terça-feira, junho 01, 2004

No que dá para ser bom

Sou bom com nomes, muito bom aliás, mas nem tão bom assim com expressão de sentimentos.
Normalmente sou o primeiro a dizer "eu te amo", mas não consigo manter uma rotina de carinhos e gestos de cuidado. Faço isso à vezes mas não faz parte de mim a repetição. Às vezes sinto que a minha mineira sente falta disso mas se acostumou a não receber de volta as centenas de beijos e abraços que me dá.
Espero que ela saiba que isso não significa que não a amo.
Pensando bem, acho melhor deixar isso bem claro antes que seja tarde.

Sou bom com coleções. Não importa do que, o que importa é ter várias e várias edições ou pares de uma mesma coisa.
Tenho centenas de selos, milhares de revistas, uma boa dezena de livros, quase mil CDs, fitas cassete a rodo e uma grande lista de corações partidos.
Acabei me especializando em magoar pessoas. Quase sempre foi sem querer. Não, na verdade sempre foi meio sem querer, por conta de algo que eu achava certo e que hoje em dia não me faz muito sentido.
Modéstia à parte, colecionei um bom número de mulheres apaixonadas que acabaram desgostosas pela minha indiferença e por um jeito esquisito de evitar compromisso.

Sou bom para dar conselhos. Sempre acabo brincando de psicólogo amador, mesmo que eu tenha 450 pés atrás com qualquer um dos psico-profissionais. O fato de ter namorado uma moça dessa "raça" não me ajuda muito a gostar mais deles.
Mas voltando ao que sou bom...para muitos dos meus amigos eu acabo sendo o "cara para levar os problemas". Não sei bem de onde veio isso mas é comum que eu consiga perceber alguma coisa que eles não viram e que às vezes acaba ajudando nos problemas mais ou menos sérios.
O diabo é que não sou dos mais hábeis para seguir meus próprios conselhos. Isso deve ser absurdamente comum, mas pra mim soa quase como sacrilégio. Brigar com alguém por causa de um comportamento besta e repetir ad infinitum o mesmo comportamento é bem típico da confusão que é a minha vida.

Sou bom com beijos, mas aí é narcisismo demais para a minha cabeça. Nem adianta tentar escrever algo sobre isso por que não vai sair nada. Fica para a próxima.
Está aí outra coisa que não faço bem: falar bem de mim mesmo.
Deixo isso para os meus.

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