Nunca fui muito com a cara desse Thom Yorke, mesmo que a crítica e os descolados de plantão adorassem o dono daquela cara meio torta e daquela sobrancelha paralisada.
Até tenho alguns CDs do Radiohead, mas nunca morri de paixões por eles.
Entretanto, gostei muito desse verso da música "The eraser" do primeiro álbum solo dele. Achei que ele captou bem esse sentimento esquisito que tenho em mim agora.
Tudo bem que o contexto dele devia ser de amor e relacionamento, mas acabei entendendo tudo como a dificuldade de limpar aquilo que não deveria estar lá, que não me ajuda em nada a seguir em frente como preciso.
Talvez seja melhor definir essa coisa como "ranço emocional".
Pensei em chamá-lo de "sentimental", mas desisti.
A minha parada não é com sentimentos. Estou satisfeito nesse aspecto.
O buraco é muito mais embaixo. É uma coisa de equilíbrio mesmo.
E a leitura do "Febre de Bola" de Nick Hornby não está ajudando muito.
Diferente do que eu tinha visto antes, o inglês usa o livro como jeito engraçado de contar a pobreza de espírito de um obcecado por futebol.
Fiquei até com medo da minha apreciação pelo esporte bretão.
Seria eu um ser deprimente e digno de pena como aquele descrito no desfile de lamentações do livro?
Cheguei à conclusão que não.
E não foi só por que o Hornby usou o amor como redenção para a sua estória.
Também caí na real que tem milhares de outras coisas que são tão ou mais importantes nesta minha existência em carbono e bandalheira.
Para mim também aconteceu de ter um relacionamento substituindo outros interesses, mesmo que esses interesses fossem em outros relacionamentos.
Decidi que tenho esperança.
Nem vou mencionar o bode que está me causando a "mudança" da minha coleção de revistas em quadrinhos para um local não identificado para que minha mãe possa acomodar as coisas do escritório do meu pai.
Essa minha obsessão é assunto para outro post.
Ainda bem que existe o amor e que mesmo um obcecado como o Hornby encontrou nele uma forma de aliviar os medos e viver de uma forma diferente.
Tudo bem que foi um alívio temporário, mas ainda assim vale o registro.
E acho que está na hora de largar esta auto-comiseração.
Não sei de onde vou tirar energias já que o contexto segue o mesmo, mas tenho que dar um jeito nisso. Nem eu me aguento.
Vou terminar este livro e abraçar a Jenna.
Tenho certeza que a minha mineira vai entender que não se trata de adultério, mas apenas de uma revitalização de energias, um escapismo inofensivo.
Acho que ela sabe que será bom para ambos.
Só faltou dizer que a temporada de casa cheia está terminando.
Os sobrinhos estão voltando para casa e os pais vão ficar um pouco mais separados até que as transferências de cidade sejam concluídas.
A julgar pelas brigas na sala da minha casa, é melhor assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário