sábado, agosto 27, 2005

Começou

Estou vivendo meu segundo final de semana fora da casa dos meus pais.
Foram 33 anos e pouco sem sair de baixa da proteção deles e apenas 10 dias me virando mais ou menos sozinho.
O mais ou menos se deve a algumas visitas estratégicas para pegar algumas coisas que ficaram para trás e para filar alguma bóia.
Além disso, tive que recorrer ao abrigo deles quando esqueci minha chave em Uberlândia e não tinha como entrar em casa. Coisas de quem não está acostumado a ser adulto.

Mas a experiência de morar sozinho vai durar pouco.
Daqui há alguns dias a minha mineira vai assumir o seu devido lugar no castelo e tudo vai entrar nos eixos. Vai ficar mais complicado comer às custas dos pais, mas tudo bem. A gente ser vira em casa mesmo.
Já abasteci um pouco a geladeira e daqui a pouco vou repor algumas coisinhas que já acabaram.
As duas latas de cerveja que comprei ainda estão intocadas, fruto do absurdo conflito de agendas que meus amigos me brindaram. Mas ainda resta esperança.
Apesar de faltar muito pouco tempo para o casório, parece que na próxima terça vai rolar mesmo a tal despedida de solteiro. Pelo menos foi isso que me garantiram hoje.
O Presidente até comprou um mega-whisky especialmente para o evento. Tudo em minha homenagem. Vou ter que recebê-los à altura, varrer a casa e comprar alguns quitutes para comer. Uns dois quilos de salame devem resolver a parada.

Agora estou novamente na casa dos velhos para mexer um pouco no micro.
A casa nova ainda não está conectada, mas isso dura pouco. Vamos ver se resolvo isso logo na segunda.
Gostaria de contar mais coisas sobre a vida nova, mas tenho que voltar para casa para guardar algumas coisas da mudança que ainda estão encaixotadas.
Se eu soubesse que ser dono do nariz era tão trabalhoso, tinha ecomizado mais e contratado um personal mover: aí era só pagar e chegar quando tudo estivesse mudado e arrumado.
Boa idéia para um negócio futuro!

sexta-feira, agosto 19, 2005

Me chamam de Hitch

Funciona mais ou menos assim: eu pergunto como a pessoa está e não deixo passar nada que não aponte para um "sim" conclusivo e crível. Se sentir um fio de dúvida ou de tristeza, já vou logo perguntando o que acontece e o que posso fazer para ajudar.
Na grande maioria dos casos, trata-se de um problema do coração e, como a relação de confiança já existe, acabo explorando bastante o problema e fazendo a minha parte para ajudar a pessoa a identificar a melhor solução.
É mais ou menos como o trabalho do Hitch, só que sem o glamour novaiorquino, o charme do Will Smith e aquele apartamento "sonho de consumo".
É tudo em escala menor, mais intimista e menos comercial. Mas que funciona, funciona.


O conselheiro yankee Posted by Picasa

Minha "cliente" atual é a Dri, uma ex-estudante de moda que pegou suas trouxinhas e voltou para a casa dos pais lá no Planalto Central.
Ela anda as voltas com um namoro que nasceu morno e que vai esfriando ainda mais a cada dia que passa. Não bastasse essa coisa gélida, ainda surgiu um outro rapaz que não fez nada físico, mas abalou as estruturas dessa minha pobre amiga.
Normalmente eu tenderia a partir para a defesa do relacionamento e para ajudá-la a descobrir motivos para seguir com o namorado, mas neste caso achei melhor focar naquilo que pode fazê-la mais feliz, mesmo que fosse moralmente menos aceitável.
Pois é, estou mesmo incentivando o chifre, mas de uma forma bem menos sexual do que possa parecer: quero que ela descubra as razões que a fazem estar com o namorado e por que esse outro rapaz a abalou tanto sem nem mesmo ter lhe dado um beijo.
Deve ter sido forte e não acho que ela deva ignorar o que houve.
Afinal de contas o que importa é ser feliz e esse namoro atual definitivamente não a completa.

Quando paro para pensar que os papéis poderiam estar invertidos, me sinto meio mal por incentivar algo que não seja a fidelidade, a concessão e o entendimento, mas acredito que no caminho atual ela vai esbarrar no erro inútil.
Errar e aprender ajuda a pessoa a crescer, mas neste caso acho que ela precisa ter mais informações sobre as opções que existem.
Adoraria dizer que ela deve mesmo insistir no namoro atual para encontrar alguma forma de ser feliz, mas não é o que vejo, não é no que acredito, ao menos para ela.
Eu acho que ela está acomodada e pedindo por ajuda.
Não sou nenhum cavaleiro andante, mas vou ajudá-la.
Tenho que ajudá-la a entender o que é bom e o que é ruim no relacionamento atual e ajudá-la também a entender por que ela deveria descobrir o que há dou outro lado.
Não se trata de sair por sair, mas sim de pesar os prós e contras de ambas as saídas.

Se eu for tão bem sucedido quanto o Will Smith, minha maior recompensa será a felicidade dela.
Se não, ao menos eu tentei e fica tudo bem do mesmo jeito.
É o tipo de jogo que eu mais gosto: onde todo mundo ganha.

sábado, agosto 13, 2005

Homem não chora

Não sei bem o que acontece.
É assim desde o primeiro programa: basta a Angelita aparecer para cantar no Fama que eu já fico com os olhos cheios de água e o bico começa a tremer.
E aí é um tal de esconder o rosto, pensar no trabalho (ou em qualquer outra broxante o bastante) e fingir que não é comigo.

Parando para pensar nas razões desse derretimento, não consigo chegar a conclusão alguma. Pensei que pudesse ter algum tipo de solidariedade com o grande Erich e suas estórias de Piracicaba (a Angelita é de lá), mas achei gay demais e abortei a idéia.
Depois fiquei com a impressão que tivesse algo a ver com a forma doce como ela canta. Novamente achei melhor não evoluir muito a idéia sob risco de arrumar confusão com a minha mineira e seu jeito cool de sentir ciúme.
Acabei desistindo de arrumar razões e resolvi assumir que sou um pseudo-bronco que adora segurar as emoções, mas que está enfrentando cada mais dificuldades para fazer isso.
Deve ser a proximidade do casório.
Algo me diz que vou chorar como criança e que vou gerar infinitas interpretações por parte dos convidados. De felicidade pela nova vida até tristeza pelas coisas que vão ficar só na memória, todo mundo vai tentar adivinhar e até acho que muitos vão acertar.
Mas só eu e ela vamos saber.

E vou voltar ao site da Globo para votar e tentar manter a minha geradora de lágrimas ao menos mais uma semana no programa.

domingo, agosto 07, 2005

Quase lá

O castelo está quase pronto.
Entre pó, stress, arranhões e bicos, os muros já estão de pé, o fosso já está cheio de jacarés e agora só falta a mudança do Rei e da Rainha.
O reino está em festa e os súditos participam da boda como se fosse a de seus filhos.
Todos estão felizes, mesmo que a Rainha ainda esteja longe, reinando lá no Cerrado.
Tudo está preparado e todo mundo cumpre seu papel a contento.
Do marceneiro ao carteiro, do entregador de pizza ao povo das Casas Bahia, todo mundo faz sua parte para que a inauguração do castelo aconteça no melhor estilo romântico e medieval.

Depois da inauguração, não será mais necessário inventar viagens a Campinas ou coisa que o valha para ficar o dia inteiro na cama, fazendo amor e planos, como nos convêm.
Não vamos mais ter que pegar o carro para deixar alguém em casa por que já está tarde.
Acabou-se a necessidade de maquiar a verdade para não complicar algo tão bom quanto a vontade de estar junto.
O castelo vai significar a liberdade e o início.
O castelo vai abrigar um lar e falta pouco para isso.
O castelo será a casca da nossa felicidade, mas não vai nos limitar. Pelo contrário, ele vai ficar tão aconchegante e caloroso, que nossas viagens vão ser tão gostosas no antes e durante quanto no depois.
Vamos ficar indecisos se queremos ficar tanto tempo longe de casa e isso é o segredo do reino.
Que assim seja e que não seja necessária magia para encantar o nosso lar.


O nosso é quase tão lindo quanto este Posted by Picasa

quarta-feira, agosto 03, 2005

O tempo certo

Sempre achei que publicar o convite de casamento no quadro de avisos da empresa fosse uma prática comum e nunca pensei nas consequências que isso poderia trazer.
Só recentemente, quando coloquei no papel todos os dinheiros que estavam envolvidos na festa, na cerimônia e tudo mais é que entendi o receio dos noivos em ter a celebração prejudicada pelo excesso de pessoas.
Além de caro, isso significa mau atendimento e reclamações certas.

Como a brincadeira vai acontecer toda à segura distância de 600km daqui, achei que não havia problemas e publiquei mesmo o convite.
Agora ele está lá, lindão e aberto para quem quiser ver.
O engraçado foi lidar com a diversidade de reações que o tal convite causou.
O que mais ouvi dos homens foram comentários referentes à minha sanidade mental e das mulheres à proximidade de me tornar um homem sério.
Felizmente também pintaram desejos sinceros de felicidade e algumas lições.

Uma delas partiu da secretária da área, que me contou toda a estória do casamento anterior do seu atual marido.
Segundo ele, o sujeito namorava com uma moça bastante desequilibrada que chegou inclusive a tentar o suicídio quando eles terminaram pela primeira vez.
Por pressão das famílias ele voltou atrás e acabou sendo enrolado por uma gravidez pouco honesta: mesmo garantindo que a deixaria se ela engravidasse, a moça insisti, não se preveniu e a encomenda foi feita.
Esse foi um exemplo perfeito de razões para não casar já que o rapaz assumiu o filho, fez seu papel afetivo como se deve, mas não ficou com a menina.
Na minha opinião, bem feito para ela.

Outra experiência válida foi a de uma colega que se casou depois dos 30 e não se arrepende.
Segundo ela, havia a possibilidade de se casar com vinte e poucos, mas eles preferiram seguir vivendo e tomar a decisão como adultos.
Parece que foi a melhor coisa que poderia acontecer já que ambos já estavam em um momento da vida onde o casamento era a coisa mais desejada e a paz a dois, um prêmio bastante visado.

Dos dois relatos eu posso tirar algumas coisas boas da minha situação:
1 - Me caso com a minha mineira pelas razões certas e com um diálogo muito honesto e aberto. Isso deve garantir uma vida boa para ambos e um volume de realizações, conquistas e felicidade bastante grande.
2 - Ambos já vivemos muitas coisas e experimentamos diversos sabores, o que nos dá muita certeza de que é isso mesmo que queremos fazer. Não há dúvidas ou inseguranças. Vai dar certo por que faremos dar certo.

Resta agora um mê exato para o grande dia.
Tudo está certo e ajeitado. Até o castelo já pode nos receber de braços abertos.
Só temos uma tarefa agora: ser extremamente felizes e viver ainda mais a vida!
Para nós, isso é fichinha, afinal de contas, escolhemos o casamento e não fomos escolhidos por ele.
E isso faz toda a diferença!