Eu nunca tinha visto coisa igual.
Uma a uma ou em casais, as pessoas iam se levantando e saindo da sala de cinema com um ar de revolta que eu só acharia pertinente em uma exibição de “O império dos sentidos” em pleno Vaticano. E o filme não havia começado a mais do que cinco minutos!
Infelizmente eu não conseguia ouvir as conversas, mas posso apostar um braço que mais de um casal dormiu brigado pela escolha daquele filme.

Obviamente que não foi o melhor filme da minha vida, mas acho que entendi bem o que o Tim Burton quis passar e curti boa parte daquela coisa medonha e engraçadamente aterrorizante.
Ou alguém conhece outro termo mais adequado para uma noiva que tem um senhor quadril e uma perna com ossos à mostra?
Algumas lições que ganhei com a minha persistência:
- o Johnny Depp é o cara mais amado pelos diretores esquisitões, principalmente o Tim Burton;
- animações em stop motion não são para crianças ou pessoas que escolhem seus filmes na hora de comprar os ingressos;
- até mesmo adolescentes indóceis podem se comportar em sociedade enquanto fingem que entendem um filme esquisitão;
- pipocas com manteiga mancham bermudas de sarja.
Esse último aprendizado está meio deslocado dos demais, mas como surgiu na mesma ocasião, achei que não havia mal em relacioná-lo.
Acho que próximo filme esquisito a enfrentar será o “Crônicas de Nárnia”.
Isso se a minha irmã cineasta não me convencer a ir com ela a alguma mostra de cinema cingalês ou coisa que o valha.
De qualquer maneira, não sair da sala nos cinco primeiros minutos continuará sendo uma questão de honra.
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