Nem me lembro quanto tempo fiquei sem abraçar a minha irmã até que o meu casório viesse e proporcionasse a "redenção" para ambos.
A sua mudança para a terra natal não ajudou em nada a nossa aproximação e nem a minha viagem em 2004 adiantou: ela não estava em casa quando a visitei e não conseguimos nem conversar.
Muito tempo e muita mágoa depois, tive a felicidade de vê-la no casório e, obviamente, a minha querida Lelê era um dos principais motivos dessa felicidade.
Eu só não a abracei e beijei como devia por que havia outra pessoa merecendo a minha atenção e era complexo demais inverter as atenções.
Acho que ambas entenderam bem as minhas razões.
Com a nova viagem que estamos prestes a fazer vem uma nova chance de redenção, bem mais simples do que as anteriores, mas ainda assim uma situação delicada.
Agora existe mais um sobrinho para receber meu amor. O irmão da Lelê precisa ser apresentado ao tio "do Brasil" e precisa receber um abraço apertado e um pouquinho do dengo que sobrar da "primeira sobrinha".
Sim, por que de falta de dengo meus sobrinhos não vão sofrer.
Acho que ambos, eu e minha irmã, estamos mais maduros e dispostos a resolver as nossas diferenças.
Quer dizer, resolver aquelas que permitem a nossa convivência, por que dos nossos temperamentos ninguém pode cuidar.
Eu serei sempre o quadradinho e ela será a rebelde, com ou sem causa.
Nem me importo muito com isso, apenas aceito a realidade.
E espero que ela também aceite a idéia de que para ver a minha avó vale tudo, até visitar os tios, que de queridos substitutos dos pais, passaram a desafetos mútuos.
Um grande problema, mas com solução bem simples.
Basta seguir aceitando as diferenças e aproveitar a parte boa.
Do resto, a terra natal toma conta.
quarta-feira, agosto 30, 2006
segunda-feira, agosto 28, 2006
Como criança
"O que eu mais gostei foi o número das trapezistas!"
"Eu adorei o da equilibrista chinesa!"
"Ah, não! O mais divertido foi o do pessoal das cordas elásticas!"
Conseguir um consenso sobre a melhor atração do Cirque du Soleil era tarefa grande demais para mim e por isso nem tentei.
Simplesmente aceitei todas as opiniões que recebi e formulei a minha própria.
Esse tipo de confusão é perfeitamente comum em quem acaba de sair da grande tenda depois de Saltimbanco. Não há outro nome para definir aquelas duas horas de pulos, saltos, equilíbrio e diversão: espetáculo!
E eu, como sempre adorei o circo, parecia uma criança na primeira vez que via os palhaços e os trapezistas!
De certa forma foi uma primeira vez já que eu nunca tinha visto nada sequer parecido com o da companhia canadense.
Se alguém tivesse me filmado durante o show veria uma sequência interminável de queixos caídos, palmas entusiasmadas e olhos arregalados a cada salto inacrditável ou acrobacia inesperada.
Me diverti como nunca!
Quer dizer, quase como nunca.
Segundo a minha mineira, que obviamente estava ao meu lado, somente em uma ocasião ela me viu tão eufórico quanto no Cirque: foi no show do U2, mas aí era uma coisa obviamente mais sentimental do que surpreendente.
Depois que ela me disse isso, acabei me lembrando de outra ocasião em que fiquei tão animado com uma demonstração de arte: a primeira vez que vi o Fantasma da Ópera em Londres. Fiquei dias lembrando dos candelabros que saiam do chão e do barco que "navegava" por cima do palco envolto em névoa. Absurda e inexoravelmentre espetacular.
Quando chegamos em casa, encontramos com o marido da minha cunhada, que nos perguntou a respeito do custo-benefício do espetáculo.
Como esse tipo de afirmação é natural nele e tudo tem que ser traduzido em grana e economia, resolvi relevar (mais uma vez) e simplesmente afirmar que valia cada centavo e que eu pagaria o mesmo quantas vezes fossem necessárias.
Era tudo verdade e minha noite terminou nas nuvens.
Ou melhor, no picadeiro, por que eu também sou de circo.
E que venha o show do ano que vem.
Eu e a minha mineira já estamos lá!
"Eu adorei o da equilibrista chinesa!"
"Ah, não! O mais divertido foi o do pessoal das cordas elásticas!"
Conseguir um consenso sobre a melhor atração do Cirque du Soleil era tarefa grande demais para mim e por isso nem tentei.
Simplesmente aceitei todas as opiniões que recebi e formulei a minha própria.
Esse tipo de confusão é perfeitamente comum em quem acaba de sair da grande tenda depois de Saltimbanco. Não há outro nome para definir aquelas duas horas de pulos, saltos, equilíbrio e diversão: espetáculo!
E eu, como sempre adorei o circo, parecia uma criança na primeira vez que via os palhaços e os trapezistas!
De certa forma foi uma primeira vez já que eu nunca tinha visto nada sequer parecido com o da companhia canadense.
Se alguém tivesse me filmado durante o show veria uma sequência interminável de queixos caídos, palmas entusiasmadas e olhos arregalados a cada salto inacrditável ou acrobacia inesperada.
Me diverti como nunca!
Quer dizer, quase como nunca.
Segundo a minha mineira, que obviamente estava ao meu lado, somente em uma ocasião ela me viu tão eufórico quanto no Cirque: foi no show do U2, mas aí era uma coisa obviamente mais sentimental do que surpreendente.
Depois que ela me disse isso, acabei me lembrando de outra ocasião em que fiquei tão animado com uma demonstração de arte: a primeira vez que vi o Fantasma da Ópera em Londres. Fiquei dias lembrando dos candelabros que saiam do chão e do barco que "navegava" por cima do palco envolto em névoa. Absurda e inexoravelmentre espetacular.
Quando chegamos em casa, encontramos com o marido da minha cunhada, que nos perguntou a respeito do custo-benefício do espetáculo.
Como esse tipo de afirmação é natural nele e tudo tem que ser traduzido em grana e economia, resolvi relevar (mais uma vez) e simplesmente afirmar que valia cada centavo e que eu pagaria o mesmo quantas vezes fossem necessárias.
Era tudo verdade e minha noite terminou nas nuvens.
Ou melhor, no picadeiro, por que eu também sou de circo.
E que venha o show do ano que vem.
Eu e a minha mineira já estamos lá!
sexta-feira, agosto 25, 2006
"Acorde arrependido, mas não durma com vontade"
Li essa frase no fotolog de uma amiga muito querida e achei interessante comentá-la.
Acho que ela tem a ver com um certo desejo reprimido de rebeldia e liberdade que tenho aqui dentro.
Tem a ver com a vontade de fazer o que me dá vontade sem pensar nas consequências, críticas ou comentários.
Tem a ver com uma liberdade que a minha criação não permitiu e que minhas escolhas não deixaram prosperar.
E não estou reclamando da minha vida.
Apenas noto esse desejo e essa sensação de "travamento" no meu trajeto.
Sou sincero quando digo que não me arrependo do que fiz, mas também falo a verdade quando digo que teria sido mais fácil viver sem tantas amarras.
Talvez não tivesse sido tão bom, mas certamente seria mais fácil.
Mas o que fazer?
Que o próximo da fila venha e busque essa liberdade.
E que eu consiga ajudar o herdeiro a chegar onde ele (ou ela) quiser.
Independente do destino, independente do caminho.
Valeu pela inspiração, Senhorita Staut.
Acho que ela tem a ver com um certo desejo reprimido de rebeldia e liberdade que tenho aqui dentro.
Tem a ver com a vontade de fazer o que me dá vontade sem pensar nas consequências, críticas ou comentários.
Tem a ver com uma liberdade que a minha criação não permitiu e que minhas escolhas não deixaram prosperar.
E não estou reclamando da minha vida.
Apenas noto esse desejo e essa sensação de "travamento" no meu trajeto.
Sou sincero quando digo que não me arrependo do que fiz, mas também falo a verdade quando digo que teria sido mais fácil viver sem tantas amarras.
Talvez não tivesse sido tão bom, mas certamente seria mais fácil.
Mas o que fazer?
Que o próximo da fila venha e busque essa liberdade.
E que eu consiga ajudar o herdeiro a chegar onde ele (ou ela) quiser.
Independente do destino, independente do caminho.
Valeu pela inspiração, Senhorita Staut.
quarta-feira, agosto 23, 2006
Crescei e fugi
Quando mais o tempo passa, mais me sinto à vontade com a idéia de ser pai e paradoxalmente, mais me apavoro com isso!
Fico efetivamente aterrorizado quando penso que não mais terei o conforto de cuidar somente da minha mineira (sempre) e de mim mesmo (de vez em quando).
E não adianta os amigos me dizerem que é bom, que vale a pena e que eu vou gostar.
O medo me abandona e não vai me abandonar tão cedo.
Nem imagino quando isso possa acontecer, mas desconfio que não vou descobrir isso tão cedo.
Como a chegada de um herdeiro é uma coisa inevitável no meu relacionamento (quem mandou casar com uma mulher que nasceu para ser mãe?), tenho que começar a tratar essa paúra e dar um jeito de controlá-la.
Tenho certeza que alguém se pergunta de onde virá esse medo e não tenho nenhum problema em dizer que meu medo tem dois nomes: mudança e incompetência.
O medo da mudança sempre acompanhou a minha vida desde que eu dava cabeçadas na minha mãe e na minha avó, mas o medo da incompetência é relativamente novo e tem a idade da idéia de ser pai.
Trocando em miúdos, tenho medo de ser incompetente para criar o herdeiro e impedir que ele se transforme e um vagabundo egocêntrico ou uma descerebrada fútil.
Tenho medo de não conseguir controlar a criança e de me tornar exatamente o tipo de pai permissivo e incapaz que eu tanto critico.
Tenho medo de ter alguém dependendo inteiramente de mim para tudo.
Tenho medo da paternidade em si.
Tenho tantos exemplos e contra-exemplos do que fazer e do que não fazer que não consigo formular uma boa idéia na minha cabeça.
Não consigo me organizar e separar as atitudes em boas e más para a criação da criança. Simplesmente não consigo.
E mesmo que conseguisse, fico com a impressão de que tudo o que eu planejar e preparar será imediatamente jogado no lixo no primeiro momento em que o herdeiro chorar de fome ou na primeira vez que dizer que me ama.
Para isso não existe treino.
Ai que meda!
Fico efetivamente aterrorizado quando penso que não mais terei o conforto de cuidar somente da minha mineira (sempre) e de mim mesmo (de vez em quando).
E não adianta os amigos me dizerem que é bom, que vale a pena e que eu vou gostar.
O medo me abandona e não vai me abandonar tão cedo.
Nem imagino quando isso possa acontecer, mas desconfio que não vou descobrir isso tão cedo.
Como a chegada de um herdeiro é uma coisa inevitável no meu relacionamento (quem mandou casar com uma mulher que nasceu para ser mãe?), tenho que começar a tratar essa paúra e dar um jeito de controlá-la.
Tenho certeza que alguém se pergunta de onde virá esse medo e não tenho nenhum problema em dizer que meu medo tem dois nomes: mudança e incompetência.
O medo da mudança sempre acompanhou a minha vida desde que eu dava cabeçadas na minha mãe e na minha avó, mas o medo da incompetência é relativamente novo e tem a idade da idéia de ser pai.
Trocando em miúdos, tenho medo de ser incompetente para criar o herdeiro e impedir que ele se transforme e um vagabundo egocêntrico ou uma descerebrada fútil.
Tenho medo de não conseguir controlar a criança e de me tornar exatamente o tipo de pai permissivo e incapaz que eu tanto critico.
Tenho medo de ter alguém dependendo inteiramente de mim para tudo.
Tenho medo da paternidade em si.
Tenho tantos exemplos e contra-exemplos do que fazer e do que não fazer que não consigo formular uma boa idéia na minha cabeça.
Não consigo me organizar e separar as atitudes em boas e más para a criação da criança. Simplesmente não consigo.
E mesmo que conseguisse, fico com a impressão de que tudo o que eu planejar e preparar será imediatamente jogado no lixo no primeiro momento em que o herdeiro chorar de fome ou na primeira vez que dizer que me ama.
Para isso não existe treino.
Ai que meda!
segunda-feira, agosto 21, 2006
Pirlimpimpim
Ainda ontem eu jogava bola em um campo de terra batida ao lado da minha casa, assistia a meus amigos soltando pipas (por total falta de habilidade com linhas e papel de seda), rodava peão e ficava revoltado com o tratamento que a Maria Joaquina dava ao pobre Cirilo na novela Carrossel.
De repente, algum desavisado berrou "pirlimpimpim" e eu me vi aqui, 34 anos, casado, funcionário de uma multinacional, cheio de planos, ainda mais cheio de limitações, transformado em uma "manteiga derretida" (choro até com os depoimentos do final de "Páginas da vida") e completamente incrédulo com a transformação da tal Maria Joaquina.
A moça cresceu (muito) e seguiu aparecendo, mais ou menos como todos nós.
Complicado aceitar isso. Quer dizer, todo mundo cresce e isso não tem nada de esquisito, mas é complicado começar a pensar em tudo o que você fez e, invariavelmente, no que deixou de fazer.
Dá vontade de voltar e tentar de novo, decidir coisas diferentes e usar o conhecimento que temos hoje.
Não tem quem não afirme que teria muito mais sucesso no amor, no trabalho e mesmo na vida se pudesse viver aquilo novamente, mas com mais informação.
Feliz ou infelizmente isso não é possível e temos que lidar com nossas realidades, decisões e responsabilidades.
É assim que funciona e não há nada a fazer a não ser seguir em frente e sonhar.
Não que isso seja ruim já que sonhar (ainda) é de graça.
Foto: Terra
De repente, algum desavisado berrou "pirlimpimpim" e eu me vi aqui, 34 anos, casado, funcionário de uma multinacional, cheio de planos, ainda mais cheio de limitações, transformado em uma "manteiga derretida" (choro até com os depoimentos do final de "Páginas da vida") e completamente incrédulo com a transformação da tal Maria Joaquina.
A moça cresceu (muito) e seguiu aparecendo, mais ou menos como todos nós.
Complicado aceitar isso. Quer dizer, todo mundo cresce e isso não tem nada de esquisito, mas é complicado começar a pensar em tudo o que você fez e, invariavelmente, no que deixou de fazer.
Dá vontade de voltar e tentar de novo, decidir coisas diferentes e usar o conhecimento que temos hoje.
Não tem quem não afirme que teria muito mais sucesso no amor, no trabalho e mesmo na vida se pudesse viver aquilo novamente, mas com mais informação.
Feliz ou infelizmente isso não é possível e temos que lidar com nossas realidades, decisões e responsabilidades.
É assim que funciona e não há nada a fazer a não ser seguir em frente e sonhar.
Não que isso seja ruim já que sonhar (ainda) é de graça.
Foto: Terra
sexta-feira, agosto 18, 2006
Prateleiras de metal
Desde que me mudei, minha coleção de revistas em quadrinhos virou um caos.
Anos e anos de fanatismo "literário" estão reduzidos a caixas de papelão mal acondicionadas e ao desmoronamento das prateleiras de metal de um quartinho no apê da minha mãe.
Eu já havia parado de comprar as revistas muito antes de me casar, mas isso não diminuiu o aperto que senti quando tive que deixar aquilo tudo na casa antiga.
Consegui salvar os CDs, minha outra paixão, mas isso não fez a dor diminuir.
Doeu um monte e ainda dói. Sempre é complicado entrar naquele quartinho.
E não pensem que sou um obcecado. Longe disso. Sou muito consciente da pouca importância que aquilo tudo tem para a paz mundial e para a economia global.
A quem quero enganar?
Quem quer saber de paz e economia quando tem nas mãos o "Cavaleiro das Trevas" ou "Elektra Assassina"?
O fascínio das páginas coloridas supera qualquer coisa. Talvez não supere o sexo, mas chega bem perto.
Não me interessa o Líbano, Israel ou o PCC! Me passe a edição encadernada de "Crise nas infinitas terras" e me deixe sossegado. Ainda não decorei todas as falas e tenho que fazer isso antes que a saga complete 20 anos.
Ops! Parece que surtei e peço desculpas por isso.
É que fico emocionado quando me lembro da coleção e do seu entorno sentimental.
Só quem passou por isso sabe do que estou falando.
Minha mãe já começou a mudar as caixas de revistas para um lugar não identificado e não fui me despedir. Todo mundo sabe que seria demais me pedir isso.
É melhor que elas se vão e que eu não saiba onde encontrar minhas edições originais de "Watchmen", "Ronin", "Asilo Arkham" e "A piada mortal".
É melhor que eu siga minha vida e me conforme com as limitações espaciais dela.
Mas ai de quem destruir essas revistas antes de eu conseguir um espaço para elas na casa que ainda vou comprar.
Nem Galactus salvará essa pessoa da minha ira!
Anos e anos de fanatismo "literário" estão reduzidos a caixas de papelão mal acondicionadas e ao desmoronamento das prateleiras de metal de um quartinho no apê da minha mãe.
Eu já havia parado de comprar as revistas muito antes de me casar, mas isso não diminuiu o aperto que senti quando tive que deixar aquilo tudo na casa antiga.
Consegui salvar os CDs, minha outra paixão, mas isso não fez a dor diminuir.
Doeu um monte e ainda dói. Sempre é complicado entrar naquele quartinho.
E não pensem que sou um obcecado. Longe disso. Sou muito consciente da pouca importância que aquilo tudo tem para a paz mundial e para a economia global.
A quem quero enganar?
Quem quer saber de paz e economia quando tem nas mãos o "Cavaleiro das Trevas" ou "Elektra Assassina"?
O fascínio das páginas coloridas supera qualquer coisa. Talvez não supere o sexo, mas chega bem perto.
Não me interessa o Líbano, Israel ou o PCC! Me passe a edição encadernada de "Crise nas infinitas terras" e me deixe sossegado. Ainda não decorei todas as falas e tenho que fazer isso antes que a saga complete 20 anos.
Ops! Parece que surtei e peço desculpas por isso.
É que fico emocionado quando me lembro da coleção e do seu entorno sentimental.
Só quem passou por isso sabe do que estou falando.
Minha mãe já começou a mudar as caixas de revistas para um lugar não identificado e não fui me despedir. Todo mundo sabe que seria demais me pedir isso.
É melhor que elas se vão e que eu não saiba onde encontrar minhas edições originais de "Watchmen", "Ronin", "Asilo Arkham" e "A piada mortal".
É melhor que eu siga minha vida e me conforme com as limitações espaciais dela.
Mas ai de quem destruir essas revistas antes de eu conseguir um espaço para elas na casa que ainda vou comprar.
Nem Galactus salvará essa pessoa da minha ira!
quarta-feira, agosto 16, 2006
Ditaduras
Fomos ver Zuzu Angel.
Minha mineira gostou do filme mais do que eu, é verdade, mas não saí do cinema contrariado ou decepcionado.
Ao invés disso saí pensativo, com uma coisa martelando na minha cabeça.
Sempre ouvi dizer que a ditadura aqui no Brasil foi muito mais branda do que a que aconteceu no Chile e na Argentina. Diziam que o que houve aqui foi brincadeira de criança perto das barbaridades do Estádio Nacional de Santiago e dos homens que derrubaram Allende.
Não me lembro se foi meu velho pai que me passou essa idéia, mas depois que saí do cinema fiquei me perguntando de que forma algo pode ser pior do que aquilo.
O companheiro Allende eternizado
Usando um pouco da minha tradicional racionalidade e considerando que parte daquilo é ficção, ainda assim é complicado visualizar como a ditadura chilena pode ter sido pior.
Se foi, não quero nem imaginar o que aconteceu com meus compatriotas.
Não quero ter pesadelos com a constatação de que meus companheiros de carbono podem ser ainda mais cruéis e sanguinários.
Isso me lembra da animosidade que tenho para com os militares.
Eu sempre os chamo de milicos e, mesmo caindo na pouco inteligente vala da generalização, não me relaciono com nenhum deles. Quer dizer, tento fazer isso, mas nem sempre é possível.
Pensando por outro lado, acho que seria infindável uma discussão sobre a culpa que os militares não-oficiais teriam nas ditaduras.
Até que ponto eles só fizeram aquelas barbaridades para cumprir ordens?
Não havia nenhum componente de vingança em nenhum deles?
Existiria medo de preservar a própria vida e a da família?
Seria o medo e não a obediência e a crueldade a grande força motriz de torturadores e assassinos?
Difícil acreditar nessa versão, mas não pretendo seguir nessa discussão.
Prefiro voltar à sensação incômoda de que podem existir coisas piores do que as vistas no filme.
E ainda mais incômodo é pensar que pouca gente neste país se lembra ou se interessa pelo que houve.
Como esperar consciência política em um país onde muitos estudantes protestam sem saber a razão e se juntam a manifestações apenas para ficar com outros estudantes?
Bom, melhor seguir fazendo a minha parte e não tentar salvar o mundo.
Me confesso incompetente para isso, mas não desisto. Um dia a coisa funciona.
Minha mineira gostou do filme mais do que eu, é verdade, mas não saí do cinema contrariado ou decepcionado.
Ao invés disso saí pensativo, com uma coisa martelando na minha cabeça.
Sempre ouvi dizer que a ditadura aqui no Brasil foi muito mais branda do que a que aconteceu no Chile e na Argentina. Diziam que o que houve aqui foi brincadeira de criança perto das barbaridades do Estádio Nacional de Santiago e dos homens que derrubaram Allende.
Não me lembro se foi meu velho pai que me passou essa idéia, mas depois que saí do cinema fiquei me perguntando de que forma algo pode ser pior do que aquilo.
O companheiro Allende eternizado
Usando um pouco da minha tradicional racionalidade e considerando que parte daquilo é ficção, ainda assim é complicado visualizar como a ditadura chilena pode ter sido pior.
Se foi, não quero nem imaginar o que aconteceu com meus compatriotas.
Não quero ter pesadelos com a constatação de que meus companheiros de carbono podem ser ainda mais cruéis e sanguinários.
Isso me lembra da animosidade que tenho para com os militares.
Eu sempre os chamo de milicos e, mesmo caindo na pouco inteligente vala da generalização, não me relaciono com nenhum deles. Quer dizer, tento fazer isso, mas nem sempre é possível.
Pensando por outro lado, acho que seria infindável uma discussão sobre a culpa que os militares não-oficiais teriam nas ditaduras.
Até que ponto eles só fizeram aquelas barbaridades para cumprir ordens?
Não havia nenhum componente de vingança em nenhum deles?
Existiria medo de preservar a própria vida e a da família?
Seria o medo e não a obediência e a crueldade a grande força motriz de torturadores e assassinos?
Difícil acreditar nessa versão, mas não pretendo seguir nessa discussão.
Prefiro voltar à sensação incômoda de que podem existir coisas piores do que as vistas no filme.
E ainda mais incômodo é pensar que pouca gente neste país se lembra ou se interessa pelo que houve.
Como esperar consciência política em um país onde muitos estudantes protestam sem saber a razão e se juntam a manifestações apenas para ficar com outros estudantes?
Bom, melhor seguir fazendo a minha parte e não tentar salvar o mundo.
Me confesso incompetente para isso, mas não desisto. Um dia a coisa funciona.
segunda-feira, agosto 14, 2006
Persistência
Em Janeiro de 2004 eu visitei a minha avó achando que seria a última vez.
Eu ainda estava solteiro e enchi a paciência dela para que desse um jeito de contornar os problemas respiratórios - ela tem calcificação nos pulmões, ou algo parecido - e pegasse um avião para assistir ao enforcamento, mas ela preferiu me abraçar em pensamento e rezar pela minha felicidade. Ela estava lá e meu Tata também. Todos eles estavam lá e viram a bagunça toda do dia mais feliz da minha vida.
Agora já é 2006 e minha velhinha, ou melhor, a velhinha da minha velhinha, continua por aqui controlando tudo e fazendo a alegria dos netos.
Vou visitá-la novamente e morro de saudades do seu colo.
Vou matar saudade do tempo em que morei com ela, aprendi a não comer gordura de bife, me viciei em pastel de choclo com açúcar e tomate e que acompanhei meu Tata no caminho para o descanso.
É bom saber que meus temores eram exagerados e que ela ainda tem muito amor para dar.
Só vou ter problemas com a concorrência dos primos menores que convivem muito mais com ela, mas acho que consigo dar um jeito de puxá-la para um canto e tê-la só para mim uma vez mais.
Ela é a única abue que me resta e tenho que caprichar no dengo.
Mas o capricho não é mais pelo temor e sim pelo amor.
Independente de tudo, ela estará lá onde sempre esteve e isso nunca vai mudar.
Eu ainda estava solteiro e enchi a paciência dela para que desse um jeito de contornar os problemas respiratórios - ela tem calcificação nos pulmões, ou algo parecido - e pegasse um avião para assistir ao enforcamento, mas ela preferiu me abraçar em pensamento e rezar pela minha felicidade. Ela estava lá e meu Tata também. Todos eles estavam lá e viram a bagunça toda do dia mais feliz da minha vida.
Agora já é 2006 e minha velhinha, ou melhor, a velhinha da minha velhinha, continua por aqui controlando tudo e fazendo a alegria dos netos.
Vou visitá-la novamente e morro de saudades do seu colo.
Vou matar saudade do tempo em que morei com ela, aprendi a não comer gordura de bife, me viciei em pastel de choclo com açúcar e tomate e que acompanhei meu Tata no caminho para o descanso.
É bom saber que meus temores eram exagerados e que ela ainda tem muito amor para dar.
Só vou ter problemas com a concorrência dos primos menores que convivem muito mais com ela, mas acho que consigo dar um jeito de puxá-la para um canto e tê-la só para mim uma vez mais.
Ela é a única abue que me resta e tenho que caprichar no dengo.
Mas o capricho não é mais pelo temor e sim pelo amor.
Independente de tudo, ela estará lá onde sempre esteve e isso nunca vai mudar.
sexta-feira, agosto 11, 2006
Preparo
A temporada que a minha cunhada e a prole passaram em casa me obrigou a pensar sobre a existência de alguns pré-requisitos para um casal se assumir oficialmente.
Assisti a tantas discussões infantis entre ela e o marido, que fiquei desejando que houvesse uma cartilha que obrigasse as pessoas a amadurecer antes de partir para uma vida a dois.
Segundo essa cartilha imaginária, a pessoa deveria obrigatoriamente passar por determinadas experiências e demonstrar a sua aptidão para seguir ao nível seguinte.
A impressão que ficou é que eles são um casal de crianças que mora junto, brinca de casinha, cria outras duas crianças e que certamente seria reprovado nos exames que eu imaginei.
Ou isso ou eu estou colocando fé demais na maturidade das pessoas em geral.
Digo isso por que os problemas que eu tenho em casa são muito diferentes.
Sei que sou birrento e intempestivo, mas nunca deixei de me render a bons argumentos e a decisões que fossem benéficas para ambos.
Talvez eu mesmo tivesse dificuldades em ser aprovado pela minha cartilha, mas certamente o resultado seria um monte de casais muito mais preparados e um bando de crianças (no aspecto cronológico, que fique claro) muito mais equilibradas.
Estou sonhando alto demais?
Assisti a tantas discussões infantis entre ela e o marido, que fiquei desejando que houvesse uma cartilha que obrigasse as pessoas a amadurecer antes de partir para uma vida a dois.
Segundo essa cartilha imaginária, a pessoa deveria obrigatoriamente passar por determinadas experiências e demonstrar a sua aptidão para seguir ao nível seguinte.
A impressão que ficou é que eles são um casal de crianças que mora junto, brinca de casinha, cria outras duas crianças e que certamente seria reprovado nos exames que eu imaginei.
Ou isso ou eu estou colocando fé demais na maturidade das pessoas em geral.
Digo isso por que os problemas que eu tenho em casa são muito diferentes.
Sei que sou birrento e intempestivo, mas nunca deixei de me render a bons argumentos e a decisões que fossem benéficas para ambos.
Talvez eu mesmo tivesse dificuldades em ser aprovado pela minha cartilha, mas certamente o resultado seria um monte de casais muito mais preparados e um bando de crianças (no aspecto cronológico, que fique claro) muito mais equilibradas.
Estou sonhando alto demais?
quarta-feira, agosto 09, 2006
GLS
É realmente curioso, mas já faz algum tempo que não me sinto ofendido ao ser chamado de viado, bicha ou qualquer outra palavra que denote um comportamento homo da minha parte.
Faz algum tempo que entendo isso mais como um fato do que como um insulto, ainda mais sendo sãopaulino e tendo que aturar as brincadeiras dos rivais.
E não precisei sair do armário para conseguir isso. Apenas deixei de me preocupar com esse tipo de coisa e de acreditar que gostar de pessoas do próprio sexo é errado ou anti-natural.
Para dizer a verdade, o que me parece anti-natural é a frieza para matar pessoas (vide os casos Richtofen e Liana & Felipe) ou a falta de vergonha na cara de quem não dá a mínima para quem precisa de médicos e ambulâncias.
Nessa linha, deveria ser muito mais ofensivo chamar alguém de deputado do que de sapatão ou boiola.
Sou feliz com meus hábitos sexuais e com meu interesse apenas por mulheres, mas na infância, ser associado a qualquer coisa "não macha" era a pior das ofensas.
Alguns meninos chegavam em casa chorando e despertavam a ira irracional dos pais contra o mundo inteiro se algum amigo os tivesse chamado da mariquinhas ou coisa que o valha.
Era o fim do mundo para esta nossa cultura machista/latina/ibérica.
O mesmo vale para aquelas que eram chamadas de sapatas, brutas ou machonas.
Nada bom para a cabecinha delas.
Chegava a ser deprimente a reação dos pais quando se fazia alguma brincadeira questionando a sexualidade do filho: a descoberta de uma linha homo ou bi geraria expulsões, perda de direito a heranças e/ou internações psiquiátricas.
Como se isso eliminasse os laços de sangue e o amor nutrido pelo filho até então.
Realmente deprimente.
Mas como nem tudo são flores, paralelamente a esse meu desprendimento, ganhei uma preocupação potencial: como explicar para o eventual herdeiro meus conceitos de respeito à diversidade se nos ambientes de sociedade (escola, parques, festas) o homossexual continuará sendo tratado como marginal?
Fico pensando se vale a pena gerar esse tipo de confusão em uma cabeça infantil.
Questiono se não é melhor esquecer meu idealismo e proteger a criança através da ignorância.
Devo mesmo fingir que odeio bichas e que ele (ou ela) vai para o pelourinho se chegar perto de alguém do mesmo sexo?
Complicado demais para descobrir sozinho. Ao menos neste momento.
Melhor continuar vendo a novela das oito e torcendo pelo beijo gay do Edson Celulari.
Quero ver a galera do preconceito se indignando em nome da Ana Paula Arosio.
Faz algum tempo que entendo isso mais como um fato do que como um insulto, ainda mais sendo sãopaulino e tendo que aturar as brincadeiras dos rivais.
E não precisei sair do armário para conseguir isso. Apenas deixei de me preocupar com esse tipo de coisa e de acreditar que gostar de pessoas do próprio sexo é errado ou anti-natural.
Para dizer a verdade, o que me parece anti-natural é a frieza para matar pessoas (vide os casos Richtofen e Liana & Felipe) ou a falta de vergonha na cara de quem não dá a mínima para quem precisa de médicos e ambulâncias.
Nessa linha, deveria ser muito mais ofensivo chamar alguém de deputado do que de sapatão ou boiola.
Sou feliz com meus hábitos sexuais e com meu interesse apenas por mulheres, mas na infância, ser associado a qualquer coisa "não macha" era a pior das ofensas.
Alguns meninos chegavam em casa chorando e despertavam a ira irracional dos pais contra o mundo inteiro se algum amigo os tivesse chamado da mariquinhas ou coisa que o valha.
Era o fim do mundo para esta nossa cultura machista/latina/ibérica.
O mesmo vale para aquelas que eram chamadas de sapatas, brutas ou machonas.
Nada bom para a cabecinha delas.
Chegava a ser deprimente a reação dos pais quando se fazia alguma brincadeira questionando a sexualidade do filho: a descoberta de uma linha homo ou bi geraria expulsões, perda de direito a heranças e/ou internações psiquiátricas.
Como se isso eliminasse os laços de sangue e o amor nutrido pelo filho até então.
Realmente deprimente.
Mas como nem tudo são flores, paralelamente a esse meu desprendimento, ganhei uma preocupação potencial: como explicar para o eventual herdeiro meus conceitos de respeito à diversidade se nos ambientes de sociedade (escola, parques, festas) o homossexual continuará sendo tratado como marginal?
Fico pensando se vale a pena gerar esse tipo de confusão em uma cabeça infantil.
Questiono se não é melhor esquecer meu idealismo e proteger a criança através da ignorância.
Devo mesmo fingir que odeio bichas e que ele (ou ela) vai para o pelourinho se chegar perto de alguém do mesmo sexo?
Complicado demais para descobrir sozinho. Ao menos neste momento.
Melhor continuar vendo a novela das oito e torcendo pelo beijo gay do Edson Celulari.
Quero ver a galera do preconceito se indignando em nome da Ana Paula Arosio.
segunda-feira, agosto 07, 2006
Tesão cinéfilo
O grande problema foi ter começado com New Wave Hookers.
Se eu tivesse continuado com meu hábito de me esconder para ver as pornochanchadas da Sala Especial da Record, nada disso teria acontecido.
O responsável pelo vício
Mas aquela família japonesa era despreocupada demais para impedir que o filho caçula convidasse os amigos para ver alguns filmes alugados pelos mais velhos.
E como esse filme era justamente o primeiro capítulo da "saga" dos Irmãos Dark, acabei me apaixonando pela Traci Lords e, consequentemente, me viciando em pornôs.
Traci Lords
Mas como resistir àquela coisinha carnuda e agitada, fantasiada de diabinha e seduzindo um anjo?
Era esperar demais de um moleque que ainda não havia descoberto as mulheres.
Pelo menos não as de verdade.
Jenna Jameson
À partir daí, continuei visitando as locadoras com certa frequência e contando com a cumplicidade dos proprietários para saciar minhas curiosidades pós-infância.
Eu ainda era menor de idade e tanto as Playboys quanto os VHS "de putaria" deveriam ser proibidos. Mas isso não impedia a diversão e eu agradecia.
Jeanna Fine
Minhas preferidas eram, além da Traci, a Jeanna Fine, a Vanessa Chase, a Jenna Jameson, a já falecida Anna Malle e as "irmãs" Ginger e Amber Lynn (eu não curtia muito a Porsche) e a temporona Krysti Lynn. Esta última veio bem depois, mais ou menos na época em que descobri o Stagliano, que a tornou musa de seus filmes da série Buttman.
Aliás, foi o Stagliano o responsável por mais uma revolução no meu desespero masturbatório: os dois filmes da série Face Dance.
Não vou ofender o leitor descrevendo o que eu sentia vontade de fazer toda vez que via o Rocco se virar para atender a toda aquela clientela, mas acho que um fato interessante a registrar é a compra das duas fitas junto ao dono da locadora.
Ele sorriu de orelha a orelha quando fiz a proposta e eu fiz a mesma coisa quando cheguei em casa. Maravilha.
Ginger e Amber Lynn
E por falar em Rocco, não tenho temor algum em dizer que esse italiano me impressiona desde a primeira vez. E não estou falando da anatomia, que obviamente é uma das suas principais características.
O que me impressiona é a selvageria com que ele trata as parceiras.
Diferente do Max Hardcore que jamais conseguiu me convencer que sentia tesão com aquelas barbaridades que fazia, o Rocco sempre foi convincente quando entrava em ação: ele gostaria de judiar as mulheres, mas também mostrava que elas deveriam se divertir igualmente. Cabra bão!
O fato da minha mineira também gostar da coisa e admirar a performance do rapaz só aumenta a minha diversão.
Rocco Siffredi
Mais recentemente tive contato com outro filme da grife Buttman, os Fashionistas, mas mesmo com a presença intimidadora da Belladonna e seus dentes estilo Ronalducho, não chega a ameaçar a posição dos meus preferidos, notadamente, quase todos produzidos na década de 80.
Belladonna
Tudo isto fez surgir uma vontade de falar sobre os filmes que tenho em casa.
Quem sabe não está nascendo um novo blog?
Se eu tivesse continuado com meu hábito de me esconder para ver as pornochanchadas da Sala Especial da Record, nada disso teria acontecido.
O responsável pelo vício
Mas aquela família japonesa era despreocupada demais para impedir que o filho caçula convidasse os amigos para ver alguns filmes alugados pelos mais velhos.
E como esse filme era justamente o primeiro capítulo da "saga" dos Irmãos Dark, acabei me apaixonando pela Traci Lords e, consequentemente, me viciando em pornôs.
Traci Lords
Mas como resistir àquela coisinha carnuda e agitada, fantasiada de diabinha e seduzindo um anjo?
Era esperar demais de um moleque que ainda não havia descoberto as mulheres.
Pelo menos não as de verdade.
Jenna Jameson
À partir daí, continuei visitando as locadoras com certa frequência e contando com a cumplicidade dos proprietários para saciar minhas curiosidades pós-infância.
Eu ainda era menor de idade e tanto as Playboys quanto os VHS "de putaria" deveriam ser proibidos. Mas isso não impedia a diversão e eu agradecia.
Jeanna Fine
Minhas preferidas eram, além da Traci, a Jeanna Fine, a Vanessa Chase, a Jenna Jameson, a já falecida Anna Malle e as "irmãs" Ginger e Amber Lynn (eu não curtia muito a Porsche) e a temporona Krysti Lynn. Esta última veio bem depois, mais ou menos na época em que descobri o Stagliano, que a tornou musa de seus filmes da série Buttman.
Aliás, foi o Stagliano o responsável por mais uma revolução no meu desespero masturbatório: os dois filmes da série Face Dance.
Não vou ofender o leitor descrevendo o que eu sentia vontade de fazer toda vez que via o Rocco se virar para atender a toda aquela clientela, mas acho que um fato interessante a registrar é a compra das duas fitas junto ao dono da locadora.
Ele sorriu de orelha a orelha quando fiz a proposta e eu fiz a mesma coisa quando cheguei em casa. Maravilha.
Ginger e Amber Lynn
E por falar em Rocco, não tenho temor algum em dizer que esse italiano me impressiona desde a primeira vez. E não estou falando da anatomia, que obviamente é uma das suas principais características.
O que me impressiona é a selvageria com que ele trata as parceiras.
Diferente do Max Hardcore que jamais conseguiu me convencer que sentia tesão com aquelas barbaridades que fazia, o Rocco sempre foi convincente quando entrava em ação: ele gostaria de judiar as mulheres, mas também mostrava que elas deveriam se divertir igualmente. Cabra bão!
O fato da minha mineira também gostar da coisa e admirar a performance do rapaz só aumenta a minha diversão.
Rocco Siffredi
Mais recentemente tive contato com outro filme da grife Buttman, os Fashionistas, mas mesmo com a presença intimidadora da Belladonna e seus dentes estilo Ronalducho, não chega a ameaçar a posição dos meus preferidos, notadamente, quase todos produzidos na década de 80.
Belladonna
Tudo isto fez surgir uma vontade de falar sobre os filmes que tenho em casa.
Quem sabe não está nascendo um novo blog?
sexta-feira, agosto 04, 2006
Filmes em quadrinhos
Para mudar total e definitivamente de clima e voltar a falar de paixões.
E o Homem de ferro vem aí!
Ao menos é o que disse o Terra recentemente.
E ele vem para brigar com Mandarim, com o Homem de Titânio e com o Homem-aranha, cujo terceiro filme deve estrear também em 2008, com direito a Venom e tudo mais.
Só estranhei o fato do Tom Cruise ter sido citado para o papel.
Vai saber!
E o Batman também deve aparecer em 2008.
Seria a sequência de Batman Begins, com o Christian Bale como o morcego e o Heath Ledger como o Coringa.
Gostei!
A notícia ruim é que a pouca receptividade (entenda-se lucro) do Superman Returns pode impedir a sequência planejada pelo Bryan Singer.
Pelo que entendi, o diretor queria fazer um filme com a participação da Liga da Justiça, o que me animou bastante.
Tomara que a maré vire.
Agora só falta alguém divulgar o lançamento do quarto filme dos mutantes.
Ou será que a fragilidade do terceiro filme conseguiu eliminar a curiosidade do público em assistir a uma aventual aparição dos sentinelas, ao Magneto recuperando os poderes, à "cura" perdendo o efeito, à introdução dos problemas raciais em Genosha e ao mutante misterioso revivendo?
Por falar nesse último mutante, acho que vou ter que abrir mão da minha postura idealista e recorrer ao camelô da esquina para rever o terceiro filme e tentar entender o que a Moira e o Professor falaram sobre esse mutante.
Não me lembro bem dele nas revistas e fiquei curioso.
Será que se trata do alterador de realidade Proteus?
Aguardem mais notícias.
E o Homem de ferro vem aí!
Ao menos é o que disse o Terra recentemente.
E ele vem para brigar com Mandarim, com o Homem de Titânio e com o Homem-aranha, cujo terceiro filme deve estrear também em 2008, com direito a Venom e tudo mais.
Só estranhei o fato do Tom Cruise ter sido citado para o papel.
Vai saber!
E o Batman também deve aparecer em 2008.
Seria a sequência de Batman Begins, com o Christian Bale como o morcego e o Heath Ledger como o Coringa.
Gostei!
A notícia ruim é que a pouca receptividade (entenda-se lucro) do Superman Returns pode impedir a sequência planejada pelo Bryan Singer.
Pelo que entendi, o diretor queria fazer um filme com a participação da Liga da Justiça, o que me animou bastante.
Tomara que a maré vire.
Agora só falta alguém divulgar o lançamento do quarto filme dos mutantes.
Ou será que a fragilidade do terceiro filme conseguiu eliminar a curiosidade do público em assistir a uma aventual aparição dos sentinelas, ao Magneto recuperando os poderes, à "cura" perdendo o efeito, à introdução dos problemas raciais em Genosha e ao mutante misterioso revivendo?
Por falar nesse último mutante, acho que vou ter que abrir mão da minha postura idealista e recorrer ao camelô da esquina para rever o terceiro filme e tentar entender o que a Moira e o Professor falaram sobre esse mutante.
Não me lembro bem dele nas revistas e fiquei curioso.
Será que se trata do alterador de realidade Proteus?
Aguardem mais notícias.
quarta-feira, agosto 02, 2006
"Quanto mais você tenta me apagar, mais eu apareço"
Nunca fui muito com a cara desse Thom Yorke, mesmo que a crítica e os descolados de plantão adorassem o dono daquela cara meio torta e daquela sobrancelha paralisada.
Até tenho alguns CDs do Radiohead, mas nunca morri de paixões por eles.
Entretanto, gostei muito desse verso da música "The eraser" do primeiro álbum solo dele. Achei que ele captou bem esse sentimento esquisito que tenho em mim agora.
Tudo bem que o contexto dele devia ser de amor e relacionamento, mas acabei entendendo tudo como a dificuldade de limpar aquilo que não deveria estar lá, que não me ajuda em nada a seguir em frente como preciso.
Talvez seja melhor definir essa coisa como "ranço emocional".
Pensei em chamá-lo de "sentimental", mas desisti.
A minha parada não é com sentimentos. Estou satisfeito nesse aspecto.
O buraco é muito mais embaixo. É uma coisa de equilíbrio mesmo.
E a leitura do "Febre de Bola" de Nick Hornby não está ajudando muito.
Diferente do que eu tinha visto antes, o inglês usa o livro como jeito engraçado de contar a pobreza de espírito de um obcecado por futebol.
Fiquei até com medo da minha apreciação pelo esporte bretão.
Seria eu um ser deprimente e digno de pena como aquele descrito no desfile de lamentações do livro?
Cheguei à conclusão que não.
E não foi só por que o Hornby usou o amor como redenção para a sua estória.
Também caí na real que tem milhares de outras coisas que são tão ou mais importantes nesta minha existência em carbono e bandalheira.
Para mim também aconteceu de ter um relacionamento substituindo outros interesses, mesmo que esses interesses fossem em outros relacionamentos.
Decidi que tenho esperança.
Nem vou mencionar o bode que está me causando a "mudança" da minha coleção de revistas em quadrinhos para um local não identificado para que minha mãe possa acomodar as coisas do escritório do meu pai.
Essa minha obsessão é assunto para outro post.
Ainda bem que existe o amor e que mesmo um obcecado como o Hornby encontrou nele uma forma de aliviar os medos e viver de uma forma diferente.
Tudo bem que foi um alívio temporário, mas ainda assim vale o registro.
E acho que está na hora de largar esta auto-comiseração.
Não sei de onde vou tirar energias já que o contexto segue o mesmo, mas tenho que dar um jeito nisso. Nem eu me aguento.
Vou terminar este livro e abraçar a Jenna.
Tenho certeza que a minha mineira vai entender que não se trata de adultério, mas apenas de uma revitalização de energias, um escapismo inofensivo.
Acho que ela sabe que será bom para ambos.
Só faltou dizer que a temporada de casa cheia está terminando.
Os sobrinhos estão voltando para casa e os pais vão ficar um pouco mais separados até que as transferências de cidade sejam concluídas.
A julgar pelas brigas na sala da minha casa, é melhor assim.
Até tenho alguns CDs do Radiohead, mas nunca morri de paixões por eles.
Entretanto, gostei muito desse verso da música "The eraser" do primeiro álbum solo dele. Achei que ele captou bem esse sentimento esquisito que tenho em mim agora.
Tudo bem que o contexto dele devia ser de amor e relacionamento, mas acabei entendendo tudo como a dificuldade de limpar aquilo que não deveria estar lá, que não me ajuda em nada a seguir em frente como preciso.
Talvez seja melhor definir essa coisa como "ranço emocional".
Pensei em chamá-lo de "sentimental", mas desisti.
A minha parada não é com sentimentos. Estou satisfeito nesse aspecto.
O buraco é muito mais embaixo. É uma coisa de equilíbrio mesmo.
E a leitura do "Febre de Bola" de Nick Hornby não está ajudando muito.
Diferente do que eu tinha visto antes, o inglês usa o livro como jeito engraçado de contar a pobreza de espírito de um obcecado por futebol.
Fiquei até com medo da minha apreciação pelo esporte bretão.
Seria eu um ser deprimente e digno de pena como aquele descrito no desfile de lamentações do livro?
Cheguei à conclusão que não.
E não foi só por que o Hornby usou o amor como redenção para a sua estória.
Também caí na real que tem milhares de outras coisas que são tão ou mais importantes nesta minha existência em carbono e bandalheira.
Para mim também aconteceu de ter um relacionamento substituindo outros interesses, mesmo que esses interesses fossem em outros relacionamentos.
Decidi que tenho esperança.
Nem vou mencionar o bode que está me causando a "mudança" da minha coleção de revistas em quadrinhos para um local não identificado para que minha mãe possa acomodar as coisas do escritório do meu pai.
Essa minha obsessão é assunto para outro post.
Ainda bem que existe o amor e que mesmo um obcecado como o Hornby encontrou nele uma forma de aliviar os medos e viver de uma forma diferente.
Tudo bem que foi um alívio temporário, mas ainda assim vale o registro.
E acho que está na hora de largar esta auto-comiseração.
Não sei de onde vou tirar energias já que o contexto segue o mesmo, mas tenho que dar um jeito nisso. Nem eu me aguento.
Vou terminar este livro e abraçar a Jenna.
Tenho certeza que a minha mineira vai entender que não se trata de adultério, mas apenas de uma revitalização de energias, um escapismo inofensivo.
Acho que ela sabe que será bom para ambos.
Só faltou dizer que a temporada de casa cheia está terminando.
Os sobrinhos estão voltando para casa e os pais vão ficar um pouco mais separados até que as transferências de cidade sejam concluídas.
A julgar pelas brigas na sala da minha casa, é melhor assim.
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