segunda-feira, agosto 28, 2006

Como criança

"O que eu mais gostei foi o número das trapezistas!"
"Eu adorei o da equilibrista chinesa!"
"Ah, não! O mais divertido foi o do pessoal das cordas elásticas!"


Conseguir um consenso sobre a melhor atração do Cirque du Soleil era tarefa grande demais para mim e por isso nem tentei.
Simplesmente aceitei todas as opiniões que recebi e formulei a minha própria.
Esse tipo de confusão é perfeitamente comum em quem acaba de sair da grande tenda depois de Saltimbanco. Não há outro nome para definir aquelas duas horas de pulos, saltos, equilíbrio e diversão: espetáculo!



E eu, como sempre adorei o circo, parecia uma criança na primeira vez que via os palhaços e os trapezistas!
De certa forma foi uma primeira vez já que eu nunca tinha visto nada sequer parecido com o da companhia canadense.
Se alguém tivesse me filmado durante o show veria uma sequência interminável de queixos caídos, palmas entusiasmadas e olhos arregalados a cada salto inacrditável ou acrobacia inesperada.
Me diverti como nunca!

Quer dizer, quase como nunca.
Segundo a minha mineira, que obviamente estava ao meu lado, somente em uma ocasião ela me viu tão eufórico quanto no Cirque: foi no show do U2, mas aí era uma coisa obviamente mais sentimental do que surpreendente.
Depois que ela me disse isso, acabei me lembrando de outra ocasião em que fiquei tão animado com uma demonstração de arte: a primeira vez que vi o Fantasma da Ópera em Londres. Fiquei dias lembrando dos candelabros que saiam do chão e do barco que "navegava" por cima do palco envolto em névoa. Absurda e inexoravelmentre espetacular.

Quando chegamos em casa, encontramos com o marido da minha cunhada, que nos perguntou a respeito do custo-benefício do espetáculo.
Como esse tipo de afirmação é natural nele e tudo tem que ser traduzido em grana e economia, resolvi relevar (mais uma vez) e simplesmente afirmar que valia cada centavo e que eu pagaria o mesmo quantas vezes fossem necessárias.
Era tudo verdade e minha noite terminou nas nuvens.
Ou melhor, no picadeiro, por que eu também sou de circo.
E que venha o show do ano que vem.
Eu e a minha mineira já estamos lá!

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