Descobri nestes últimos dias uma das causas para a confusão que aparece de vez em quando aqui nesta cabeça grande não muito cheia de coisas boas: me falta urgência.
Isso mesmo, me falta urgência, desejo, objetivos idealizados. Me falta sonhar.
Acho que é esse mesmo o caminho.
Diferente da Minha Mineira, eu nunca sonhei com a aprovação no vestibular, com a minha formatura, com o casamento "de véu e grinalda", com a paternidade, com nada.
Basicamente, minha vida sempre foi uma sequência de coisas que simplesmente aconteciam, sem muita preparação, sem muito sonho.
E o que dizer da minha reação depois de conseguir coisas "não sonhadas": costumo dar um sorriso tímido, levantar os ombros e fazer cara de "o que é que está pegando?".
Não saio pulando, comemorando, perdendo as estribeiras.
Eu agradeço educadamente e saio de fininho ainda mais educadamente.
Para não dizer que sou um boneco de cera sem sentimentos, me lembro de dois momentos em que liberei a alegria e "não estava nem aí com a hora do Brasil".
A primeira foi quando comprei meu primeiro carro e ganhei a "liberdade" de convidar as mulheres para sair sem depender de ônibus e encontros em shoppings. Isso foi o máximo, fiquei muito feliz, obviamente que tudo do meu jeito.
A outra foi o segundo show do U2, no início do ano passado. Minha Mineira disse que nunca havia me visto tão empolgado e era verdade.
Talvez esses sejam os dois únicos casos que eu quis muito alguma coisa e cheguei e sonhar com consegui-la
No mais, nada de sonhos, só acontecimentos. Nem a primeira vez teve sonhos. Era mais uma coisa de pressão e de se livrar do incômodo da virgindade. Não havia empolgação ou idealização.
E na atual conjuntura das minhas já 35 primaveras, não sei se existe algo a fazer com relação à essa urgência.
Não vejo forma nem necessidade disso.
Melhor seguir vivendo esta minha vida de expectativas mornas e, graças a Deus, realizações felizes.
O complicado vai ser ter certeza de que é assim mesmo que deve ser.
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