sábado, dezembro 06, 2003

Planos de futuro

Tenho falado muito de futuro ultimamente.
Antes de agora, quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, não havia muita razão para mudar o discurso tradicional: eu queria trabalhar, estudar, ganhar dinheiro, comprar coisas, curtir a vida e encontrar alguém para amar.
Hoje em dia, por mais soltas que pareçam as idéias, me é muiot mais fácil saber o que vou fazer. Quer dizer, não sei lá muita coisa, mas não estou muito preocupado com isso.

Meus amigos-irmãos estão sintonizados com meu momento e percebem que meu olhar pede que eles me perguntem. É mais ou menos como se eu quisesse que todos soubessem, mas sem perder o charme da discrição.
As perguntas são, invariavelmente sobre o futuro com a minha mineira.

Recentemente, meu melhor amigo ficou de queixo caído quando eu falei bem sério que tinha a intenção de deixar Sampa para buscar a confirmação prática de algo que já sei no coração.
Por mais que eu já tivesse falado que poderia fazer isso, o fato de ter usado cores tão sérias, quebrou as pernas do brother.
Por mais que ele deseje a minha felicidade e saiba que os motivos são bastante justos, não foi possível esconder o desejo de "reverter a situação", de virar o jogo e fazer a mudança focar São Paulo e não Minas.
Sei que ele fez isso por que gosta de mim, mas fui muito consciente quando decidi que o primeiro passo será para fora.

Quando falo em primeiro passo me refiro a uma tentativa.
Assim como não dá para ter 100% de que tudo vai continuar funcionando com a minha mineira, não dá para saber se vou conseguir encontrar o que fazer longe da minha "cidade natal".
Sinceramente, não estou preocupado com isso. Estou muito tranquilo e sem pressa. Vou dar um passo de cada vez e não quero saber de milimetrar os detalhes do ano que vem.
Ao contrário, quero terminar este ano em grande estilo, visitar minha vó do lado de lá dos Andes, voltar e ver no que dá.

Hoje é sábado, estou aqui em Ubercity, sozinho em casa, mexendo no computador enquanto minha cara-metade está estudando. Me sinto como em um ensaio do que pode vir e me sinto muito bem.
Ontem um grande amigo, quase um amigo-irmão, me disse que só existe uma coisa que é obrigatória nesse processo: a geladeira da casa nova.

Se essa for a maior das minhas preocupações, 2004 vai ser muito fácil de ser vivido.

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