domingo, fevereiro 12, 2006

Para onde ir?

A minha mineira está sofrendo.
Ela está sendo forçada a abandonar uma parte da vida dela, uma parte vital e que exigiu litros de suor para ser erguida. Tudo em nome do amor, ou melhor, tudo em nome do nosso amor e da vida que estamos construindo.
Mas que amor é esse que a leva às lágrimas toda vez que ela conta a decisão para alguém?
Por que tem que ser tão doído e triste decidir que seu lugar é onde seu amor está?
De onde vem essa coisa que obriga a chorar antes de crescer?

Não dá para gostar disso. Preferia que tudo fosse mais fácil e ela não precisasse sofrer tanto.
Mas quem estou querendo enganar?
É assim desde o começo. Se não tivesse sido ela, teria sido eu. Se bem que eu me desvincularia com muita mais facilidade, mas isso não vem ao caso e é algo que eu terei que pagar até o fim.
Trata-se de outro tipo de sentimento. Algo que eu não entendo, mas acabo aceitando.
Toda a nossa trajetória apontava para essa ruptura.
Melhor seria ter desistido antes? Duvido. A nossa felicidade justifica qualquer sacrifício, mas não diminui meu descontentamento.
Me sinto responsável por aquelas lágrimas. Me sinto culpado por fazê-la abrir mão de algo que sempre foi essencial na vida, algo que eu nunca compartilharei.
Não tenho a preparação necessária para sentir isso. Meus esforços em abrir a "carapaça" jamais seriam suficientes para suportar esse tipo de empatia.
O máximo que consigo fazer é enxugar as lágrimas, abraçá-la e prometer que tudo vai dar certo.

Prometo por que acredito que as coisas vão mesmo se arredondar.
Acredito que nossa atitude vai nos recompensar e vai nos fazer passar por este capricho de Shiva.
Afinal de contas, depois de destruição vem a purificação e a reconstrução, certo?
Não sei bem se confundi as divindades, mas a idéia é bem essa. As lágrimas vão secar e podem até sobrar cicatrizes, mas a gente vai se dar bem.
E isso vai acontecer, por que eu sou Shiva e Vishnu e vou garantir a reconstrução.
E ai de quem fizer a minha mineira chorar de novo!

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