Por que cazzo...
Tem horas em que fica complicado segurar todas as pontas soltas da vida.
Dá vontade de dar um bicudo em tudo e sair correndo pelado por aí, como diria o Presidente nos bons tempos de Diretoria.
Infelizmente os tempos pós-adolescentes onde esse escape era permitido passaram há tempos.
Hoje, a minha vida não é única que depende das minhas decisões e/ou do controle da minha raiva. Pelo menos em parte, a minha mineira também paga pelos meus tormentos e pela ausência de foco que se instala de vez em quando.
Essa perda momentânea de foco me acompanha há milênios.
Desde os tempos da Galactica e do Starbuck, para ser mais preciso. Bastava os Cilônios matarem alguém conhecido que eu já ficava deprimido.
Felizmente esse tempo infantil já passou e eu não sou mais tão vulnerável.
Para me deixar para baixo é preciso muito mais. Um bolso vazio ou a falta de perspectivas no trabalho, por exemplo.
Mas isso logo passa. Basta eu não olhar para os meus colegas de trabalho e para a minha conta bancária e pronto, lá estou eu animadinho de novo. Fácil assim.
Sei que é tudo uma questão de ponto de vista ou de momento de vida, mas de vez em quando enche o saco ver que tudo é tão sem graça.
Não que não seja, mas não preciso sentir vontade de largar tudo, certo?
É óbvio que esse bode está ligado à uma certa urgência que sempre tive. Uma urgência de viver e de experimentar. Costumo ter muitos problemas para driblar a minha vontade de fazer tudo ao mesmo tempo. De vez em quando penso que meus movimentos não me levam a lugar nenhum e acabo nem percebendo onde fui parar.
Novamente é óbvio que eu me movi e às vezes eu demoro muito para reagir e me adaptar.
Ao invés de sair "pedalando", fico questionando por que as coisas aconteceram daquele jeito e perco ainda mais tempo.
Coisa de doido mesmo.
Mas isso passa. Nem que eu tenha que fazer análise, isso passa.
Ou passa ou eu largo tudo de vez. Mas aí a minha mineira terá direito a veto.
Só espero que a paciência dela também não tire férias quando eu mais precisar.
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