Mistura sentimental
Não senti quase nada do que me disseram que sentiria.
Não vi um corredor infinito, não olhava para as pessoas e via através delas, não tremi como adolescente quando o padre me fez a grande pergunta.
Me casei e passei por tudo como um lorde. Um lorde chorão, diga-se de passagem.
Não sei bem o que desencadeou tudo. Não sei se foi o almoço que foi até as cinco da tarde (o casório foi as seis), o fato de ter visto Fama pouco antes da cerimônia ou a emoção de me casar com a mulher da minha vida propriamente dita.
Provavelmente foi uma mistura de tudo isso. O fato é que comecei a chorar ainda no hotel quando meu grande Galahad foi me ajudar a dar o nó da gravata e só parei quando fiquei liberado de tirar tantas fotos.
Para se ter uma idéia de quão importante isso é, eu me gabo de dar o nó de uma gravata sem olhar e sem tê-la no pescoço. Ainda bem que os amigos estavam mais em cima dos cascos do que eu.
Antes que me condenem, acho necessário registrar que o almoço não durou demais à toa.
Eu estava ao lado do meu velho, de dois tios queridos do Chile e de dois dos irmãos que eu não tive. Todos felizes, todos comemorando e quase todos passados na bebida.
Poderia ter acontecido um desastre, mas Ele não quis e não deixou. Ele sabia que era tudo por uma boa causa e que aquele era um momento único.
Afinal de contas, minha Lelê estava lá, meus tios estavam lá, minha família estava lá e meus amigos e irmãos também.
Todos estavam lá por nós. Todos queriam nos ver felizes. Todos esperavam nos ver satisfeitos. Todos se espantaram com o tamanho da nossa felicidade.
E foi mais ou menos assim que deixei de ser solteiro.
Agora tenho que reorganizar minha vida para dividir quase tudo com a minha mineira.
Digo quase tudo por que ambos fazemos questão de constuir a vida a dois sem perder a individualidade.
Vai dar tudo certo por que é isso que queremos.
E sobre a lua de mel, eu falo lá no Seguindo Gulliver.
É bom estar de volta!
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