Estamos passando por mais uma reestruturação lá na "firma".
É a terceira em seis meses e não deve ser a última.
Desta vez a coisa foi um pouco mais drástica e me separei definitivamente das pessoas com quem trabalhei nos últimos cinco anos e pouco. Não trabalhei todo esse tempo com todos, mas essa é a idade da convivência com o mais velho da turma. Que aliás já tinha nos abandonado no ano passado, mas isso não vem ao caso.
Fui um dos únicos da turma original que passou a fazer uma coisa diferente.
Quase todos os outros voltaram a integrar um grupo único e retomaram uma situação que vivíamos antes das mexidas, há mais ou menos 18 meses atrás. Não sei bem se é um retrocesso, mas a idéia chega bem perto disso.
Mais uma vez, a tal mudança não nos permitiu opinar ou escolher.
Fomos separados, rotulados e destinados sem poder de voto ou veto. Mais ou menos como acontece em todas as empresas do mundo.
O lado bom disso tudo é que recebi a mensagem de que eu não fui com o resto por decisão do meu chefe. Parece que ele tem outros planos para mim e isso pode ser muito bom. Claro que existe o potencial de desastre que acompanha toda mudança, mas já que estou no inferno, darei meu tradicional beijo na boca do capeta e verei que bicho dá.
Isso me faz pensar da necessidade de mudança que o mundo corporativo tem e que afeta também outros segmentos desta bagunça que chamamos de sociedade.
Por que será que sempre temos que mudar?
Será que não existe uma situação em que as escolhas são certas e o resultado é tão bom que não se precise mexer em nada?
Aparentemente não. Parece que o que muda não são as coisas, mas sim as pessoas e são essas pessoas que acabam necessitando de mudanças nas coisas. É meio confuso, mas acaba fazendo algum sentido.
De uma forma meio darwiniana, vejo que as pessoas evoluem em termos de necessidades e demandam suportes para chegar até os novos níveis de satisfação. Isso vale para uma empresa, para uma procissão e até para cachorro quente da porta do estádio: por mais satisfeitos que estejamos com algo, sempre surje a necessidade de melhorar e daí vem a famigerada mudança.
Isto não tem a mínima pretensão de ser uma tese sociológica, mas talvez tenha um bom fundo de verdade: mudamos as coisas por que mudam as pessoas.
Só queria saber quem foi o espanhol miserável que inventou a idéia de reestruturas uma área com intervalos médios de dois meses. Desse jeito não dá nem para se acostumar com os chefes, com os clientes e principalmente com os restaurantes de entorno onde se trabalha.
E depois os chefes reclamam da nossa motivação.
Pode isso?
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