segunda-feira, abril 11, 2005

Ozzy e Ronaldo

Parecia coisa encomendada.
Nem bem o avô da minha mineira descansou, lá tinha que vir o meu velho nos assustar com suas aventuras notúrnicas.
Na volta de uma viagem a Minas descobri que ele estava internado e com a cabeça rachada quase que ao meio.

Fiquei baratinado. Justo meu pai? O que deveria ser feito? Como lidar com ele?
Felizmente não precisei me estressar muito para responder nenhuma pergunta. Bastou deixar o processo fluir e aproveitar o perdão ligado ao meu recente batismo e pronto.

Ele voltou para casa poucos dias depois, mas a situação não ficou muito boa.
Sei lá por que, ele se mexia como no seriado The Osbournes: sonolento, claudicante e fraco. Era a fragilidade em pessoa, mas todos achavam que a coisa estava normal.
Até o dia em que ele não se levantava mais da cama. Aí minha mãe resolveu se mexer e levá-lo de volta ao hospital.
Eu estava meio longe e não pude ajudar, mas felizmente a coisa toda funcionou.
No hospital descobriram uma grande reversão no quadro e uma piora significativa nas funções motoras. Ele não precisou de drogas para ficar abobado, bastava viver com os efeitos do acidente.

Um furo na cabeça depois - alguns costumam chamar isso de cirurgia - e ele era outro homem. Com cara de Ronaldinho, com um parágrafo inteiro na cabeça mas lúcido e vivo.
Parece que ele não se lembra de nada que ocorreu do dia do acidente até a cirurgia.
Pessoalmente, acho que é melhor assim. Melhor que só a gente se lembre do perrengue e que isso valha como aviso.: para morrer basta cair de cabeça no chão.

E nada mais de Ozzy!

Sem comentários: