Tradicionalmente, depois das inevitáveis brigas de casal, o sofá acaba sendo o principal refúgio para os cônjuges que querem demonstrar a sua insatisfação ou para quem quer apenas incomodar o parceiro ao não se juntar a ele na cama.
Parece que deitar-se no incômodo móvel demonstra rebeldia e falta de respeito, tudo aquilo que se pretende quando se briga com o parceiro, mesmo que seja pelos mais banais motivos.
Curiosamente, não é bem assim que funciona o meu casamento.
Não costumamos ter brigas muito grandes, mas mesmo naquela que pode ser considerada nossa maior crise, a minha mineira não permitiu que eu pegasse meu travesseiro e fosse me contorcer no nosso sofá terracota.
Segundo ela, deixar de dormir juntos é o começo do fim e isso não é aceitável.
Com o rabinho entre as pernas (eu era o culpado naquela ocasião), me encolhi no meu lado da cama e fiquei tentando pegar no sono.
Obviamente, não consegui, mas ainda assim fiquei.
Mais uma coisa curiosa na relação entre o sofá e as brigas do casal: nesta semana a gente teve uma comemoração e uma discussão, tudo mais ou menos no mesmo horário.
Apesar de não ter sido nada grave a ponto de se considerar o sofá como alternativa ou refúgio e de termos ido deitar mais ou menos na mesma hora, no dia seguinte a minha mineira me contou que passou boa parte da noite no sofá e que só voltou para a cama por volta das quatro da manhã.
Como ela não se lembra como ou porquê foi parar lá, começo a pensar que nosso sofá cansou de ser apenas um expectador e resolveu assumir seu verdadeiro papel de acolhedor dos desagrigados e desencamados.
Será?
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