segunda-feira, agosto 21, 2006

Pirlimpimpim

Ainda ontem eu jogava bola em um campo de terra batida ao lado da minha casa, assistia a meus amigos soltando pipas (por total falta de habilidade com linhas e papel de seda), rodava peão e ficava revoltado com o tratamento que a Maria Joaquina dava ao pobre Cirilo na novela Carrossel.

De repente, algum desavisado berrou "pirlimpimpim" e eu me vi aqui, 34 anos, casado, funcionário de uma multinacional, cheio de planos, ainda mais cheio de limitações, transformado em uma "manteiga derretida" (choro até com os depoimentos do final de "Páginas da vida") e completamente incrédulo com a transformação da tal Maria Joaquina.

A moça cresceu (muito) e seguiu aparecendo, mais ou menos como todos nós.
Complicado aceitar isso. Quer dizer, todo mundo cresce e isso não tem nada de esquisito, mas é complicado começar a pensar em tudo o que você fez e, invariavelmente, no que deixou de fazer.
Dá vontade de voltar e tentar de novo, decidir coisas diferentes e usar o conhecimento que temos hoje.
Não tem quem não afirme que teria muito mais sucesso no amor, no trabalho e mesmo na vida se pudesse viver aquilo novamente, mas com mais informação.

Feliz ou infelizmente isso não é possível e temos que lidar com nossas realidades, decisões e responsabilidades.
É assim que funciona e não há nada a fazer a não ser seguir em frente e sonhar.
Não que isso seja ruim já que sonhar (ainda) é de graça.

Foto: Terra

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