Tenho um amigo, infelizmente não muito próximo fisicamente, que é o símbolo da perseverança e da vontade de vencer.
Ele sempre foi muito tranquilo diante das limitações e nunca demonstrou descontrole mesmo que a coisa estivesse condenada e a entrega fosse a melhor coisa a se fazer.
E não dá para dizer que ele deve sua força à família. Infelizmente, o povo dele vive em uma esfera muito mais limitada e o máximo que consegue fazer por ele é lembrá-lo da distância que ele percorreu e da dificuldade que precisou superar para conseguir aprender alguma coisa e "sair da caixa".
Um irmão que vive de micro-golpes, um pai dedicado ao século retrasado e uma mãe educada para não se manifestar não constituiam exatamente um ambiente propício à mudança, mas ninguém se lembrou de contar isso a ele e a coisa deu no que deu.
Esse meu amigo colheu maçãs na Itália, foi garçom na Inglaterra, viajou por boa parte da Europa, aprendeu mais duas línguas, voltou para o Brasil, arrumou o emprego dos sonhos antes de entrar na faculdade e finalmente conseguiu se formar e realizar um sonho pessoal, talvez o único.
Tudo isso em um fôlego só, praticamente sem parar para respirar.
Obviamente que sempre existiram problemas e crises, como o desemprego, por exemplo, mas nunca o vi desanimado ou entregue. Sempre percebi que o sucesso era algo fixo na cabeça dele e nada o faria desistir, nem mesmo a realidade.
Por sorte ele não precisou desse "empurrão" e as coisas se acertaram como deveriam: ele se acertou com aquela que sempre foi a mulher da sua vida, encomendou e recebeu uma linha mesticinha, entrou e saiu da vida de empresário e finalmente se acertou em um emprego de sonhos, pelo menos dos sonhos dele.
Tudo isso para coroar o sempre presente conflito entre a tranquilidade externa e a inquietude externa. Sim, por que ninguém que seja inquieto consegue ir em tantas direções e ainda chegar a algum lugar.
Seria incoerência pura.
Estive presente em diversos momentos felizes da vida desse cara e me considero um privilegiado por poder estar por perto para felicitá-lo e me inspirar na sua vontade de vencer.
Que Deus o proteja agora e sempre!
quarta-feira, janeiro 31, 2007
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Trabalho
Se eu soubesse que casar dava tanto trabalho, talvez tivesse adiado um pouco mais esta decisão, que tende a ser definitiva e imutável.
Quer dizer, que dava trabalho eu sabia. Muitos amigos casados já haviam me dito que a coisa às vezes se complicava a ponto da vontade de voltar para a casa dos pais chegar a níveis quase incontroláveis. Mas esses mesmos amigos sustentavam que em outros momentos tudo valia a pena e qualquer sacrifício ou concessão era pequeno diante da felicidade de amar e ser amado.
O senso de justiça me impede de omitir que muitos dos meus amigos mais próximos desaconselharam totalmente o casamento. Para eles, "morar junto" já era o suficiente.
Esses mesmos amigos correm o risco de ficar nessa para sempre, o que certamente não era possível no meu caso.
Minha própria experiência mostrou que ambas opiniões estavam certas. A seu modo.
Casar "enche mesmo o saco", mas é bom demais quando tudo funciona e o excesso de cobranças e compromissos não domina a realidade.
Sim, por que ninguém merece sete dias por semana de cobranças, pagamento de contas e mau humor do parceiro.
Na verdade, nem é preciso que tudo funcione para que a vida a dois funcione. Basta que (no meu caso) a esposa esteja pronta para ouvir como foi meu dia e que me conte em detalhes como foi o seu para que o estresse diário (que nestes tempos anda saindo pelas tampas) diminua um pouco e a gente possa fazer da novela das oito um momento de cumplicidade e relaxamento a dois.
Eu e a minha mineira estamos completando cinco anos de relacionamento.
Foram pouco mais de três de namoro, um e pouco de noivado e quase um e meio de divisão do mesmo teto.
Neste período passamos por todas as experiências relatadas pelos amigos, até mesmo a briga na hora de dormir e a decisão de cada um virar para o seu lado e deixar apenas as bundas se encarando e se desafiando.
Por incrível que pareça, mesmo com pouco mais de um ano de experiência, já estou fazendo escola. Não perco nenhuma oportunidade de conversar com os amigos e colegas que estão a caminho do altar e de explicar em detalhes o que eles devem encontrar depois que disserem o "sim" e passarem a dividir banheiros, contas e gavetas de armário.
Obviamente que mesmo com caminhões de informação, eles terão que aprender suas próprias lições. O que tenho para passar para eles é apenas a minha vida e isso não precisa significar nada para alguém que teve formações, experiências e até vidas inteiras diferentes da minha.
Mas mesmo assim eu acredito que estou colaborando para o sucesso daquela união.
Sim, por que se tem uma coisa em que eu acredito é que casar vale a pena e que trabalhar dia a dia pelo sucesso da empreitada é algo que devemos fazer sem hesitação.
Uma coisa que faço questão de fazer é matar a idéia de que só com amor tudo se resolve. Infelizmente para os mais românticos, até agora tudo que tenho vivido mostra que isso só funciona nos livros e nos filmes. Aliás, nem nos filmes isso tem funcionado mais.
Por mais cínico que pareça, o amor é apenas a base do relacionamento, mas são a concessão, a compreensão, os projetos de vida, as afinidades, as rotinas complementares e até a raiva que mantém o casal unido.
É nisso que acredito, é isso que pratico (com razoável sucesso) e é isso que passo para quem acho que posso ajudar.
Não tive essa informação quando me casei e sinto que ela teria sido bem útil, mas não posso reclamar das decisões que tomei e da trajetória que tive.
Fiz como aquela universidade paulista e aprendi na prática.
E foi bom, está sendo bom e será ainda melhor.
Mas não tente me convencer de que ser pai é legal.
Ainda não consigo engolir essa idéia e me acostumar com mais uma mudança de vida.
Ainda!
Quer dizer, que dava trabalho eu sabia. Muitos amigos casados já haviam me dito que a coisa às vezes se complicava a ponto da vontade de voltar para a casa dos pais chegar a níveis quase incontroláveis. Mas esses mesmos amigos sustentavam que em outros momentos tudo valia a pena e qualquer sacrifício ou concessão era pequeno diante da felicidade de amar e ser amado.
O senso de justiça me impede de omitir que muitos dos meus amigos mais próximos desaconselharam totalmente o casamento. Para eles, "morar junto" já era o suficiente.
Esses mesmos amigos correm o risco de ficar nessa para sempre, o que certamente não era possível no meu caso.
Minha própria experiência mostrou que ambas opiniões estavam certas. A seu modo.
Casar "enche mesmo o saco", mas é bom demais quando tudo funciona e o excesso de cobranças e compromissos não domina a realidade.
Sim, por que ninguém merece sete dias por semana de cobranças, pagamento de contas e mau humor do parceiro.
Na verdade, nem é preciso que tudo funcione para que a vida a dois funcione. Basta que (no meu caso) a esposa esteja pronta para ouvir como foi meu dia e que me conte em detalhes como foi o seu para que o estresse diário (que nestes tempos anda saindo pelas tampas) diminua um pouco e a gente possa fazer da novela das oito um momento de cumplicidade e relaxamento a dois.
Eu e a minha mineira estamos completando cinco anos de relacionamento.
Foram pouco mais de três de namoro, um e pouco de noivado e quase um e meio de divisão do mesmo teto.
Neste período passamos por todas as experiências relatadas pelos amigos, até mesmo a briga na hora de dormir e a decisão de cada um virar para o seu lado e deixar apenas as bundas se encarando e se desafiando.
Por incrível que pareça, mesmo com pouco mais de um ano de experiência, já estou fazendo escola. Não perco nenhuma oportunidade de conversar com os amigos e colegas que estão a caminho do altar e de explicar em detalhes o que eles devem encontrar depois que disserem o "sim" e passarem a dividir banheiros, contas e gavetas de armário.
Obviamente que mesmo com caminhões de informação, eles terão que aprender suas próprias lições. O que tenho para passar para eles é apenas a minha vida e isso não precisa significar nada para alguém que teve formações, experiências e até vidas inteiras diferentes da minha.
Mas mesmo assim eu acredito que estou colaborando para o sucesso daquela união.
Sim, por que se tem uma coisa em que eu acredito é que casar vale a pena e que trabalhar dia a dia pelo sucesso da empreitada é algo que devemos fazer sem hesitação.
Uma coisa que faço questão de fazer é matar a idéia de que só com amor tudo se resolve. Infelizmente para os mais românticos, até agora tudo que tenho vivido mostra que isso só funciona nos livros e nos filmes. Aliás, nem nos filmes isso tem funcionado mais.
Por mais cínico que pareça, o amor é apenas a base do relacionamento, mas são a concessão, a compreensão, os projetos de vida, as afinidades, as rotinas complementares e até a raiva que mantém o casal unido.
É nisso que acredito, é isso que pratico (com razoável sucesso) e é isso que passo para quem acho que posso ajudar.
Não tive essa informação quando me casei e sinto que ela teria sido bem útil, mas não posso reclamar das decisões que tomei e da trajetória que tive.
Fiz como aquela universidade paulista e aprendi na prática.
E foi bom, está sendo bom e será ainda melhor.
Mas não tente me convencer de que ser pai é legal.
Ainda não consigo engolir essa idéia e me acostumar com mais uma mudança de vida.
Ainda!
sexta-feira, janeiro 26, 2007
Transferência de responsabilidades
Não costumo postar textos que não são meus, mas achei que este era bastante apropriado e resolvi quebrar mais uma das minhas regras pessoais.
"Um artigo publicado no jornal nos chamou a atenção, pelo tema enfocado. Tratava das desculpas que sempre damos para justificar a nossa infelicidade.
O articulista dizia que um amigo seu, depois de mais de uma década de casamento infeliz, separou-se e, após temporária euforia , caiu em profunda tristeza.
Curioso, perguntou-lhe: "qual a razão para tanto sofrimento?".
E seu amigo respondeu: "aquela maldita está me fazendo uma grande falta, pois agora já não tenho a quem culpar pela minha infelicidade".
O curioso é que muitas vezes nós também agimos de maneira semelhante, pois sempre estamos à procura de alguém a quem responsabilizar pela nossa infelicidade.
E isso é resultado do atavismo que trazemos embutido na nossa forma de pensar e agir.
Quando somos jovens ouvimos nossos pais e amigos dizerem que um dia encontraremos alguém que nos faça feliz.
Então acreditamos que esse alguém tem a missão de nos trazer a felicidade. E passamos a aguardar que chegue logo para fazer o milagre.
Mas, antes disso, quando ainda somos criança, nossos pais acham sempre algo ou alguém a quem culpar pelo nosso sofrimento.
Se nos descuidamos e tropeçamos numa pedra, a culpa foi da pedra, que não saiu da nossa frente.
Se brigamos com o amiguinho , foi ele que nos provocou. Se tiramos nota baixa na escola, a culpa é do professor que não soube nos ensinar.
E é assim que vamos terceirizando nossos problemas e nossa felicidade. E, por conseguinte, as responsabilidades e as soluções.
Se sinto ciúmes, é porque a pessoa com quem me relaciono não permite que eu dirija a sua vida. Embora devesse admitir que é porque não sinto confiança em mim.
Se a inveja me consome, a culpa é de quem se sobressai, de quem estuda mais do que eu, de quem avança e não me dá satisfação dos seus atos.
Se alguém do meu relacionamento tem mais amizades e recebe mais afeto do que eu , fico inventando fofocas para destruir as relações, em vez de conquistar, com sinceridade e dedicação, o afeto que desejo.
Se uma amiga, ou amigo, faz regime e emagrece, e eu não consigo, fico infeliz por isso.
Se tenho problemas de saúde e não melhoro, a culpa é do médico, afinal eu o pago para me curar e ele não cumpre o seu dever..., ainda que eu não siga as suas orientações.
Se não consigo um bom emprego é porque ninguém me valoriza, e às vezes esqueço de que há muito tempo não invisto na melhoria de minha qualidade profissional.
Pensando assim, nós nos colocamos na posição de vítimas, julgando que só não somos felizes por causa dos outros. Afinal, ninguém sabe nos fazer feliz...
Importante pensar com maturidade a esse respeito, pois somente admitindo que somos senhores da nossa vida e do nosso destino, deixaremos de encontrar desculpas, e faremos a nossa parte.
Se seus relacionamentos estão enfermos, analise o que você tem oferecido aos outros. De que maneira os tem tratado. Que atenção tem lhes dado.
Considere sempre que você pode ser o problema. Analise-se. Observe-se. Ouça a sua voz quando fala com os outros.
Sinta o teor de suas palavras. Preste atenção quando fala de alguém ausente.
Depois dessas observações, pergunte-se, sinceramente, se você tem problemas ou se é o próprio problema.
Não tenha medo da resposta, afinal você não deseja ser feliz?
Então não há outro jeito, a não ser enfrentar a realidade...
A felicidade é construção diária e depende do que consideramos o que seja ser feliz.
Se admitimos que a felicidade é uma forma de viver, basta aprender a arte de bem-viver.
E bem viver é buscar a solução dos problemas, sem terceirização...
É assumir a responsabilidade pelos próprios atos.
É admitir que a única pessoa capaz de lhe fazer feliz, está bem perto...
Para vê-la é só chegar em frente ao espelho, e dizer: "muito prazer pessoa capaz de me fazer feliz!"
Pense nisso, e vá em busca de sua real felicidade, sem ilusões e sem medo"
"Um artigo publicado no jornal nos chamou a atenção, pelo tema enfocado. Tratava das desculpas que sempre damos para justificar a nossa infelicidade.
O articulista dizia que um amigo seu, depois de mais de uma década de casamento infeliz, separou-se e, após temporária euforia , caiu em profunda tristeza.
Curioso, perguntou-lhe: "qual a razão para tanto sofrimento?".
E seu amigo respondeu: "aquela maldita está me fazendo uma grande falta, pois agora já não tenho a quem culpar pela minha infelicidade".
O curioso é que muitas vezes nós também agimos de maneira semelhante, pois sempre estamos à procura de alguém a quem responsabilizar pela nossa infelicidade.
E isso é resultado do atavismo que trazemos embutido na nossa forma de pensar e agir.
Quando somos jovens ouvimos nossos pais e amigos dizerem que um dia encontraremos alguém que nos faça feliz.
Então acreditamos que esse alguém tem a missão de nos trazer a felicidade. E passamos a aguardar que chegue logo para fazer o milagre.
Mas, antes disso, quando ainda somos criança, nossos pais acham sempre algo ou alguém a quem culpar pelo nosso sofrimento.
Se nos descuidamos e tropeçamos numa pedra, a culpa foi da pedra, que não saiu da nossa frente.
Se brigamos com o amiguinho , foi ele que nos provocou. Se tiramos nota baixa na escola, a culpa é do professor que não soube nos ensinar.
E é assim que vamos terceirizando nossos problemas e nossa felicidade. E, por conseguinte, as responsabilidades e as soluções.
Se sinto ciúmes, é porque a pessoa com quem me relaciono não permite que eu dirija a sua vida. Embora devesse admitir que é porque não sinto confiança em mim.
Se a inveja me consome, a culpa é de quem se sobressai, de quem estuda mais do que eu, de quem avança e não me dá satisfação dos seus atos.
Se alguém do meu relacionamento tem mais amizades e recebe mais afeto do que eu , fico inventando fofocas para destruir as relações, em vez de conquistar, com sinceridade e dedicação, o afeto que desejo.
Se uma amiga, ou amigo, faz regime e emagrece, e eu não consigo, fico infeliz por isso.
Se tenho problemas de saúde e não melhoro, a culpa é do médico, afinal eu o pago para me curar e ele não cumpre o seu dever..., ainda que eu não siga as suas orientações.
Se não consigo um bom emprego é porque ninguém me valoriza, e às vezes esqueço de que há muito tempo não invisto na melhoria de minha qualidade profissional.
Pensando assim, nós nos colocamos na posição de vítimas, julgando que só não somos felizes por causa dos outros. Afinal, ninguém sabe nos fazer feliz...
Importante pensar com maturidade a esse respeito, pois somente admitindo que somos senhores da nossa vida e do nosso destino, deixaremos de encontrar desculpas, e faremos a nossa parte.
Se seus relacionamentos estão enfermos, analise o que você tem oferecido aos outros. De que maneira os tem tratado. Que atenção tem lhes dado.
Considere sempre que você pode ser o problema. Analise-se. Observe-se. Ouça a sua voz quando fala com os outros.
Sinta o teor de suas palavras. Preste atenção quando fala de alguém ausente.
Depois dessas observações, pergunte-se, sinceramente, se você tem problemas ou se é o próprio problema.
Não tenha medo da resposta, afinal você não deseja ser feliz?
Então não há outro jeito, a não ser enfrentar a realidade...
A felicidade é construção diária e depende do que consideramos o que seja ser feliz.
Se admitimos que a felicidade é uma forma de viver, basta aprender a arte de bem-viver.
E bem viver é buscar a solução dos problemas, sem terceirização...
É assumir a responsabilidade pelos próprios atos.
É admitir que a única pessoa capaz de lhe fazer feliz, está bem perto...
Para vê-la é só chegar em frente ao espelho, e dizer: "muito prazer pessoa capaz de me fazer feliz!"
Pense nisso, e vá em busca de sua real felicidade, sem ilusões e sem medo"
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Eterno
Tem um verso de "All I want is you" do U2 que simbolizou um epísódio muito feliz da minha vida e que diz mais ou menos o seguinte: todas as promessas que eu faço, do berço ao túmulo, quando tudo o que eu quero é você.
Isso sempre me fez crer na eternidade do amor, naquele tipo de eternidade cantada por Vinícius, naquela que é eterna somente enquanto dura.
Esse é o meu tipo de verdade. Vinícius é o meu tipo de poeta: beberrão e apaixonado.
Não tenho talento para a poesia, mas entendo perfeitamente o que esse carioca e careca quis dizer. Entendo bem a urgência que ele tinha de amar. É a mesma urgência que eu tenho. Mais urgência de amar do que de ser amado, é verdade, mas ainda assim um tipo de desejo que me fez caminhar em direção àquele altar e dizer "sim" com convicção.
Naquele momento, assim como hoje, eu acredito que o amor e o compromisso são eternos, mesmo que um dia alguém me convença do contrário.
Entrei nessa para a posteridade e não admito falhas no processo. Sou perfeccionista e exigente demais comigo mesmo para pensar em partir para outra se não funcionar.
Até entendo que esse seja um dos caminhos possíveis diante de um beco sem saída, mas certamente não era nisso que eu estava pensando quando abracei meus pais, meus amigos e até gente que eu não conhecia, chorando como criança e agradecendo a benção que eles nos davam naquele dia.
Entrei nessa para ganhar! E vou ganhar "haja o que hajar".
E que Deus me dê paciência e serenidade!
Dito isso, a letra que me inspirou:
All I want is you
You say you want
Diamonds on a ring of gold
You say you want
Your story to remain untold
But all the promises we make
From the cradle to the grave
When all I want is you
You say youll give me
A highway with no one on it
Treasure just to look upon it
All the riches in the night
You say youll give me
Eyes in a moon of blindness
A river in a time of dryness
A harbour in the tempest
But all the promises we make
From the cradle to the grave
When all I want is you
You say you want
Your love to work out right
To last with me through the night
You say you want
Diamonds on a ring of gold
Your story to remain untold
Your love not to grow cold
All the promises we break
From the cradle to the grave
When all I want is you
You...all I want is...
You...all I want is...
You...all I want is...
You...
Isso sempre me fez crer na eternidade do amor, naquele tipo de eternidade cantada por Vinícius, naquela que é eterna somente enquanto dura.
Esse é o meu tipo de verdade. Vinícius é o meu tipo de poeta: beberrão e apaixonado.
Não tenho talento para a poesia, mas entendo perfeitamente o que esse carioca e careca quis dizer. Entendo bem a urgência que ele tinha de amar. É a mesma urgência que eu tenho. Mais urgência de amar do que de ser amado, é verdade, mas ainda assim um tipo de desejo que me fez caminhar em direção àquele altar e dizer "sim" com convicção.
Naquele momento, assim como hoje, eu acredito que o amor e o compromisso são eternos, mesmo que um dia alguém me convença do contrário.
Entrei nessa para a posteridade e não admito falhas no processo. Sou perfeccionista e exigente demais comigo mesmo para pensar em partir para outra se não funcionar.
Até entendo que esse seja um dos caminhos possíveis diante de um beco sem saída, mas certamente não era nisso que eu estava pensando quando abracei meus pais, meus amigos e até gente que eu não conhecia, chorando como criança e agradecendo a benção que eles nos davam naquele dia.
Entrei nessa para ganhar! E vou ganhar "haja o que hajar".
E que Deus me dê paciência e serenidade!
Dito isso, a letra que me inspirou:
All I want is you
You say you want
Diamonds on a ring of gold
You say you want
Your story to remain untold
But all the promises we make
From the cradle to the grave
When all I want is you
You say youll give me
A highway with no one on it
Treasure just to look upon it
All the riches in the night
You say youll give me
Eyes in a moon of blindness
A river in a time of dryness
A harbour in the tempest
But all the promises we make
From the cradle to the grave
When all I want is you
You say you want
Your love to work out right
To last with me through the night
You say you want
Diamonds on a ring of gold
Your story to remain untold
Your love not to grow cold
All the promises we break
From the cradle to the grave
When all I want is you
You...all I want is...
You...all I want is...
You...all I want is...
You...
segunda-feira, janeiro 22, 2007
O sofá
Tradicionalmente, depois das inevitáveis brigas de casal, o sofá acaba sendo o principal refúgio para os cônjuges que querem demonstrar a sua insatisfação ou para quem quer apenas incomodar o parceiro ao não se juntar a ele na cama.
Parece que deitar-se no incômodo móvel demonstra rebeldia e falta de respeito, tudo aquilo que se pretende quando se briga com o parceiro, mesmo que seja pelos mais banais motivos.
Curiosamente, não é bem assim que funciona o meu casamento.
Não costumamos ter brigas muito grandes, mas mesmo naquela que pode ser considerada nossa maior crise, a minha mineira não permitiu que eu pegasse meu travesseiro e fosse me contorcer no nosso sofá terracota.
Segundo ela, deixar de dormir juntos é o começo do fim e isso não é aceitável.
Com o rabinho entre as pernas (eu era o culpado naquela ocasião), me encolhi no meu lado da cama e fiquei tentando pegar no sono.
Obviamente, não consegui, mas ainda assim fiquei.
Mais uma coisa curiosa na relação entre o sofá e as brigas do casal: nesta semana a gente teve uma comemoração e uma discussão, tudo mais ou menos no mesmo horário.
Apesar de não ter sido nada grave a ponto de se considerar o sofá como alternativa ou refúgio e de termos ido deitar mais ou menos na mesma hora, no dia seguinte a minha mineira me contou que passou boa parte da noite no sofá e que só voltou para a cama por volta das quatro da manhã.
Como ela não se lembra como ou porquê foi parar lá, começo a pensar que nosso sofá cansou de ser apenas um expectador e resolveu assumir seu verdadeiro papel de acolhedor dos desagrigados e desencamados.
Será?
Parece que deitar-se no incômodo móvel demonstra rebeldia e falta de respeito, tudo aquilo que se pretende quando se briga com o parceiro, mesmo que seja pelos mais banais motivos.
Curiosamente, não é bem assim que funciona o meu casamento.
Não costumamos ter brigas muito grandes, mas mesmo naquela que pode ser considerada nossa maior crise, a minha mineira não permitiu que eu pegasse meu travesseiro e fosse me contorcer no nosso sofá terracota.
Segundo ela, deixar de dormir juntos é o começo do fim e isso não é aceitável.
Com o rabinho entre as pernas (eu era o culpado naquela ocasião), me encolhi no meu lado da cama e fiquei tentando pegar no sono.
Obviamente, não consegui, mas ainda assim fiquei.
Mais uma coisa curiosa na relação entre o sofá e as brigas do casal: nesta semana a gente teve uma comemoração e uma discussão, tudo mais ou menos no mesmo horário.
Apesar de não ter sido nada grave a ponto de se considerar o sofá como alternativa ou refúgio e de termos ido deitar mais ou menos na mesma hora, no dia seguinte a minha mineira me contou que passou boa parte da noite no sofá e que só voltou para a cama por volta das quatro da manhã.
Como ela não se lembra como ou porquê foi parar lá, começo a pensar que nosso sofá cansou de ser apenas um expectador e resolveu assumir seu verdadeiro papel de acolhedor dos desagrigados e desencamados.
Será?
sexta-feira, janeiro 19, 2007
Os rituais e a falta deles
Todo mundo estava chupando sementes de romã, dando quinze pulinhos com cada perna, vestindo cueca vermelha e fazendo pedidos para Deus Jorge Benjor.
Todo mundo menos eu.
Por alguma estranha razão, neste Réveillon eu não quis comer sete uvas e guardar as sementes na carteira, correndo o risco de ganhar uma colônia de fungos ao invés de algum prêmio da loteria.
Não senti vontade de pedir nada nem de fazer promessas que sei que não vou cumprir.
Apenas deixei as coisas acontecerem e o ano chegarsem muito alarde.
Pensei: que aconteça o que tiver que sere que Deus me ajude no processo.
Não preciso de muito mais do que isso para ser feliz, não mesmo.
Apesar de desta vez não ter sido tão divertido quanto das demais, eu estava na companhia das pessoas mais queridas (talvez só com duas ou três ausências), comendo e bebendo tudo o que eu sentia vontade e acahdno que as preocupações do trabalho e da rotina estavam bem mais longe do que os 530 quilômetros que havíamos percorrido até a fazenda.
Não havia razão nenhuma para eu abandonar os rituais, mas eu os abandonei mesmo assim.
Como não tinha ondinhas para pular, resolvi abrir mão de tudo em um misto de falta de vontade ou de esperança.
Não tenho como dizer qual deles predominou e não sei até que ponto vale a pena pensar nisso.
O ritual não foi feito e isso não pode ser mudado.
O ano começou, está aí para ser vivido e isso sim me interessa.
E que o resto sejam superstições.
Pé de pato, mangalô, três vezes. Valei-me meu São Judas!
Todo mundo menos eu.
Por alguma estranha razão, neste Réveillon eu não quis comer sete uvas e guardar as sementes na carteira, correndo o risco de ganhar uma colônia de fungos ao invés de algum prêmio da loteria.
Não senti vontade de pedir nada nem de fazer promessas que sei que não vou cumprir.
Apenas deixei as coisas acontecerem e o ano chegarsem muito alarde.
Pensei: que aconteça o que tiver que sere que Deus me ajude no processo.
Não preciso de muito mais do que isso para ser feliz, não mesmo.
Apesar de desta vez não ter sido tão divertido quanto das demais, eu estava na companhia das pessoas mais queridas (talvez só com duas ou três ausências), comendo e bebendo tudo o que eu sentia vontade e acahdno que as preocupações do trabalho e da rotina estavam bem mais longe do que os 530 quilômetros que havíamos percorrido até a fazenda.
Não havia razão nenhuma para eu abandonar os rituais, mas eu os abandonei mesmo assim.
Como não tinha ondinhas para pular, resolvi abrir mão de tudo em um misto de falta de vontade ou de esperança.
Não tenho como dizer qual deles predominou e não sei até que ponto vale a pena pensar nisso.
O ritual não foi feito e isso não pode ser mudado.
O ano começou, está aí para ser vivido e isso sim me interessa.
E que o resto sejam superstições.
Pé de pato, mangalô, três vezes. Valei-me meu São Judas!
quarta-feira, janeiro 17, 2007
Natal
Este foi um Natal atípico.
Ao contrário do que acontece todos os anos, desta vez não me enfurnei em shoppings e percorri aqueles corredores até encontrar "aquele" presente, aquela coisa que tivesse "a cara" de cada um dos meus entes queridos.
Isso sempre foi uma tradição que acabava carregando bastante o meu cartão de crédito, mas que me dava um grande prazer, tanto ao comprar quanto ao entregar o presente.
Desta vez isso não aconteceu. Em um misto de desânimo e passividade com a movimentação da minha mineira, acabei deixando tudo passar e quando acordei era dia 24 e todos estavam trocando presentes na casa da minha cunhada.
Todos menos eu. Eu não tinha nada para dar. Nem a minha mineira, a esposa querida, tinha algum presente para receber.
Esse desleixo me deixou em uma posição muito desconfortável, apesar de ninguém ter feito nenhum comentário.
Nem a minha mineira, talvez a única pessoa para quem eu devesse um presente.
Mas ela não precisou dizer nada para eu acordar e entender o impacto daquele gesto.
Ou melhor, o impacto de não ter feito gesto nenhum.
Apesar de ter me juntado ao espírito religioso que dominou aquele Natal, eu matei o simbolismo que sempre me acompanhou em todas as celebrações anteriores.
Fui descuidado e não gostei disso.
E não adiantou muito ter comprado um belo presente há alguns dias.
O presente era o menos importante. Mais do que tudo, era preciso demonstrar a preocupação. Se eu tivesse comprado uma bijouteria de camelô já estaria de bom tamanho.
Pelo menos para a minha mineira, o importante seria o gesto e a lembrança.
Mas não fiz isso e me arrependo.
Não sei bem a razão, mas achei que as idas dela ao Brás e à 25 de Março eram suficientes.
Não eram. Me enganei redondamente.
Me enganei e agora tenho que me mexer por que será necessário um bom conjunto de coisas boas para recuperar o clima dos Natais anteriores.
Ou não. Tudo depende de mim e da minha mineira.
Ou melhor, de mim, por que a parte dela é certa.
Ao contrário do que acontece todos os anos, desta vez não me enfurnei em shoppings e percorri aqueles corredores até encontrar "aquele" presente, aquela coisa que tivesse "a cara" de cada um dos meus entes queridos.
Isso sempre foi uma tradição que acabava carregando bastante o meu cartão de crédito, mas que me dava um grande prazer, tanto ao comprar quanto ao entregar o presente.
Desta vez isso não aconteceu. Em um misto de desânimo e passividade com a movimentação da minha mineira, acabei deixando tudo passar e quando acordei era dia 24 e todos estavam trocando presentes na casa da minha cunhada.
Todos menos eu. Eu não tinha nada para dar. Nem a minha mineira, a esposa querida, tinha algum presente para receber.
Esse desleixo me deixou em uma posição muito desconfortável, apesar de ninguém ter feito nenhum comentário.
Nem a minha mineira, talvez a única pessoa para quem eu devesse um presente.
Mas ela não precisou dizer nada para eu acordar e entender o impacto daquele gesto.
Ou melhor, o impacto de não ter feito gesto nenhum.
Apesar de ter me juntado ao espírito religioso que dominou aquele Natal, eu matei o simbolismo que sempre me acompanhou em todas as celebrações anteriores.
Fui descuidado e não gostei disso.
E não adiantou muito ter comprado um belo presente há alguns dias.
O presente era o menos importante. Mais do que tudo, era preciso demonstrar a preocupação. Se eu tivesse comprado uma bijouteria de camelô já estaria de bom tamanho.
Pelo menos para a minha mineira, o importante seria o gesto e a lembrança.
Mas não fiz isso e me arrependo.
Não sei bem a razão, mas achei que as idas dela ao Brás e à 25 de Março eram suficientes.
Não eram. Me enganei redondamente.
Me enganei e agora tenho que me mexer por que será necessário um bom conjunto de coisas boas para recuperar o clima dos Natais anteriores.
Ou não. Tudo depende de mim e da minha mineira.
Ou melhor, de mim, por que a parte dela é certa.
segunda-feira, janeiro 15, 2007
Saudade
sexta-feira, janeiro 12, 2007
Pinocho
Ele morreu, mas não consigo dizer que já foi tarde.
Uma das principais razões para a saída dos meus pais (e minha, óbvio) do Chile, morreu rico e sem responder criminalmente por nenhuma das dores que causou ao povo.
Aos defensores, a justificativa de um país estável, com crescimento constante e cada vez mais oportunidades, apesar das limitações geográficas e humanas.
Aos oposicionistas, um gosto amargo de fracasso na tentativa de fazê-lo pagar.
Não deu, mas vamos em frente.
Quem sabe a história ainda não acaba sendo justa e o legado dele acaba pagando o pato.
Xô, Pinocho!
Agora você é problema do Coisa Ruim!
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