sexta-feira, julho 14, 2006

Obsoletos

O tempo realmente passou para todos os membros e agregados da Diretoria.
Ainda ontem estávamos, eu e o Presidente, debatendo sobre as vantagens e desvantagens de termos envelhecido e feito nossas escolhas.
Nos lembramos com muita saudade dos nossos tempos de Floripa, das mulheres maravilhosas que cruzaram nosso caminho, dos hectolitros que fizemos desaparecer dentro dos nossos corpos, das viagens divertidíssimas e dos não menos divertidos micos pelos quais passamos durante o processo.
Notamos também que esses momentos de nostalgia são cada vez mais numerosos à medida em que nos tornamos cada vez mais obsoletos na balada.

Mas como nem tudo é decadência e preguiça, registramos também as vantagens e delícias de dividir o teto com pessoas especiais e escolhidas a dedo.
Partimos do acordar de manhã com uma espreguiçada propositadamente espaçosa e fomos até a invasão de boxe durante aquele banho demorado, que obviamente faz com o que o banho fique ainda mais demorado.
Não deixamos de falar sobre o desejo de um final de semana livre por ano, claro, mas em geral só destilamos as qualidades e maravilhas da vida a dois.
Infelizmente o Paraguaio não estava lá, mas acho que o representamos bem na brincadeira de imaginação que fizemos.

Mas como nem tudo é perfeito nem na mais sincera das amizades, acabamos não falando sobre as razões que levaram o Presidente a adiar a oficialização da união.
Deve ter algo a ver com conforto, excesso de trabalho e falta de energia para encarar os desafios e encheções típicos dessa fase da vida.
Como ele não tocou no assunto, eu também não quis cutucar a ferida e seguimos secando os chopes e rindo das coisas do passado.

O mais engraçado de todo este papo é que tenho uma boa idéia de qual seria a nossa resposta se alguém nos propusesse abandonar a vida conjugal e voltar à balada desenfreada.
Posso apostar que ambos agradeceriam a oportunidade e escolheriam manter o passado no passado e focar as energias em fazer do futuro uma época boa de se viver.
Vivo reclamando que não fiz o que poderia quando tive a oportunidade, mas acho que a vida é assim por alguma razão e não é certo tentar enganá-la. O que passou passou e quem ficou é por que merece.
E tem mais: sinto sono demais depois das 22:00hs para querer voltar à vida de boates, motéis e camisinhas.
Valha-me Deus!

Sem comentários: