Ontem vivi duas situações que me deixaram com a nítida sensação de estar no lugar errado, na hora mais errada ainda.
A primeira tinha a ver com a família: a Minha Mineira surtou por que o herdeiro ficou um dia inteiro sem se mexer e eu tive que acalmá-la e orientá-la para ir até o hospital, fazer alguns exames e garantir que o bebê estava bem.
Mesmo à distância, meu trabalho foi confortá-la, apoiá-la e, principalmente, garantir que nada de errado estava acontecendo e que era apenas preguiça do moleque.
Graças a Deus eu estava certo, mas isso não muda um pequeno problema: quem é que me conforta e acalma? A quem eu recorro para não chorar feito um desesperado? Com quem eu falo?!
Pois é, como eu não tinha resposta para nenhuma dessas perguntas, engoli minha própria vontade de gritar e assumi a minha tradicional posição de suporte emocional do casal.
Mas que deu vontade de chutar tudo e correr para o hospital, ah deu.
Já a segunda tem a ver com os relacionamentos que tenho tentado construir aqui no Norte. Tentar é o verbo que mais se adequa à situação que vivemos aqui, já que a sensação que fica é que tudo é superficial e que todos só se interessam pela última versão de software da televisão X e pelo cabo HDMI Y. Que cazzo importa o tal cabo HDMI, cuja existência eu só fui descobrir depois de chegar aqui, afinal?
Quero saber o que as pessoas sentem estando longe da família e o que elas projetam para a vida futura!
Quero que me ajudem a descobrir se vale a pena ficar!
Quero viver bem aqui no Norte!
Mas infelizmente o que eu quero importa bem pouco aqui. O negócio do povo é falar mal de quem não está e discutir se o Mac é melhor que o PC!
Aliás, a questão sobre começarem a falar mal de mim não é 'se', mas 'quando'.
Terminei o dia praticamente fazendo as malas, mas lembrei que existe uma razão para eu estar aqui enquanto quem importa está lá e eu não pretendo desperdiçar o sacrifício que todos nós estamos fazendo até agora.
Falta pouco agora!
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