira, novembro 24, 2003

Estar acostumado

Neste final de semana acabei sendo um pouco rude demais com a minha mineira.
Acredito que não havia muita justificativa para o destempero que rolou, mas meu atual estado de stress potencializou algo que poderia muito bem ter sido resolvido com muita conversa e alguns beijos.
O fato é que fiquei nervoso pela insistência dela em dizer que não estava acostumada a fazer determinada coisa e que por isso não havia como fazê-la direito.
Ao invés de brigar, teria sido muito melhor se eu tentasse fazê-la entender que nem sempre a gente faz somente coisa com as quais se está acostumado.

Por mais que eu não goste de grandes mudanças, tenho consciência de vivo uma dicotomia ao exigir de mim mesmo um grande poder de adaptação a qualquer nova situação que eu viva.
Talvez eu consiguisse viver melhor sem essa exigência toda, mas aí não seria eu, não haveria o gosto de ser crica e "analítico".
Não importa se é um novo caminho para casa, se é um novo emprego que encaro ou se é um novo relacionamento que se inicia. Sempre procuro me adaptar o mais rápido possível para que a situação me cause o mínimo de prejuízo ou sofrimento.
Tenho a impressão de que isso tem a ver com sobrevivência (grande Darwin).

Voltando à bronca do final de semana.
Por mais doce que seja, a minha mineira gosta de insistir nessa linha de não estar acostumada com algumas coisas.
Isso costuma me incomodar um pouco, mas desta vez foi complicado. Eu diria que pode até ter sido justificado, mas certamente foi exagerado.
Tenho que tentar entender que talvez essa seja a verdade dela, que talvez ela não entenda isso como uma exigência a cumprir, que talvez ela viva melhor assim.
Acho que esta última frase resume bem o que esta questão deve conter: se a pessoa vive bem com seu próprio grau de adaptação às coisas e situações, que seja assim e que ela continue feliz.

Vou tentar passar isso para a minha doce mineira.
Algo me diz que ela vai entender.

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