Nós, os loosers
Estou terminando de ler um livro do Jabor.
Nunca tinha me interessado em ler coisas dele por achá-lo ranzinza demais, mas como foi um presente de aniversário do Gerson e da Sô e me sinto sensivelmente próximo e meio responsável por esse casal, achei que valia a pena dar um chance ao cara.
Continuo achando que o cara é ranzinza demais, mas descobri um lado looser que me deixou agradavelmente identificado. E os momentos loosers da infância dele no Rio são bastante numerosos no tal "Amor é prosa, sexo é poesia".
Assim com ele, eu também vivi dezenas de amores imaginários e paixões platônicas.
Eu frequentemente me "apaixonava" pela menina mais popular da sala de aula ou ficava babando pela vizinha que me dava carona para a escola.
Invariavelmente a situação acabava em nada e eu seguia meu caminho de colecionador de fracassos.
Acho que o Jabor entende muito bem o que é começar bem mais tarde do que os amigos e sempre ser taxado como lento e até "caso perdido". Esse era ele e esse era eu.
Uso o verbo no passado por que agora eu estou um pouco diferente.
Não digo isso só pelo fato de estar casado com uma bela mulher, mais bela aliás do que a quase totalidade das minhas "companheiras" anteriores. Reforço o passado por que me lembro da minha irregular vida de conquistador que sempre alternou momento da mais deslavada putaria com meses e meses de secura, timidez e solidão.
Usando a linguagem mais popular que me permito colocar aqui, eu não pegava nem resfriado.
Mas tudo muda.
Até minha intolerância pelo Jabor mudou. Hoje até posso dizer que gosto do jeito rebuscado que ele tem.
Mas continuo achando que ele é bem chato quando quer mudar o mundo e criticar a tudo e todos.
Não digo que ele não tenha razão em tentar e espernear, mas como leitor, tenho o direito de dizer que tem outras pessoas fazendo isso melhor e que desejo sinceramente que ele só deixe seu lado looser escrever daqui para a frente.
Tem muito mais a ver comigo.
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