sexta-feira, agosto 19, 2005

Me chamam de Hitch

Funciona mais ou menos assim: eu pergunto como a pessoa está e não deixo passar nada que não aponte para um "sim" conclusivo e crível. Se sentir um fio de dúvida ou de tristeza, já vou logo perguntando o que acontece e o que posso fazer para ajudar.
Na grande maioria dos casos, trata-se de um problema do coração e, como a relação de confiança já existe, acabo explorando bastante o problema e fazendo a minha parte para ajudar a pessoa a identificar a melhor solução.
É mais ou menos como o trabalho do Hitch, só que sem o glamour novaiorquino, o charme do Will Smith e aquele apartamento "sonho de consumo".
É tudo em escala menor, mais intimista e menos comercial. Mas que funciona, funciona.


O conselheiro yankee Posted by Picasa

Minha "cliente" atual é a Dri, uma ex-estudante de moda que pegou suas trouxinhas e voltou para a casa dos pais lá no Planalto Central.
Ela anda as voltas com um namoro que nasceu morno e que vai esfriando ainda mais a cada dia que passa. Não bastasse essa coisa gélida, ainda surgiu um outro rapaz que não fez nada físico, mas abalou as estruturas dessa minha pobre amiga.
Normalmente eu tenderia a partir para a defesa do relacionamento e para ajudá-la a descobrir motivos para seguir com o namorado, mas neste caso achei melhor focar naquilo que pode fazê-la mais feliz, mesmo que fosse moralmente menos aceitável.
Pois é, estou mesmo incentivando o chifre, mas de uma forma bem menos sexual do que possa parecer: quero que ela descubra as razões que a fazem estar com o namorado e por que esse outro rapaz a abalou tanto sem nem mesmo ter lhe dado um beijo.
Deve ter sido forte e não acho que ela deva ignorar o que houve.
Afinal de contas o que importa é ser feliz e esse namoro atual definitivamente não a completa.

Quando paro para pensar que os papéis poderiam estar invertidos, me sinto meio mal por incentivar algo que não seja a fidelidade, a concessão e o entendimento, mas acredito que no caminho atual ela vai esbarrar no erro inútil.
Errar e aprender ajuda a pessoa a crescer, mas neste caso acho que ela precisa ter mais informações sobre as opções que existem.
Adoraria dizer que ela deve mesmo insistir no namoro atual para encontrar alguma forma de ser feliz, mas não é o que vejo, não é no que acredito, ao menos para ela.
Eu acho que ela está acomodada e pedindo por ajuda.
Não sou nenhum cavaleiro andante, mas vou ajudá-la.
Tenho que ajudá-la a entender o que é bom e o que é ruim no relacionamento atual e ajudá-la também a entender por que ela deveria descobrir o que há dou outro lado.
Não se trata de sair por sair, mas sim de pesar os prós e contras de ambas as saídas.

Se eu for tão bem sucedido quanto o Will Smith, minha maior recompensa será a felicidade dela.
Se não, ao menos eu tentei e fica tudo bem do mesmo jeito.
É o tipo de jogo que eu mais gosto: onde todo mundo ganha.

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