Tudo pronto
Me disseram que não daria para começar com a casa toda montada.
Tentaram me convencer de que todo mundo agia assim e que era besteira remar contra a maré.
Foram muito eficientes ao apresentar a idéia de que viver no cheque especial era normal e que não adiantava se estressar por conta disso.
Falaram um monte de coisas, mas se esqueceram de incluir a minha mineira na lavagem cerebral.
Como ela não sabia que não era possível, foi lá e fez. E muito bem feito por sinal.
Isso significa que vamos nos mudar com a casa toda montada e mobiliada e com os bolsos praticamente vazios. Sem grana mas sem dívidas e é isso que a gente queria.
Vamos voltar de viagem para organizar as coisas da casa e não para correr atrás delas.
Se não der vontade de fazer nada, vamos nos sentar no sofá e ver um DVD. O melhor disso é que teremos um sofá. E um DVD.
Teremos uma casa como manda o figurino e eu poderei conservar meus rins e meus outros órgãos para outra ocasião em que tenhamos que levantar uma grana.
Cada vez temos mais certeza de que vamos começar com o pé direito.
Até alguns centímetros quadrados para decoração nós teremos!
Como diria o SS: isto é incrível, principalmente se pensarmos que alguns meses atrás não sabíamos nem por onde começar a procurar.
Não sabíamos nem brincar de casinha, quanto mais organizar as coisas que uma casa decente tem que ter.
O máximo de organização doméstica que eu conhecia era arrumar a mesa para o almoço de domingo.
Estamos indo bem e temos a impressão de que vai ficar melhor ainda.
Só espero que não sigamos as tradições familiares de ambos e acabemos sucumbindo às lembrancinhas das viagens. Por que de tranqueira naquele apêzinho, já basta eu.
terça-feira, junho 28, 2005
segunda-feira, junho 20, 2005
Contando nos dedos
Faltam cerca de 75 dias para o grande dia.
Dois meses e meio para revolucionar minha vida e virar de cabeça para baixo tudo aquilo que eu vi, fiz e conheci.
Provavelmente o tempo de gestação de sagüi equatorial até que eu vire um novo e feliz encoleirado.
Ou será que não?
Não gosto dessa visão restritiva, revolucionária e Shivatorial das coisas.
O neologismo aqui significaria a destruição e reconstrução da realidade por parte de Shiva, o deus purificador dos hindus.
Shiva, o destruidor
Pensando bem, não creio em nada tão definitivo.
Vai ser duro, eu sei, mas não vai ser a morte conviver 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano, sabe Deus quantos anos, tudo com uma mesma pessoa.
Tenho certeza que teremos nossos arranca-rabos, nossas tensões, nossas brigas homéricas, mas tudo deve ter um caráter de compartilhamento, de parceria.
Não vai dar mais para dizer que vai para casa e deixar o outro plantado no bar ou na fila do cinema.
Se bem que nossa realidade de 600km de problemas nunca nos permitiu esse tipo de explosão, mas acho que deu para entender o sentido da frase.
A paciência terá que ser maior, a compreensão terá que existir, a concessão vai ter que dar as caras. Tudo em nome de um treco que estamos a fim de construir.
Não seremos mais dois namorados. À partir do começo de Setembro seremos um casal e teremos que encarar isso como se deve.
Ou então nem começamos. Se não vamos brincar direito, melhor nem começar.
Mas acho que estamos indo no caminho certo.
Gosto de contar nosso relacionamento em quilômetros, não em dias. Por que se balizarmos da forma tradicional, chegaremos à conclusão que não nos conhecemos e que é loucura casar.
Ao invés disso digo que já rodamos muitos milhares de quilômetros juntos e que isso não dá nem para a saída.
Ainda temos muito o que rodar e vamos fazer isso juntos.
E que venham Shiva, Kali, Ganesh e Vishnu. A gente mata no peito (nisso ela tem nítida vantagem sobre mim) e manda a bola para o mato.
Por casório é mais importante do que campeonato.
Vishnu, o mais fodão
Kali, fazendo o seu melhor
Ganesh, o mais popular
Faltam cerca de 75 dias para o grande dia.
Dois meses e meio para revolucionar minha vida e virar de cabeça para baixo tudo aquilo que eu vi, fiz e conheci.
Provavelmente o tempo de gestação de sagüi equatorial até que eu vire um novo e feliz encoleirado.
Ou será que não?
Não gosto dessa visão restritiva, revolucionária e Shivatorial das coisas.
O neologismo aqui significaria a destruição e reconstrução da realidade por parte de Shiva, o deus purificador dos hindus.
Shiva, o destruidor
Pensando bem, não creio em nada tão definitivo.
Vai ser duro, eu sei, mas não vai ser a morte conviver 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano, sabe Deus quantos anos, tudo com uma mesma pessoa.
Tenho certeza que teremos nossos arranca-rabos, nossas tensões, nossas brigas homéricas, mas tudo deve ter um caráter de compartilhamento, de parceria.
Não vai dar mais para dizer que vai para casa e deixar o outro plantado no bar ou na fila do cinema.
Se bem que nossa realidade de 600km de problemas nunca nos permitiu esse tipo de explosão, mas acho que deu para entender o sentido da frase.
A paciência terá que ser maior, a compreensão terá que existir, a concessão vai ter que dar as caras. Tudo em nome de um treco que estamos a fim de construir.
Não seremos mais dois namorados. À partir do começo de Setembro seremos um casal e teremos que encarar isso como se deve.
Ou então nem começamos. Se não vamos brincar direito, melhor nem começar.
Mas acho que estamos indo no caminho certo.
Gosto de contar nosso relacionamento em quilômetros, não em dias. Por que se balizarmos da forma tradicional, chegaremos à conclusão que não nos conhecemos e que é loucura casar.
Ao invés disso digo que já rodamos muitos milhares de quilômetros juntos e que isso não dá nem para a saída.
Ainda temos muito o que rodar e vamos fazer isso juntos.
E que venham Shiva, Kali, Ganesh e Vishnu. A gente mata no peito (nisso ela tem nítida vantagem sobre mim) e manda a bola para o mato.
Por casório é mais importante do que campeonato.
Vishnu, o mais fodão
Kali, fazendo o seu melhor
Ganesh, o mais popular
sábado, junho 11, 2005
Début
Em alguns rituais humanos, a primeira vez tem um significado todo especial, uma magia que não se repete depois, uma expectativa que não encontra similar.
Foi assim na experiência do beijo, na descoberta do sexo e na primeira vez que quase me matei em uma batida de carro.
Foi assim também na primeira vez que fiz amor com a minha mineira dentro da nossa casa. Mesmo que ainda seja só o piso e as paredes, aquela será a nossa casa e hoje foi a nossa primeira vez.
Mesmo que eu não prime por uma imaginação privilegiada, até que a produção que fiz surtiu o efeito desejado. E como ela está a 600km de conseguir acompanhar minhas maquinações para datas especiais, ficou mais tranquilo preparar tudo com calma.
Aproveitei que hoje era véspera do Dia dos Namorados e que completávamos 3 anos e cinco meses juntos para fazer uma pequena supresa: correndo o risco de ser atropelado pela lista de presentes, comprei uma TV e um DVD para a nossa casa.
Comprei também um celular para que a gente possa conversar evitando o miserento do interurbano.
Antes de montar os apetrechos, levei minha mãe até lá e demos um tapa na sujeira mais pesada da sala e do banheiro. A cozinha ficou para uma próxima.
Depois ajeitei a TV, o DVD e o celular de um jeito que ela precisasse estar dentro da sala para ver toda a montagem. Levei também um colchão, duas garrafas de vinho (tinto) e duas taças. Os apetrechos para banho e higiene pessoal ficaram no outro quarto só para complementar os acertos.
A idéia era que ela visse o apê pronto (pós-pintura e colocação do piso) pela primeira vez e já encontrasse os presentes de namorado.
Depois de uma manhã cheia de compromissos pré-casório, fomos até o apê com o pretexto de visitá-lo. Até então ela apenas desconfiava do que eu havia preparado.
O resultado não poderia ter sido melhor. Aliás, poderia ter melhorado sim, se não estivéssemos novamente pressionados pelo tempo.
Mas como isso é inevitável a esta altura do campeonato, curtimos um monte e o sorriso não deixou o rosto da minha mineira até o momento em que a deixei na casa da tia.
Tudo funcionou bem, como espero que nossa vida seja.
A produção, apesar de simples, deu resultado. Ela gostou, eu gostei, fizemos amor e planos. E amor e planos é o que mais precisamos neste momento.
Por que do resto a gente corre atrás.
Em alguns rituais humanos, a primeira vez tem um significado todo especial, uma magia que não se repete depois, uma expectativa que não encontra similar.
Foi assim na experiência do beijo, na descoberta do sexo e na primeira vez que quase me matei em uma batida de carro.
Foi assim também na primeira vez que fiz amor com a minha mineira dentro da nossa casa. Mesmo que ainda seja só o piso e as paredes, aquela será a nossa casa e hoje foi a nossa primeira vez.
Mesmo que eu não prime por uma imaginação privilegiada, até que a produção que fiz surtiu o efeito desejado. E como ela está a 600km de conseguir acompanhar minhas maquinações para datas especiais, ficou mais tranquilo preparar tudo com calma.
Aproveitei que hoje era véspera do Dia dos Namorados e que completávamos 3 anos e cinco meses juntos para fazer uma pequena supresa: correndo o risco de ser atropelado pela lista de presentes, comprei uma TV e um DVD para a nossa casa.
Comprei também um celular para que a gente possa conversar evitando o miserento do interurbano.
Antes de montar os apetrechos, levei minha mãe até lá e demos um tapa na sujeira mais pesada da sala e do banheiro. A cozinha ficou para uma próxima.
Depois ajeitei a TV, o DVD e o celular de um jeito que ela precisasse estar dentro da sala para ver toda a montagem. Levei também um colchão, duas garrafas de vinho (tinto) e duas taças. Os apetrechos para banho e higiene pessoal ficaram no outro quarto só para complementar os acertos.
A idéia era que ela visse o apê pronto (pós-pintura e colocação do piso) pela primeira vez e já encontrasse os presentes de namorado.
Depois de uma manhã cheia de compromissos pré-casório, fomos até o apê com o pretexto de visitá-lo. Até então ela apenas desconfiava do que eu havia preparado.
O resultado não poderia ter sido melhor. Aliás, poderia ter melhorado sim, se não estivéssemos novamente pressionados pelo tempo.
Mas como isso é inevitável a esta altura do campeonato, curtimos um monte e o sorriso não deixou o rosto da minha mineira até o momento em que a deixei na casa da tia.
Tudo funcionou bem, como espero que nossa vida seja.
A produção, apesar de simples, deu resultado. Ela gostou, eu gostei, fizemos amor e planos. E amor e planos é o que mais precisamos neste momento.
Por que do resto a gente corre atrás.
sábado, junho 04, 2005
A geladeira
Sempre quis começar uma estória da maneira clássica, portanto lá vai...
Era uma vez uma geladeira.
Uma geladeira classuda, de estirpe e de boa formação.
E era uma vez um apartamento. Pequeno, proletário, mas valente.
Sem muita contribuição do acaso, um dia as vidas deles se cruzaram e o resultado quase acabou em tragédia: ela era grande demais e achava que ele não daria conta.
Tiros foram disparados, dentes foram cuspidos e noites de amor foram prejudicadas pelo simples fato dela ter chegado primeiro e do melindre que causaria a sua troca por duas de 220 (litros).
Felizmente, quando já não havia esperança, surgiu a salvadora da pátria, a fada-madrinha, a mais sábia de todas, a infalível trena e sua intervenção mágica que provou que eles eram compatíveis.
E tudo acabou bem. Com a geladeira, com o apartamento e com os pobres futuros moradores que quase se pegaram de tapa, em nome do amor por cada um dos seus protegidos.
E foram felizes para sempre.
Esta foi a forma que encontrei de atender ao pedido da Sylvia e falar um pouco da minha futura cozinha.
Espero que agora você fique mais feliz ao ler os posts, Sylvia.
Sempre quis começar uma estória da maneira clássica, portanto lá vai...
Era uma vez uma geladeira.
Uma geladeira classuda, de estirpe e de boa formação.
E era uma vez um apartamento. Pequeno, proletário, mas valente.
Sem muita contribuição do acaso, um dia as vidas deles se cruzaram e o resultado quase acabou em tragédia: ela era grande demais e achava que ele não daria conta.
Tiros foram disparados, dentes foram cuspidos e noites de amor foram prejudicadas pelo simples fato dela ter chegado primeiro e do melindre que causaria a sua troca por duas de 220 (litros).
Felizmente, quando já não havia esperança, surgiu a salvadora da pátria, a fada-madrinha, a mais sábia de todas, a infalível trena e sua intervenção mágica que provou que eles eram compatíveis.
E tudo acabou bem. Com a geladeira, com o apartamento e com os pobres futuros moradores que quase se pegaram de tapa, em nome do amor por cada um dos seus protegidos.
E foram felizes para sempre.
Esta foi a forma que encontrei de atender ao pedido da Sylvia e falar um pouco da minha futura cozinha.
Espero que agora você fique mais feliz ao ler os posts, Sylvia.
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